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- 1º Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF 2015): cuidados de saúde preventivosPublication . Santos, Ana João; Gil, Ana Paula; Kislaya, Irina; Antunes, Liliana; Braz, Paula; Rodrigues, Ana Paula; Alves, Clara Alves; Namorado, Sónia; Gaio, Vânia; Barreto, Marta; Castilho, Emília; Cordeiro, Eugénio; Dinis, Ana; Prokopenko, Tamara; Silva, Ana Clara; Vargas, Patrícia; Nunes, Baltazar; Dias, Carlos MatiasEnquadramento: A importância da informação obtida através de inquéritos de saúde com exame físico realizados a amostras probabilísticas da população, de que o primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF) é exemplo, deriva da utilização de métodos e instrumentos que resultam em informação com maior validade do que a reportada apenas pelos inquiridos. O acolhimento da proposta do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), para um primeiro INSEF em Portugal, como parte integrante do Projeto Pré-Definido do Programa Iniciativas em Saúde Pública, financiado pelo Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (EEA Grants) e operado pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), a posterior parceria com o Instituto Norueguês de Saúde Pública (INSP), e a colaboração com todas as regiões nacionais, constituem as fundações que permitiram a realização deste primeiro INSEF. No presente relatório são apresentados os resultados relativos à realização de consultas de saúde oral, de análises clínicas (glicémia, colesterolémia e triglicéridémia) e de exames complementares de diagnóstico, associados à prevenção secundária da doença oncológica (mamografia, citologia cervico-vaginal e pesquisa de sangue oculto nas fezes). Materiais e métodos: O INSEF é um estudo epidemiológico observacional, transversal de base populacional, programado e realizado para ser representativo ao nível regional e nacional, com a finalidade de contribuir para melhorar a Saúde Pública e reduzir as desigualdades em saúde, através da disponibilização de informação epidemiológica de elevada qualidade sobre o estado de saúde, determinantes e utilização de cuidados de saúde pela população portuguesa. A população alvo consistiu nos indivíduos entre os 25 e os 74 anos de idade, residentes em Portugal Continental ou nas Regiões Autónomas há mais de 12 meses, não-institucionalizados e com capacidade para acompanhar a entrevista em língua portuguesa. A amostra foi estratificada por região e área urbana/rural e constituída de forma probabilística em duas etapas. O trabalho de campo decorreu entre fevereiro e dezembro de 2015 e foi realizado por equipas constituídas, formadas e treinadas especificamente para o efeito, num total de 117 profissionais. Áreas de inquirição - O INSEF incluiu um conjunto de avaliações antropométricas e bioquímicas, e a aplicação de um questionário por entrevista pessoal assistida por computador (CAPI). A recolha de dados foi organizada em três componentes: 1) exame físico, que incluiu a medição da tensão arterial, da altura, do peso e dos perímetros da cintura e da anca; 2) recolha de amostras de sangue para avaliação de parâmetros bioquímicos (colesterol total, LDL, HDL e triglicerídeos), da hemoglobina glicosilada (HbA1c) e do hemograma; 3) questionário, com recolha de informação autorreportada sobre variáveis demográficas e socioeconómicas, estado de saúde, determinantes de saúde relacionados com comportamentos e utilização de serviços e cuidados de saúde, incluindo os cuidados preventivos. Indicadores reportados no presente relatório - O presente relatório contém os resultados de um conjunto de indicadores inseridos na área temática Cuidados de Saúde, obtidos através de dados recolhidos na componente entrevista. Especificamente são apresentados resultados relativos à frequência da realização de consultas de saúde oral, de análises clínicas (glicémia, colesterolémia e triglicéridémia) e de exames complementares de diagnóstico, associados à prevenção secundária de algumas doenças oncológicas, nomeadamente, a mamografia, a citologia cervico-vaginal e a pesquisa de sangue oculto nas fezes. Análise estatística - Todos os indicadores incluídos no presente relatório foram estimados a nível nacional para subgrupos específicos da população, nomeadamente por região, sexo, grupo etário, nível de escolaridade, situação perante o trabalho e atribuição de médico de família pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS). Todas as estimativas pontuais apresentadas foram ajustadas utilizando pesos amostrais calibrados para a distribuição da população portuguesa, por sexo e grupo etário, em cada uma das 7 Regiões de Saúde para a estimativa da população residente em 2014. Para a análise comparativa, as estimativas estratificadas por região, nível de escolaridade, situação perante o trabalho e atribuição de médico de família pelo SNS, foram padronizadas pelo método direto para a distribuição da população portuguesa (2014) por sexo e grupo etário. Resultados principais: Durante o INSEF foram observados 4911 indiví- duos (2265 homens: 46,1% e 2646 mulheres: 53,9%), na sua maioria naturais de Portugal (91,2%), casados ou em união de facto (70,0%), em idade ativa (84,3% com idade entre os 25 e os 64 anos), com um nível de escolaridade inferior ao ensino secundário (63,4%) e estando 11,2% desempregados. Nos 12 meses anteriores à entrevista, 51,3% da população estudada consultou um profissional de saúde oral. Considerando a distribuição por sexo, grupo etário e região, observou-se uma maior frequência desta consulta na população feminina (55,5%), no grupo etário dos 35 aos 44 anos (56,9%) e na região Norte (55,4%). Observou-se ainda maior frequência entre os mais escolarizados (65,7% com Ensino Superior) e nos indivíduos com atividade profissional remunerada (55,0%). No ano de 2015, em Portugal, 69,7% da popula- ção entre os 25 e os 74 anos referiu ter, nos 12 meses anteriores à entrevista, efetuado análises clínicas, a pelo menos um dos parâmetros inquiridos (glicémia, colesterolémia, trigliceridémia). Esta frequência foi mais elevada no sexo feminino (72,7%) e aumentou com a idade (84,2% no grupo dos 65 aos 74 anos de idade). Foi também mais frequente nos indivíduos que têm médico de família atribuído pelo SNS (71,3% com médico de família vs. 58,7% sem médico de família). Na população feminina entre os 50 e os 69 anos de idade, 94,8 % reportou ter realizado mamografia nos 2 anos anteriores à entrevista. A percentagem foi mais elevada nas mulheres com ensino secundário (95,8%) e menos elevada nas mulheres desempregadas (89,3%). Os resultados indicam que 86,3% das mulheres entre os 25 e os 64 anos de idade referem ter realizado citologia cervico-vaginal nos 3 anos anteriores à entrevista. As percentagens mais elevadas observaram-se no grupo etário entre os 35 e os 44 anos (90,8%), na região Norte (91,7%), nas mulheres com ensino superior (90,8%) e naquelas que tinham uma atividade profissional remunerada (88,7%). Referiram ter realizado pesquisa de sangue oculto nas fezes, nos 2 anos anteriores à entrevista, 45,7% dos inquiridos, sendo este valor muito próximo do estimado para a população que nunca realizou o exame (44,2%). Não se observaram diferenças entre os sexos. O reporte de realização deste exame diminui com o aumento do nível de escolaridade, de 48,0% na população sem nível escolaridade ou com o primeiro ciclo do ensino básico até 34,7% na população com ensino superior. A percentagem de mulheres que relataram ter efetuado uma mamografia nos 2 anos anteriores ou que efetuaram uma citologia cervico-vaginal nos 3 anos anteriores à entrevista, foi mais elevada no grupo com médico de família atribuído pelo SNS. Também os indivíduos com médico de família, comparativamente aos indivíduos sem médico de família atribuído pelo SNS, apresentaram a percentagem mais elevada de realização de pesquisa de sangue oculto nas fezes nos 2 anos anteriores à entrevista. Conclusões principais: A informação obtida pelo primeiro INSEF é representativa da população portuguesa a nível nacional e de cada uma das suas 7 regiões e utilizou os métodos estabelecidos pelo European Health Examination Survey (EHES). O processo de inquérito envolveu desde o início a rede formada pelas 7 Regiões de Saúde de Portugal, o INSA, órgão do Ministério da Saúde e o INSP. As diferenças observadas nas estimativas populacionais de vários dos indicadores justificam a atenção das intervenções de saúde sobre a utilização de cuidados de saúde preventivos pela população residente em Portugal com idade entre os 25 e os 74 anos de idade. As estimativas populacionais indicam que a frequência da utilização de cuidados de saúde preventivos varia consoante a área geográfica e o tipo de serviço considerado. A realização de análises clínicas e da mamografia parecem ser exames e análises complementares de diagnósticos generalizados para a população portuguesa considerada de referência. Dos três exames de prevenção secundária da doença oncológica, a pesquisa de sangue oculto nas fezes foi a menos frequente junto da população portuguesa entre os 50 e os 74 anos. De acordo com os resultados obtidos, no que respeita à utilização de cuidados de saúde preventivos, podemos concluir que existe influência do perfil sociodemográfico na população, diferenciado de acordo com o tipo de exames. Os resultados evidenciam ainda a importância dos médicos de família do SNS para a frequência de realização da mamografia, citologia cervicovaginal e pesquisa de sangue oculto nas fezes, exames e análises utilizados muitas vezes enquanto instrumentos de rastreio oncológico.
- 1º Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF 2015): determinantes de saúdePublication . Namorado, Sónia; Santos, Joana; Antunes, Liliana; Kislaya, Irina; Santos, Ana João; Castilho, Emília; Cordeiro, Eugénio; Dinis, Ana; Barreto, Marta; Gaio, Vânia; Gil, Ana Paula; Rodrigues, Ana Paula; Silva, Ana Clara; Alves, Clara Alves; Vargas, Patrícia; Prokopenko, Tamara; Nunes, Baltazar; Dias, Carlos MatiasEnquadramento: A importância da informação obtida através de inquéritos de saúde com exame físico realizados a amostras probabilísticas da população, de que o primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF) é exemplo, resulta da utilização de métodos e instrumentos que resultam em informação com maior validade do que a reportada apenas pelos inquiridos. O acolhimento da proposta do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), para um primeiro INSEF em Portugal, como parte integrante do Projeto Pré-Definido do Programa Iniciativas em Saúde Pública, financiado pelo Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (EEA Grants) e operado pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), a posterior parceria com o Instituto Norueguês de Saúde Pública (INSP), e a colaboração com todas as regiões nacionais, constituem as fundações que permitiram a realização deste primeiro INSEF. No presente relatório são apresentados os resultados relativos aos determinantes de saúde da população residente em Portugal, com idade entre os 25 e os 74 anos de idade, em 2015. Materiais e métodos: O INSEF é um estudo epidemiológico observacional, transversal de base populacional, programado e realizado para ser representativo ao nível regional e nacional, com a finalidade de contribuir para melhorar a Saúde Pública e reduzir as desigualdades em saúde, através da disponibilização de informação epidemiológica de elevada qualidade sobre o estado de saúde, determinantes e utilização de cuidados de saúde pela população portuguesa. A população alvo consistiu nos indivíduos entre os 25 e os 74 anos de idade, residentes em Portugal Continental ou nas Regiões Autónomas há mais de 12 meses, não-institucionalizados e com capacidade para acompanhar a entrevista em língua portuguesa. A amostra foi estratificada por região e área urbana/rural e constituída de forma probabilística em duas etapas. O trabalho de campo decorreu entre fevereiro e dezembro de 2015 e foi realizado por equipas constituídas, formadas e treinadas especificamente para o efeito, num total de 117 profissionais. Áreas de inquirição - O INSEF incluiu um conjunto de avaliações antropométricas e bioquímicas, e a aplicação de um questionário por entrevista pessoal assistida por computador (CAPI). A recolha de dados foi organizada em três componentes: 1) exame físico, que incluiu a medição da tensão arterial, da altura, do peso e dos perímetros da cintura e da anca; 2) recolha de amostras de sangue para avaliação de parâmetros bioquímicos (colesterol total, LDL, HDL e triglicerídeos), da hemoglobina glicosilada (HbA1c) e do hemograma; 3) questionário, com recolha de informação autorreportada sobre variáveis demográficas e socioeconómicas, estado de saúde, determinantes de saúde relacionados com comportamentos e utilização de serviços e cuidados de saúde, incluindo os cuidados preventivos. Indicadores reportados no presente relatório - O presente relatório contém os resultados da área temática Determinantes de Saúde obtidos através de dados recolhidos na componente de entrevista. Os resultados incluem a prevalência do consumo de tabaco e de exposição ao fumo ambiental de tabaco, a prevalência do consumo excessivo de álcool numa única ocasião (binge drinking) no ano anterior à entrevista, a prevalência de indivíduos com atividade física sedentária nos tempos livres, a prevalência de indivíduos que praticam exercício físico pelo menos uma vez por semana e a prevalência do consumo diário de frutas e de vegetais. Análise estatística - Todos os indicadores incluídos no presente relatório foram estimados a nível nacional para subgrupos específicos da população, nomeadamente por região, sexo, grupo etário, nível de escolaridade e situação perante o trabalho. Todas as estimativas pontuais apresentadas foram ajustadas utilizando pesos amostrais calibrados para a distribuição da população portuguesa, por sexo e grupo etário, em cada uma das 7 Regiões de Saúde para a estimativa da população residente em 2014. Para a análise comparativa, as estimativas estratificadas por região, nível de escolaridade e situação perante o trabalho foram padronizadas pelo método direto para a distribuição da população portuguesa (2014) por sexo e grupo etário. Resultados principais: Durante o INSEF foram observados 4911 indivíduos (2265 homens: 46,1% e 2646 mulheres: 53,9%), na sua maioria naturais de Portugal (91,2%), casados ou em união de facto (70,0%), em idade ativa (84,3% com idade entre os 25 e os 64 anos), com um nível de escolaridade inferior ao ensino secundário (63,4%) e estando 11,2% desempregados. O tabaco era consumido diariamente ou ocasionalmente por 28,3% da população masculina e por 16,4% da população feminina, observando- se a prevalência mais elevada no grupo etário entre os 25 e os 34 anos (45,6% nos homens e 25,1% nas mulheres) e a mais baixa no grupo etário entre os 65 e os 74 anos (10,8% nos homens e 2,5% nas mulheres). A Região Autónoma dos Açores (RAA) revelou prevalências mais elevadas nos homens (42,8%) e a região do Algarve nas mulheres (22,2%), independentemente da idade. Nas mulheres o consumo de tabaco aumentava com a escolaridade, enquanto nos homens era mais prevalente nos grupos com escolaridade intermédia (2º ou 3º ciclo do ensino básico), independentemente da idade. Os desempregados apresentavam as prevalências mais elevadas em qualquer dos sexos (43,0% nos homens e 27,0% nas mulheres). A exposição ao fumo ambiental do tabaco afetava 12,8% da população, sendo mais frequente entre os homens (14,9% vs 10,8%), na RAA (21,0%), na população com o 2º ou o 3º ciclo do ensino básico (16,6%) e nos desempregados (17,0%). Cerca de um terço (33,8%) da população masculina referiu binge drinking, valor muito superior ao estimado para o sexo feminino (5,3%). Este tipo de consumo era mais prevalente no grupo etário mais jovem, tanto nos homens (51,9%) como nas mulheres (13,7%), diminuindo com a idade. A região do Alentejo e a Região Autónoma da Madeira (RAM) apresentavam as prevalências mais elevadas em qualquer dos sexos (homens: 51,6% e 49,9%; mulheres: 11,3% e 10,8%, respetivamente). A escolaridade mais elevada estava associada a uma maior prevalência deste tipo de comportamento (42,4% nos homens e 9,5% nas mulheres), independentemente da idade, sendo igualmente mais elevada a prevalência entre os homens profissionalmente ativos (41,0%) e entre as mulheres desempregadas (7,7%). O sedentarismo nos tempos livres afetava 44,8% da população, com prevalência mais alta nas mulheres (48,5% vs 40,6%), no grupo etário entre os 55 e os 64 anos de idade (46,9%), na RAA (52,5%), na população com menor escolaridade (51,6%) e desempregada (46,9%). Cerca de um terço da população (34,2%) referia praticar, pelo menos uma vez por semana, atividade física de forma a transpirar ou sentir cansaço, sendo esta prevalência mais elevada no sexo masculino (39,7%) e no grupo etário mais jovem (47,1%), diminuindo depois com a idade até 20,8% no grupo entre os 65 e os 74 anos de idade. A prevalência mais elevada de exercício físico de lazer (40,3%) observou-se na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), assim como na população com ensino superior (49,6%) e profissionalmente ativa (38,4%). Em 2015, 79,3% e 73,3% dos inquiridos consumiam diariamente fruta (excluindo sumos) e legumes ou vegetais (incluindo sopa), respetivamente. Estes valores eram mais elevados no sexo feminino (83,7% vs 74,4%, no caso do consumo de fruta e 80,1% vs 65,8%, no caso do consumo de legumes ou vegetais). O grupo etário mais jovem (25 a 34 anos) apresentava a menor prevalência de consumo diário de fruta (68,7%) e de legumes e vegetais (62,8%), aumentando estas prevalências com a idade. As prevalências mais baixas relativas ao consumo diário de fruta e de legumes ou vegetais foram observadas na RAA (69,1% e 57,7%, respetivamente) e as mais elevadas na região do Alentejo (85,5%) para o consumo de fruta e na região Centro (80,0%) para o consumo de legumes ou vegetais, posições relativas que não se alteraram após padronização para a idade. A população com escolaridade mais elevada apresentava prevalências mais elevadas relativas ao consumo de fruta (81,5%) e ao consumo de legumes e vegetais (80,0%). A população desempregada tinha as menores prevalências destes consumos (71,5% e 68,5%, respetivamente). Conclusões principais: A informação obtida pelo primeiro INSEF é representativa da população portuguesa a nível nacional e de cada uma das suas 7 regiões e utilizou os métodos estabelecidos pelo European Health Examination Survey (EHES). O processo de inquérito envolveu desde o início a rede formada pelas 7 Regiões de Saúde de Portugal, o INSA, órgão do Ministério da Saúde e o INSP. No que se refere aos determinantes de saúde são de realçar as elevadas frequências de sedentarismo nos tempos livres (44,8%), o binge drinking, reportado por 33,8% da população masculina, e a exposição ao fumo ambiental do tabaco, que afetava 12,8% da população. A identificação de grupos com indicadores de saúde distribuídos de forma diferente a nível regional, ou nos subgrupos populacionais analisados, fornecem informação útil na priorização das intervenções e na quantificação de potenciais ganhos de saúde, como a população mais idosa, menos escolarizada ou desempregada que surgem, de modo geral, com indicadores de saúde mais desfavoráveis.
- Absence of prenatal ultrasound surveillance: Data from the Portuguese congenital anomalies registryPublication . Correia, Sandrina; Machado, Ausenda; Braz, Paula; Rodrigues, Ana Paula; Dias, Carlos MatiasIn Portugal, prenatal care guidelines advocate two prenatal ultrasound scans for all pregnant women. Not following this recommendation is considered inadequate prenatal surveillance. The National Registry of Congenital Anomalies (RENAC in Portuguese) is an active population-based registry and an important instrument for the epidemiological surveillance of congenital anomalies (CA) in Portugal. Regarding pregnancies with CA, this study aims to describe the epidemiology of absent prenatal ultrasound scans and factors associated with this inadequate surveillance.
- Acidente Vascular Cerebral: evolução e tendência da taxa de incidência na população sob observação da rede Médicos-Sentinela de 1990 a 2012Publication . Sousa Uva, Mafalda; Antunes, Liliana; Rodrigues, Ana; Pinto, Daniel; Nunes, Baltazar; Dias, Carlos MatiasO Acidente Vascular Cerebral (AVC) tem sido descrito como uma das principais causas de morte em Portugal (em 2012 128,6/105). Embora tenha vindo a ser realizada a monitorização das taxas de mortalidade por AVC em Portugal, permanece escassa a informação relativa a outras relevantes medidas epidemiológicas de frequência desta doença, designadamente, a prevalência e a incidência. A Rede de Médicos Sentinela é o único sistema de observação em saúde que tem permitido o cálculo anual das taxas de incidência de AVC, na população sob observação da rede que inclui, exclusivamente, indivíduos inscritos nas listas de utentes dos cuidados de saúde primários. O objectivo do presente trabalho foi Descrever a evolução e analisar as tendências das estimativas de incidência de AVC entre 1990 e 2012, na população sob observação pela Rede Médicos- Sentinela (MS). Observou-se que a taxa de incidência de AVC não tem sofrido alterações significativas no período estudado e tem-se mantido sempre superior nos homens, o que se poderá dever à maior prevalência de hipertensão arterial e à maior prevalência de consumo de tabaco neste sexo.
- Acidentes domésticos e de lazer em crianças e jovens durante a pandemia da COVID-19, 2019-2021Publication . Alves, Tatiana; Silva, Susana; Braz, Paula; Rodrigues, Emanuel; Neto, Mariana; Mexia, Ricardo; Dias, Carlos MatiasNos últimos dois anos, entre 2020 e 2021, as crianças e os jovens terão enfrentado vários desafios decorrentes das restrições causadas pela situação pandémica da COVID-19, com interferência nas diferentes dimensões da sua vida. Considerando que as medidas de contenção da pandemia poderão ter conduzido a alterações familiares, sociais e ao nível da participação e utilização do ambiente envolvente, importa conhecer o impacto destas alterações na ocorrência de acidentes domésticos e de lazer (ADL) nesta população. O presente estudo tem como finalidade contribuir para um melhor conhecimento sobre os ADL ocorridos durante a pandemia da COVID-19 que motivaram o recurso ao serviço de urgência (SU) em crianças e jovens. Entre 2019 e 2021, a partir do sistema EVITA foram analisados 148 440 episódios de recurso ao SU devidos a ADL em crianças e jovens até aos 19 anos, ocorridos ao ar livre, em áreas desportivas, em casa, na escola, em áreas institucionais e recintos públicos. Observou-se uma diminuição de 25% no número de episódios de admissão ao SU por ADL ocorridos em 2020 e uma diminuição de 7% em 2021, ambos face a 2019.
- Acidentes domésticos e de lazer em tempos da pandemia da COVID-19 em PortugalPublication . Alves, Tatiana; Rodrigues, Emanuel; Neto, Mariana; Mexia, Ricardo; Dias, Carlos MatiasO contexto pandémico que vivemos veio realçar o significado e impacto das medidas de prevenção. Importa, assim, olharmos para eventos mais comuns, alguns deles evitáveis, como são os Acidentes Domésticos e de Lazer (ADL), em que comportamentos mais seguros no quotidiano poderão evitar impacto negativo na saúde e o recurso a serviços de saúde. A informação gerada pelo sistema EVITA permitiu desenvolver o presente estudo com o objetivo de conhecer a evolução dos episódios de ADL com necessidade de recorrência ao Serviço de Urgência, com base nos registos hospitalares, entre 2017 e 2020. Verificou-se que, desde março de 2020, tem vindo a ocorrer uma diminuição do número de episódios de ADL registados no sistema EVITA, tendo o menor valor sido registado no mês de abril (n=16 984). Os episódios de ADL registados entre março e novembro de 2020 mantiveram-se sempre abaixo dos valores observados nos períodos homólogos dos últimos quatro anos.
- Acidentes domésticos e de lazer ocorridos em pessoas com 65 e mais anos durante a pandemia da COVID-19: comparação entre 2019 e 2020Publication . Alves, Tatiana; Rodrigues, Emanuel; Neto, Mariana; Mexia, Ricardo; Dias, Carlos MatiasO presente estudo tem como finalidade contribuir para um melhor conhecimento sobre os acidentes domésticos e de lazer (ADL) ocorridos durante a pandemia da COVID-19 que motivaram o recurso ao Serviço de Urgência (SU) por pessoas com 65 e mais anos. Pretendemos assim melhorar a nossa compreensão deste fenómeno de saúde. Num contexto pandémico em que se tem observado a redução na procura dos serviços de saúde por motivos não relacionados com a patologia COVID-19, o aumento de episódios de ADL nos idosos com 65 e mais anos em 2020, comparado com 2019, reforça a necessidade de aprofundamento do estudo deste problema de saúde. A partir do sistema EVITA (Epidemiologia e Vigilância dos Traumatismos e Acidentes) foram analisados 120850 episódios de recurso ao SU devidos a ADL em pessoas com 65 e mais anos, correspondendo ao total de acidentes ocorridos em 2019 e 2020 neste grupo populacional. Em 2020 observou-se um aumento significativo do número de episódios de ADL ocorridos em casa (2020=41252; 2019=34397), causados por queda (2020=45057; 2019=43102) e com necessidade de internamento hospitalar (2020=9464; 2019=6859).
- Acidentes Domésticos e de Lazer: caracterização da ocorrência na população idosa de 2013 a 2015Publication . Alves, Tatiana; Rodrigues, Emanuel; Neto, Mariana; Mexia, Ricardo; Dias, Carlos MatiasIntrodução: A vigilância dos acidentes domésticos e de lazer (ADL) notificados pelas urgências de unidades de saúde do Serviço Nacional de Saúde (SNS) assenta no sistema EVITA - Epidemiologia e Vigilância dos Traumatismos e Acidentes, coordenado pelo Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, em colaboração com a Administração Central do Sistema de Saúde. O sistema EVITA possibilita a caracterização deste tipo de acidentes, cuja causa direta não seja doença, acidente de viação, acidente de trabalho ou violência, bem como, obter a caracterização das vítimas, das situações, agentes envolvidos e identificar situações ou produtos perigosos envolvidos. O presente estudo teve como objetivo caracterizar a ocorrência de ADL na população portuguesa com mais de 65 anos verificados no período 2013-2015, contribuindo assim para o desenvolvimento de estratégias de prevenção orientadas e efetivas. Material e Métodos: Os dados referentes aos ADL ocorridos na população com 65 e mais anos recolhidos pelo sistema EVITA no período compreendido entre 1 de janeiro de 2013 e 31 de dezembro de 2015 foram analisados em relação à sua distribuição percentual no que respeita ao local de ocorrência, atividade no momento da ocorrência e mecanismos da lesão. Resultados e Conclusões: O sistema EVITA recolheu no período acima mencionado 6107 casos de ADL ocorridos em pessoas com mais de 65 anos, com necessidade de recorrência ao SU hospitalar, num total de 26681 casos de ADL registados por este sistema. A distribuição percentual por sexo dos ADL revela uma percentagem mais elevada no sexo feminino (64,5%) em relação ao sexo masculino (35,5%). A análise do local de ocorrência do acidente revelou a “Casa” com percentagem mais elevada de ADL (63,3%), sendo a “Cozinha” o local dentro de casa com maior frequência (5,5%). Na maioria dos ADL (64,0%), a atividade no momento do acidente foi classificada como “Outra”. Considerando as restantes categorias de atividades que compõem a variável, a “Doméstica” revelou a percentagem mais elevada (15,0%) seguida do “Lazer” (12,4%). De entre os mecanismos de lesão que mais contribuíram para o número de ADL, as quedas destacam-se com a percentagem mais elevada (90,0%). Atendendo ao impacto conhecido dos ADL na saúde em termos de mortalidade e morbilidade, particularmente, em pessoas mais vulneráveis, considera-se que este estudo contribui para a caracterização deste problema e do seu relevo para a Saúde Pública, no sentido de serem adotadas medidas adequadas para apoio na determinação de políticas de prevenção, com eventual envolvimento de diversos parceiros.
- Acidentes domésticos e de lazer: resultados do sistema de vigilância EVITA apurados para o período 2013-2015Publication . Alves, Tatiana; Rodrigues, Emanuel; Neto, Mariana; Mexia, Ricardo; Dias, Carlos MatiasA vigilância dos Acidentes Domésticos e de Lazer (ADL) notificados pelas urgências de unidades de saúde do Serviço Nacional de Saúde (SNS) é a base do sistema EVITA - Epidemiologia e Vigilância dos Traumatismos e Acidentes, coordenado pelo Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, em colaboração com a Administração Central dos Sistemas de Saúde, desde 2000. Os resultados apresentados reportam-se aos dados recolhidos pelo sistema EVITA entre 1 de janeiro de 2013 e 31 de dezembro de 2015, num total de 26681 ADL. A análise dos dados é descritiva, tendo sido utilizado o software estatístico SPSS 20.0 (SPSS inc.). As lesões causadas por “queda” e verificadas em “Casa” foram as mais frequentemente registadas por EVITA entre 2013 e 2015. Os grupos etários mais registados foram os correspondentes aos grupos de indivíduos dos 0 aos 14 anos e com 65 e mais anos. O padrão de distribuição etária e por sexo de ADL revelado por este sistema entre 2013 e 2015 indica alguns grupos de idade como potencial alvo para programas de intervenção. O facto de a informação sobre a lesão ser obtida sem triagem nem diagnóstico médico prévio numa amostra de conveniência de serviços de urgências do SNS, aconselham precaução na interpretação. Ainda assim, EVITA é único e a informação que recolhe não é obtida nem divulgada atualmente por outra via em Portugal.
- Acidentes Domésticos e de Lazer: resultados preliminares do sistema EVITA apurados para o período 2013-2015Publication . Alves, Tatiana; Rodrigues, Emanuel; Neto, Mariana; Mexia, Ricardo; Dias, Carlos MatiasIntrodução: A vigilância dos acidentes domésticos e de lazer (ADL) notificados pelas urgências de unidades de saúde do Serviço Nacional de Saúde (SNS) assenta no sistema EVITA - Epidemiologia e Vigilância dos Traumatismos e Acidentes, coordenado pelo Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, em colaboração com a Administração Central dos Sistemas de Saúde. Este registo e sistema de vigilância tem como objetivo determinar frequências e tendências relativas à ocorrência deste tipo de acidentes, cuja causa direta não seja doença, acidente de viação, acidente de trabalho ou violência, bem como, obter a caracterização das vítimas, das situações, agentes envolvidos e identificar situações de risco e de produtos perigosos envolvidos. Material e Métodos: Os resultados apresentados reportam-se aos dados recolhidos pelo sistema EVITA entre 1 de janeiro de 2013 e 31 de dezembro de 2015. Resultados e Conclusões: O sistema EVITA recolheu no período acima mencionado 26 713 ADL. A distribuição percentual por sexo dos ADL revela uma percentagem mais elevada no sexo masculino (52,6) em relação ao sexo feminino (47,4), que também pode ser observada nos grupos etários entre os 0 e 54 anos. Por outro lado, todos os grupos etários seguintes (>= 55 anos) revelaram um padrão inverso. A “Casa” evidenciou-se como o local de ocorrência com percentagem mais elevada de ADL (46.1%), sendo a “Cozinha” o local dentro de casa com maior frequência (4.1%). De entre os mecanismos de lesão que mais contribuíram para o número de ADL, as quedas destacam-se com a percentagem mais elevada (68.8%). O sistema EVITA possui ainda algumas limitações, que deverão ser tomadas em conta na interpretação dos resultados apresentados, entre elas: a informação sobre o diagnóstico da lesão ser obtida sem diagnóstico médico prévio e tratar-se de uma amostra de conveniência de serviços de urgências do SNS sem representatividade nacional. No entanto, o sistema EVITA é único e a informação que recolhe não pode ser obtida por outra via dado não existir outro sistema que forneça informação atualizada sobre as características e causas dos ADL ocorridos em Portugal. Consideramos crucial o conhecimento e divulgação da ocorrência deste tipo de acontecimentos com relevo para a Saúde Pública, no sentido de serem adotadas medidas adequadas para apoio na determinação de políticas de prevenção, com eventual envolvimento de diversos parceiros.
