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- Acidentes Domésticos e de Lazer: resultados preliminares do sistema EVITA apurados para o período 2013-2015Publication . Alves, Tatiana; Rodrigues, Emanuel; Neto, Mariana; Mexia, Ricardo; Dias, Carlos MatiasIntrodução: A vigilância dos acidentes domésticos e de lazer (ADL) notificados pelas urgências de unidades de saúde do Serviço Nacional de Saúde (SNS) assenta no sistema EVITA - Epidemiologia e Vigilância dos Traumatismos e Acidentes, coordenado pelo Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, em colaboração com a Administração Central dos Sistemas de Saúde. Este registo e sistema de vigilância tem como objetivo determinar frequências e tendências relativas à ocorrência deste tipo de acidentes, cuja causa direta não seja doença, acidente de viação, acidente de trabalho ou violência, bem como, obter a caracterização das vítimas, das situações, agentes envolvidos e identificar situações de risco e de produtos perigosos envolvidos. Material e Métodos: Os resultados apresentados reportam-se aos dados recolhidos pelo sistema EVITA entre 1 de janeiro de 2013 e 31 de dezembro de 2015. Resultados e Conclusões: O sistema EVITA recolheu no período acima mencionado 26 713 ADL. A distribuição percentual por sexo dos ADL revela uma percentagem mais elevada no sexo masculino (52,6) em relação ao sexo feminino (47,4), que também pode ser observada nos grupos etários entre os 0 e 54 anos. Por outro lado, todos os grupos etários seguintes (>= 55 anos) revelaram um padrão inverso. A “Casa” evidenciou-se como o local de ocorrência com percentagem mais elevada de ADL (46.1%), sendo a “Cozinha” o local dentro de casa com maior frequência (4.1%). De entre os mecanismos de lesão que mais contribuíram para o número de ADL, as quedas destacam-se com a percentagem mais elevada (68.8%). O sistema EVITA possui ainda algumas limitações, que deverão ser tomadas em conta na interpretação dos resultados apresentados, entre elas: a informação sobre o diagnóstico da lesão ser obtida sem diagnóstico médico prévio e tratar-se de uma amostra de conveniência de serviços de urgências do SNS sem representatividade nacional. No entanto, o sistema EVITA é único e a informação que recolhe não pode ser obtida por outra via dado não existir outro sistema que forneça informação atualizada sobre as características e causas dos ADL ocorridos em Portugal. Consideramos crucial o conhecimento e divulgação da ocorrência deste tipo de acontecimentos com relevo para a Saúde Pública, no sentido de serem adotadas medidas adequadas para apoio na determinação de políticas de prevenção, com eventual envolvimento de diversos parceiros.
- Desigualdades socioeconómicas na autorreporte incorreto de hipertensão arterial em Portugal: resultados do 1º Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF)Publication . Kislaya, Irina; Rodrigues, Ana Paula; Barreto, Marta; Gaio, Vânia; Antunes, Liliana; Namorado, Sónia; Gil, Ana Paula; Nunes, Baltazar; Dias, Carlos MatiasIntrodução: Os indicadores de estado de saúde podem ser obtidos através de inquéritos a amostras probabilísticas da população, utilizando dados autorreportados ou objetivamente medidos. Este estudo tem como objetivo comparar a prevalência de hipertensão arterial autorreportada com a prevalência baseada na medição direta da tensão arterial, de forma a identificar os fatores associados ao autorreporte incorreto de hipertensão. Métodos: O Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF) foi realizado em 2015 numa amostra representativa da população Portuguesa com idade entre os 25 e os 74 anos (n=4911). O INSEF incluiu a medição da tensão arterial, a colheita de sangue e um questionário geral de saúde aplicado por entrevista. A tensão arterial foi medida 3 vezes no braço direito com 1 minuto de intervalo entre as medições. Foram definidos como hipertensos os indivíduos cuja tensão arterial sistólica média fosse igual ou superior a 140 mmHg ou a tensão arterial diastólica média fosse igual ou superior a 90mmHg, ou que reportaram estar a tomar medicação antihipertensora nas 2 semanas anteriores à entrevista. Os dados autorreportados sobre diagnóstico médico da hipertensão, obtidos através do questionário, foram utilizados para estimar a prevalência de hipertensão autorreportada. A regressão logística foi utilizada para estimar odds ratios (OR) de autorreporte incorreto de hipertensão de acordo com sexo, idade, nivel de escolaridade e consulta com um médico de família nos últimos 12 meses. Resultados: A prevalência de hipertensão baseada nas medições diretas foi de 36,0% [IC95%: 34,3-37,7], enquanto a prevalência de hipertensão diagnosticada autorreportada foi de 25,7% [IC95%: 23,9-27,5]. Dos indivíduos com hipertensão baseada na medição direta, 69,8% [IC95%: 64,8-74,3] conheciam a sua condição de saúde. O relato incorreto de hipertensão estava associado ao sexo masculino (OR = 2,0, [IC95%: 1,5-2,8]), idade entre os 45 e os 54 anos (OR = 1.5, [IC95%: 1,0-2,2]), não consultar um médico de família nos últimos 12 meses (OR=1.4, [IC95%:1,0-1,8]) e baixos níveis de escolaridade (OR = 2,0 [IC95%: 1,3-3,0], OR = 1,6 [IC95%: 1,2-2,3], para o 1 ciclo do ensino básico e o 2 ou 3 ciclo do ensino básico, respetivamente). Conclusões: Os dados autorreportados subestimam a prevalência de hipertensão arterial. A idade, o sexo, o nível de escolaridade e as consultas de medicina geral e familiar foram identificados como sendo fatores associados ao autorreporte incorreto de hipertensão.
- Primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico 2015: objetivos, métodos e implementaçãoPublication . Nunes, Baltazar; Barreto, Marta; Gil, Ana Paula; Kislaya, Irina; Namorado, Sónia; Antunes, Liliana; Gaio, Vânia; Santos, Ana João; Rodrigues, Ana Paula; Santos, Joana; Roquette, Rita; Alves Alves, Clara; Castilho, Emília; Cordeiro, Eugénio; Dinis, Ana; Prokopenko, Tamara; Silva, Ana Clara; Vargas, Patrícia; Dias, Carlos MatiasIntrodução: Os inquéritos de saúde com exame físico, onde informação colhida por entrevista é complementada com dados objetivos colhidos por exame físico e análises laboratoriais produzem indicadores mais válidos do que os colhidos por auto-reporte. Nesta comunicação serão apresentados os objetivos, o desenho, o planeamento e a implementação do Primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF 2015) realizado em Portugal. O INSEF foi coordenado pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge com a colaboração das 5 Administrações Regionais de Saúde e Secretarias Regionais de Saúde das Regiões Autónomas, com a parceria do Instituto Norueguês de Saúde Pública com financiamento das EEAGrants. Material e Métodos: O INSEF 2015 é um estudo de prevalência de base populacional delineado de forma a ser representativo da população residente em Portugal (≥ 12 meses) com idade entre os 25 e os 74 anos. Os indivíduos foram selecionados do Registo Nacional do Utente usando uma amostragem probabilística por grupos, multi-etápica e estratificada por região e tipologia de área urbana. A dimensão da amostra foi estabelecia em 4200 indivíduos a nível nacional, com alocação homogénea por região. A informação foi colhida nas unidades de cuidados de saúde primários e incluiu a medição da tensão arterial, altura, peso, perímetro da cintura e da anca, a colheita de sangue para a medição do perfil lipídico, HbA1c, hemograma e a aplicação de um questionário geral de saúde por entrevista assistida por computador. Como referência foram usados os procedimentos do Inquérito Europeu com Exame Físico1-3. Resultados: Cerca de 137 elementos das equipas regionais foram formados e desenvolveram trabalho de campo. Dos 12289 indivíduos selecionados 4911 aceitaram participar no INSEF (taxa de participação de 43,9%). A taxa de participação variou por região, sexo e grupo etário, tendo sido mais baixa na região de Lisboa e Vale do Tejo (32,8%), nos homens (41,8%) e no grupo etário dos 25-34 anos (36%). De todas componentes de colheita de dados aquela que apresentou a mais elevada taxa de falha (1,2%) foi a colheita e processamento das amostras de sangue. Conclusões: No final do INSEF foi possível implementar uma estrutura nacional e regional para o desenvolvimento e implementação de inquéritos de saúde com exame físico. A partir de 2015, informação epidemiológica nacional e regional de qualidade passou a estar disponível para a monitorização, o planeamento e a investigação em saúde pública.
- Fatores associados à vacinação antigripal regular em doentes crónicos portugueses: resultados do 1º Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF 2015)Publication . Machado, Ausenda; Kislaya, Irina; Gaio, Vânia; Barreto, Marta; Antunes, Liliana; Santos, Ana João; Namorado, Sónia; Gil, Ana Paula; Nunes, Baltazar; Dias, Carlos MatiasEm Portugal, a vacinação antigripal anual sazonal é recomendada aos indivíduos com 65 ou mais anos, doentes crónicos, grávidas, profissionais de saúde e cuidadores. A cobertura da vacina (CV) nestes grupos é inferior ao desejado, sendo aproximadamente de 35% no grupo dos doentes crónicos. Este estudo tem como objetivo identificar fatores associados à vacinação antigripal regular nos doentes crónicos com idade entre os 25 e 74 anos, para os quais a vacina é recomendada. Desenho de estudo: Transversal. Análise secundária dos dados recolhidos em 2015 no 1º Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF). População alvo: indivíduos com idade entre os 25 e os 74 anos, que relataram ter pelo menos uma patologia crónica (respiratória, cardiovascular, renal, hepática ou diabetes) há mais de 4 anos. Amostra: Probabilística bi-etápica (n=4911). Análise estatística: O estado de vacinação autorreportado nas 4 épocas (2011/12 - 2014/15) foi categorizado em 3 níveis: não vacinados em nenhuma época, vacinados ocasionalmente (1-3 vezes nas 4 épocas) e vacinados em todas as épocas (vacinação regular). Regressão logística multinomial foi utilizada para estimar odds ratio (OR) da vacinação antigripal considerando os fatores descritos. Todas as análises tiveram em conta o desenho amostra [3]. A CV na época 2014/15 foi de 29,7% (IC95%: 26,4-33,4), atingindo 42,9% (IC95%: 36,0-50,1) nos diabéticos, 32,6% (IC95%: 26,2-39,6) nos doentes com patologia respiratória e 28,8% (IC95%: 25,7-32,1) nos indivíduos com patologia cardiovascular. A maioria relatou nunca ter sido vacinada (60,6%; IC95%: 56,4-64,6) e apenas 23,7% (IC95%; 20,1-27,7) referiu ter-se vacinado em todas as 4 épocas em estudo. •Ter idade compreendida entre os 65 e 74 anos (OR=6,4; IC95%: 4,22-9,7); •Ter tido uma consulta com o médico assistente no ano anterior (OR=1,95; IC95%: 1,02-3,72); •Viver em coabitação com pelo menos mais uma pessoa (OR=2,35; IC95%: 1,17-4,73); •Ter diabetes (OR=2,2; IC95%: 1,31-3,69); •Ter patologia cardiovascular diminuiu a vacinação regular (OR=0,54; IC95%: 0,36-0,82). Na época 2014/15, verificaram-se diferenças na CV de acordo com a patologia (menor CV nos doentes com patologia cardiovascular comparativamente aos diabéticos). Relativamente aos fatores associados à vacinação regular, ter uma patologia cardiovascular diminui este comportamento preventivo. Os fatores reportados neste estudo poderão ser tidos em conta no desenvolvimento de estratégias para promover a vacinação nos doentes crónicos.
