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Abstract(s)
A monitorização da mortalidade por todas as causas Ć© uma ferramenta Ćŗtil na identificação de fenómenos de saĆŗde, ou desastres de elevada gravidade ou de elevada incidĆŖncia na população e impacto na mortalidade. Em Portugal, a monitorização da mortalidade Ć© realizada, desde 2007, pelo Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de SaĆŗde Doutor Ricardo Jorge, permitindo estimar impactos associados a diversos eventos tais como: epidemias de gripe, COVID-19, perĆodos de temperaturas extremas e acidentes.
Este relatório tem como objetivos, descrever a evolução da mortalidade por todas as causas durante o ano de 2022 [semana 01/2022 Ć semana 52/2022 (03 janeiro de 2022 a 01 janeiro de 2023)], bem como identificar e analisar os perĆodos de excesso de mortalidade identificados.
No perĆodo em estudo, foram registados 124.602 óbitos em Portugal, tendo sido identificados quatro perĆodos de excesso de mortalidade a nĆvel nacional [6.135 óbitos em excesso (IC 95%: 5.214-7.056)]:
1. 17 janeiro a 06 de fevereiro: 891 óbitos em excesso (IC 95%: 479-1.303; 12 % de excesso em relação ao esperado); temporalmente coincidente com uma onda de COVID-19 e um perĆodo de temperaturas baixas, identificado pelo sistema de vigilĆ¢ncia FRIESA como um perĆodo de frio extremo com efeito provĆ”vel na mortalidade;
2. 23 de maio a 19 de junho: 1.744 óbitos em excesso (IC 95%: 1.268-2.220; 21 % de excesso em relação ao esperado); temporalmente coincidente com uma vaga de COVID-19 e um perĆodo de temperaturas anormalmente elevadas para a Ć©poca do ano de acordo com o Instituto PortuguĆŖs do Mar e da Atmosfera (IPMA);
3. 04 de julho a 07 de agosto: 2.401 óbitos em excesso (IC 95%: 1.869-2.933; 25 % de excesso em relação ao esperado); temporalmente coincidente com perĆodos de calor extremo, identificados pelo sistema de vigilĆ¢ncia ĆCARO;
4. 28 de novembro a 18 de dezembro: 1.099 óbitos em excesso (IC 95%: 687-1.511; 15 % de excesso em relação ao esperado); coincidentes com o perĆodo epidĆ©mico da gripe.
Foram observados perĆodos de excesso de mortalidade em todas as regiƵes, embora com diferente duração e magnitude. A regiĆ£o Norte foi a regiĆ£o em que se identificou um maior nĆŗmero de semanas de excesso de mortalidade (18) distribuĆdas por quatro perĆodos. Observaram-se excessos de mortalidade no grupo etĆ”rio 15 aos 24 anos de idade e nos grupos etĆ”rios acima dos 65 anos. existindo um gradiente crescente com a idade em relação ao nĆŗmero de semanas em excesso de mortalidade (65-74 anos: 6 semanas; 75-84 anos: 9 semanas; e 85 mais: 22 semanas).
Dada a coincidĆŖncia temporal, podemos concluir que a maioria dos perĆodos de excessos de mortalidade identificados quer a nĆvel nacional, quer a nĆvel regional, terĆ£o estado potencialmente associados a fenómenos amplamente conhecidos por poderem ter impactos na mortalidade, particularmente, as epidemias de gripe e COVID-19 e os perĆodos de calor e frio extremos. Salientando-se que, os impactos devido Ć gripe e COVID-19 terĆ£o sido inferiores do que o observado noutros invernos, embora os impactos observados no verĆ£o tenham sido superiores aos observados em anos anteriores (ainda que dentro do esperado para a magnitude e duração dos perĆodos de calor registados).
Refira-se que o aumento da taxa de mortalidade em vÔrios grupos etÔrios indica um aumento do risco de morrer, em relação a anos pré-pandemia, que não parece totalmente explicado pelo envelhecimento populacional, uma vez que ao contrÔrio do que se observava antes da pandemia a taxa de mortalidade padronizada aumentou a partir de 2020 e ainda não regressou aos valores pré-pandemia.
Description
PerĆodo em anĆ”lise: 03 de janeiro de 2022 a 01 de janeiro de 2023.
Dados disponĆveis a 13 de janeiro de 2023.
Dados disponĆveis a 13 de janeiro de 2023.
Keywords
Mortalidade por Todas as Causas Observação em Saúde e Vigilância Mortalidade Monitorização em Saúde Estados de Saúde e de Doença COVID-19 Portugal
Pedagogical Context
Citation
Publisher
Instituto Nacional de SaĆŗde Doutor Ricardo Jorge, IP
