DEP - Relatórios científicos e técnicos
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- 1º Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF 2015): cuidados de saúde preventivosPublication . Santos, Ana João; Gil, Ana Paula; Kislaya, Irina; Antunes, Liliana; Braz, Paula; Rodrigues, Ana Paula; Alves, Clara Alves; Namorado, Sónia; Gaio, Vânia; Barreto, Marta; Castilho, Emília; Cordeiro, Eugénio; Dinis, Ana; Prokopenko, Tamara; Silva, Ana Clara; Vargas, Patrícia; Nunes, Baltazar; Dias, Carlos MatiasEnquadramento: A importância da informação obtida através de inquéritos de saúde com exame físico realizados a amostras probabilísticas da população, de que o primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF) é exemplo, deriva da utilização de métodos e instrumentos que resultam em informação com maior validade do que a reportada apenas pelos inquiridos. O acolhimento da proposta do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), para um primeiro INSEF em Portugal, como parte integrante do Projeto Pré-Definido do Programa Iniciativas em Saúde Pública, financiado pelo Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (EEA Grants) e operado pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), a posterior parceria com o Instituto Norueguês de Saúde Pública (INSP), e a colaboração com todas as regiões nacionais, constituem as fundações que permitiram a realização deste primeiro INSEF. No presente relatório são apresentados os resultados relativos à realização de consultas de saúde oral, de análises clínicas (glicémia, colesterolémia e triglicéridémia) e de exames complementares de diagnóstico, associados à prevenção secundária da doença oncológica (mamografia, citologia cervico-vaginal e pesquisa de sangue oculto nas fezes). Materiais e métodos: O INSEF é um estudo epidemiológico observacional, transversal de base populacional, programado e realizado para ser representativo ao nível regional e nacional, com a finalidade de contribuir para melhorar a Saúde Pública e reduzir as desigualdades em saúde, através da disponibilização de informação epidemiológica de elevada qualidade sobre o estado de saúde, determinantes e utilização de cuidados de saúde pela população portuguesa. A população alvo consistiu nos indivíduos entre os 25 e os 74 anos de idade, residentes em Portugal Continental ou nas Regiões Autónomas há mais de 12 meses, não-institucionalizados e com capacidade para acompanhar a entrevista em língua portuguesa. A amostra foi estratificada por região e área urbana/rural e constituída de forma probabilística em duas etapas. O trabalho de campo decorreu entre fevereiro e dezembro de 2015 e foi realizado por equipas constituídas, formadas e treinadas especificamente para o efeito, num total de 117 profissionais. Áreas de inquirição - O INSEF incluiu um conjunto de avaliações antropométricas e bioquímicas, e a aplicação de um questionário por entrevista pessoal assistida por computador (CAPI). A recolha de dados foi organizada em três componentes: 1) exame físico, que incluiu a medição da tensão arterial, da altura, do peso e dos perímetros da cintura e da anca; 2) recolha de amostras de sangue para avaliação de parâmetros bioquímicos (colesterol total, LDL, HDL e triglicerídeos), da hemoglobina glicosilada (HbA1c) e do hemograma; 3) questionário, com recolha de informação autorreportada sobre variáveis demográficas e socioeconómicas, estado de saúde, determinantes de saúde relacionados com comportamentos e utilização de serviços e cuidados de saúde, incluindo os cuidados preventivos. Indicadores reportados no presente relatório - O presente relatório contém os resultados de um conjunto de indicadores inseridos na área temática Cuidados de Saúde, obtidos através de dados recolhidos na componente entrevista. Especificamente são apresentados resultados relativos à frequência da realização de consultas de saúde oral, de análises clínicas (glicémia, colesterolémia e triglicéridémia) e de exames complementares de diagnóstico, associados à prevenção secundária de algumas doenças oncológicas, nomeadamente, a mamografia, a citologia cervico-vaginal e a pesquisa de sangue oculto nas fezes. Análise estatística - Todos os indicadores incluídos no presente relatório foram estimados a nível nacional para subgrupos específicos da população, nomeadamente por região, sexo, grupo etário, nível de escolaridade, situação perante o trabalho e atribuição de médico de família pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS). Todas as estimativas pontuais apresentadas foram ajustadas utilizando pesos amostrais calibrados para a distribuição da população portuguesa, por sexo e grupo etário, em cada uma das 7 Regiões de Saúde para a estimativa da população residente em 2014. Para a análise comparativa, as estimativas estratificadas por região, nível de escolaridade, situação perante o trabalho e atribuição de médico de família pelo SNS, foram padronizadas pelo método direto para a distribuição da população portuguesa (2014) por sexo e grupo etário. Resultados principais: Durante o INSEF foram observados 4911 indiví- duos (2265 homens: 46,1% e 2646 mulheres: 53,9%), na sua maioria naturais de Portugal (91,2%), casados ou em união de facto (70,0%), em idade ativa (84,3% com idade entre os 25 e os 64 anos), com um nível de escolaridade inferior ao ensino secundário (63,4%) e estando 11,2% desempregados. Nos 12 meses anteriores à entrevista, 51,3% da população estudada consultou um profissional de saúde oral. Considerando a distribuição por sexo, grupo etário e região, observou-se uma maior frequência desta consulta na população feminina (55,5%), no grupo etário dos 35 aos 44 anos (56,9%) e na região Norte (55,4%). Observou-se ainda maior frequência entre os mais escolarizados (65,7% com Ensino Superior) e nos indivíduos com atividade profissional remunerada (55,0%). No ano de 2015, em Portugal, 69,7% da popula- ção entre os 25 e os 74 anos referiu ter, nos 12 meses anteriores à entrevista, efetuado análises clínicas, a pelo menos um dos parâmetros inquiridos (glicémia, colesterolémia, trigliceridémia). Esta frequência foi mais elevada no sexo feminino (72,7%) e aumentou com a idade (84,2% no grupo dos 65 aos 74 anos de idade). Foi também mais frequente nos indivíduos que têm médico de família atribuído pelo SNS (71,3% com médico de família vs. 58,7% sem médico de família). Na população feminina entre os 50 e os 69 anos de idade, 94,8 % reportou ter realizado mamografia nos 2 anos anteriores à entrevista. A percentagem foi mais elevada nas mulheres com ensino secundário (95,8%) e menos elevada nas mulheres desempregadas (89,3%). Os resultados indicam que 86,3% das mulheres entre os 25 e os 64 anos de idade referem ter realizado citologia cervico-vaginal nos 3 anos anteriores à entrevista. As percentagens mais elevadas observaram-se no grupo etário entre os 35 e os 44 anos (90,8%), na região Norte (91,7%), nas mulheres com ensino superior (90,8%) e naquelas que tinham uma atividade profissional remunerada (88,7%). Referiram ter realizado pesquisa de sangue oculto nas fezes, nos 2 anos anteriores à entrevista, 45,7% dos inquiridos, sendo este valor muito próximo do estimado para a população que nunca realizou o exame (44,2%). Não se observaram diferenças entre os sexos. O reporte de realização deste exame diminui com o aumento do nível de escolaridade, de 48,0% na população sem nível escolaridade ou com o primeiro ciclo do ensino básico até 34,7% na população com ensino superior. A percentagem de mulheres que relataram ter efetuado uma mamografia nos 2 anos anteriores ou que efetuaram uma citologia cervico-vaginal nos 3 anos anteriores à entrevista, foi mais elevada no grupo com médico de família atribuído pelo SNS. Também os indivíduos com médico de família, comparativamente aos indivíduos sem médico de família atribuído pelo SNS, apresentaram a percentagem mais elevada de realização de pesquisa de sangue oculto nas fezes nos 2 anos anteriores à entrevista. Conclusões principais: A informação obtida pelo primeiro INSEF é representativa da população portuguesa a nível nacional e de cada uma das suas 7 regiões e utilizou os métodos estabelecidos pelo European Health Examination Survey (EHES). O processo de inquérito envolveu desde o início a rede formada pelas 7 Regiões de Saúde de Portugal, o INSA, órgão do Ministério da Saúde e o INSP. As diferenças observadas nas estimativas populacionais de vários dos indicadores justificam a atenção das intervenções de saúde sobre a utilização de cuidados de saúde preventivos pela população residente em Portugal com idade entre os 25 e os 74 anos de idade. As estimativas populacionais indicam que a frequência da utilização de cuidados de saúde preventivos varia consoante a área geográfica e o tipo de serviço considerado. A realização de análises clínicas e da mamografia parecem ser exames e análises complementares de diagnósticos generalizados para a população portuguesa considerada de referência. Dos três exames de prevenção secundária da doença oncológica, a pesquisa de sangue oculto nas fezes foi a menos frequente junto da população portuguesa entre os 50 e os 74 anos. De acordo com os resultados obtidos, no que respeita à utilização de cuidados de saúde preventivos, podemos concluir que existe influência do perfil sociodemográfico na população, diferenciado de acordo com o tipo de exames. Os resultados evidenciam ainda a importância dos médicos de família do SNS para a frequência de realização da mamografia, citologia cervicovaginal e pesquisa de sangue oculto nas fezes, exames e análises utilizados muitas vezes enquanto instrumentos de rastreio oncológico.
- 1º Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF 2015): determinantes de saúdePublication . Namorado, Sónia; Santos, Joana; Antunes, Liliana; Kislaya, Irina; Santos, Ana João; Castilho, Emília; Cordeiro, Eugénio; Dinis, Ana; Barreto, Marta; Gaio, Vânia; Gil, Ana Paula; Rodrigues, Ana Paula; Silva, Ana Clara; Alves, Clara Alves; Vargas, Patrícia; Prokopenko, Tamara; Nunes, Baltazar; Dias, Carlos MatiasEnquadramento: A importância da informação obtida através de inquéritos de saúde com exame físico realizados a amostras probabilísticas da população, de que o primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF) é exemplo, resulta da utilização de métodos e instrumentos que resultam em informação com maior validade do que a reportada apenas pelos inquiridos. O acolhimento da proposta do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), para um primeiro INSEF em Portugal, como parte integrante do Projeto Pré-Definido do Programa Iniciativas em Saúde Pública, financiado pelo Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (EEA Grants) e operado pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), a posterior parceria com o Instituto Norueguês de Saúde Pública (INSP), e a colaboração com todas as regiões nacionais, constituem as fundações que permitiram a realização deste primeiro INSEF. No presente relatório são apresentados os resultados relativos aos determinantes de saúde da população residente em Portugal, com idade entre os 25 e os 74 anos de idade, em 2015. Materiais e métodos: O INSEF é um estudo epidemiológico observacional, transversal de base populacional, programado e realizado para ser representativo ao nível regional e nacional, com a finalidade de contribuir para melhorar a Saúde Pública e reduzir as desigualdades em saúde, através da disponibilização de informação epidemiológica de elevada qualidade sobre o estado de saúde, determinantes e utilização de cuidados de saúde pela população portuguesa. A população alvo consistiu nos indivíduos entre os 25 e os 74 anos de idade, residentes em Portugal Continental ou nas Regiões Autónomas há mais de 12 meses, não-institucionalizados e com capacidade para acompanhar a entrevista em língua portuguesa. A amostra foi estratificada por região e área urbana/rural e constituída de forma probabilística em duas etapas. O trabalho de campo decorreu entre fevereiro e dezembro de 2015 e foi realizado por equipas constituídas, formadas e treinadas especificamente para o efeito, num total de 117 profissionais. Áreas de inquirição - O INSEF incluiu um conjunto de avaliações antropométricas e bioquímicas, e a aplicação de um questionário por entrevista pessoal assistida por computador (CAPI). A recolha de dados foi organizada em três componentes: 1) exame físico, que incluiu a medição da tensão arterial, da altura, do peso e dos perímetros da cintura e da anca; 2) recolha de amostras de sangue para avaliação de parâmetros bioquímicos (colesterol total, LDL, HDL e triglicerídeos), da hemoglobina glicosilada (HbA1c) e do hemograma; 3) questionário, com recolha de informação autorreportada sobre variáveis demográficas e socioeconómicas, estado de saúde, determinantes de saúde relacionados com comportamentos e utilização de serviços e cuidados de saúde, incluindo os cuidados preventivos. Indicadores reportados no presente relatório - O presente relatório contém os resultados da área temática Determinantes de Saúde obtidos através de dados recolhidos na componente de entrevista. Os resultados incluem a prevalência do consumo de tabaco e de exposição ao fumo ambiental de tabaco, a prevalência do consumo excessivo de álcool numa única ocasião (binge drinking) no ano anterior à entrevista, a prevalência de indivíduos com atividade física sedentária nos tempos livres, a prevalência de indivíduos que praticam exercício físico pelo menos uma vez por semana e a prevalência do consumo diário de frutas e de vegetais. Análise estatística - Todos os indicadores incluídos no presente relatório foram estimados a nível nacional para subgrupos específicos da população, nomeadamente por região, sexo, grupo etário, nível de escolaridade e situação perante o trabalho. Todas as estimativas pontuais apresentadas foram ajustadas utilizando pesos amostrais calibrados para a distribuição da população portuguesa, por sexo e grupo etário, em cada uma das 7 Regiões de Saúde para a estimativa da população residente em 2014. Para a análise comparativa, as estimativas estratificadas por região, nível de escolaridade e situação perante o trabalho foram padronizadas pelo método direto para a distribuição da população portuguesa (2014) por sexo e grupo etário. Resultados principais: Durante o INSEF foram observados 4911 indivíduos (2265 homens: 46,1% e 2646 mulheres: 53,9%), na sua maioria naturais de Portugal (91,2%), casados ou em união de facto (70,0%), em idade ativa (84,3% com idade entre os 25 e os 64 anos), com um nível de escolaridade inferior ao ensino secundário (63,4%) e estando 11,2% desempregados. O tabaco era consumido diariamente ou ocasionalmente por 28,3% da população masculina e por 16,4% da população feminina, observando- se a prevalência mais elevada no grupo etário entre os 25 e os 34 anos (45,6% nos homens e 25,1% nas mulheres) e a mais baixa no grupo etário entre os 65 e os 74 anos (10,8% nos homens e 2,5% nas mulheres). A Região Autónoma dos Açores (RAA) revelou prevalências mais elevadas nos homens (42,8%) e a região do Algarve nas mulheres (22,2%), independentemente da idade. Nas mulheres o consumo de tabaco aumentava com a escolaridade, enquanto nos homens era mais prevalente nos grupos com escolaridade intermédia (2º ou 3º ciclo do ensino básico), independentemente da idade. Os desempregados apresentavam as prevalências mais elevadas em qualquer dos sexos (43,0% nos homens e 27,0% nas mulheres). A exposição ao fumo ambiental do tabaco afetava 12,8% da população, sendo mais frequente entre os homens (14,9% vs 10,8%), na RAA (21,0%), na população com o 2º ou o 3º ciclo do ensino básico (16,6%) e nos desempregados (17,0%). Cerca de um terço (33,8%) da população masculina referiu binge drinking, valor muito superior ao estimado para o sexo feminino (5,3%). Este tipo de consumo era mais prevalente no grupo etário mais jovem, tanto nos homens (51,9%) como nas mulheres (13,7%), diminuindo com a idade. A região do Alentejo e a Região Autónoma da Madeira (RAM) apresentavam as prevalências mais elevadas em qualquer dos sexos (homens: 51,6% e 49,9%; mulheres: 11,3% e 10,8%, respetivamente). A escolaridade mais elevada estava associada a uma maior prevalência deste tipo de comportamento (42,4% nos homens e 9,5% nas mulheres), independentemente da idade, sendo igualmente mais elevada a prevalência entre os homens profissionalmente ativos (41,0%) e entre as mulheres desempregadas (7,7%). O sedentarismo nos tempos livres afetava 44,8% da população, com prevalência mais alta nas mulheres (48,5% vs 40,6%), no grupo etário entre os 55 e os 64 anos de idade (46,9%), na RAA (52,5%), na população com menor escolaridade (51,6%) e desempregada (46,9%). Cerca de um terço da população (34,2%) referia praticar, pelo menos uma vez por semana, atividade física de forma a transpirar ou sentir cansaço, sendo esta prevalência mais elevada no sexo masculino (39,7%) e no grupo etário mais jovem (47,1%), diminuindo depois com a idade até 20,8% no grupo entre os 65 e os 74 anos de idade. A prevalência mais elevada de exercício físico de lazer (40,3%) observou-se na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), assim como na população com ensino superior (49,6%) e profissionalmente ativa (38,4%). Em 2015, 79,3% e 73,3% dos inquiridos consumiam diariamente fruta (excluindo sumos) e legumes ou vegetais (incluindo sopa), respetivamente. Estes valores eram mais elevados no sexo feminino (83,7% vs 74,4%, no caso do consumo de fruta e 80,1% vs 65,8%, no caso do consumo de legumes ou vegetais). O grupo etário mais jovem (25 a 34 anos) apresentava a menor prevalência de consumo diário de fruta (68,7%) e de legumes e vegetais (62,8%), aumentando estas prevalências com a idade. As prevalências mais baixas relativas ao consumo diário de fruta e de legumes ou vegetais foram observadas na RAA (69,1% e 57,7%, respetivamente) e as mais elevadas na região do Alentejo (85,5%) para o consumo de fruta e na região Centro (80,0%) para o consumo de legumes ou vegetais, posições relativas que não se alteraram após padronização para a idade. A população com escolaridade mais elevada apresentava prevalências mais elevadas relativas ao consumo de fruta (81,5%) e ao consumo de legumes e vegetais (80,0%). A população desempregada tinha as menores prevalências destes consumos (71,5% e 68,5%, respetivamente). Conclusões principais: A informação obtida pelo primeiro INSEF é representativa da população portuguesa a nível nacional e de cada uma das suas 7 regiões e utilizou os métodos estabelecidos pelo European Health Examination Survey (EHES). O processo de inquérito envolveu desde o início a rede formada pelas 7 Regiões de Saúde de Portugal, o INSA, órgão do Ministério da Saúde e o INSP. No que se refere aos determinantes de saúde são de realçar as elevadas frequências de sedentarismo nos tempos livres (44,8%), o binge drinking, reportado por 33,8% da população masculina, e a exposição ao fumo ambiental do tabaco, que afetava 12,8% da população. A identificação de grupos com indicadores de saúde distribuídos de forma diferente a nível regional, ou nos subgrupos populacionais analisados, fornecem informação útil na priorização das intervenções e na quantificação de potenciais ganhos de saúde, como a população mais idosa, menos escolarizada ou desempregada que surgem, de modo geral, com indicadores de saúde mais desfavoráveis.
- 1º Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF 2015): Estado de SaúdePublication . Barreto, Marta; Gaio, Vânia; Kislaya, Irina; Antunes, Liliana; Rodrigues, Ana Paula; Silva, Ana Clara; Vargas, Patrícia; Prokopenko, Tamara; Santos, Ana João; Namorado, Sónia; Gil, Ana Paula; Alves Alves, Clara; Castilho, Emília; Cordeiro, Eugénio; Dinis, Ana; Nunes, Baltazar; Matias Dias, CarlosA importância da informação obtida através de inquéritos de saúde com exame físico realizados a amostras probabilísticas da população, de que o primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF) é exemplo, deriva da utilização de métodos e instrumentos que resultam em informação com maior validade do que a reportada apenas pelos inquiridos. O acolhimento da proposta do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA, IP) para um primeiro INSEF em Portugal, como parte integrante do Projeto pré-definido pelo Programa Iniciativas em Saúde Pública, financiado pelo mecanismo financeiro do Espaço Económico Europeu (EEA Grants), operado pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), a posterior parceria com o Instituto Norueguês de Saúde Pública NIPH, e a colaboração com todas as regiões nacionais, constituem as fundações que permitiram a realização deste primeiro INSEF. No presente relatório, são apresentados os resultados relativos ao estado de saúde da população residente em Portugal com idade entre os 25 e os 74 anos em 2015.
- 1º Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF 2015): relatório metodológicoPublication . Santos, Ana João; Gil, Ana Paula; Kislaya, Irina; Antunes, Liliana; Barreto, Marta; Namorado, Sónia; Gaio, Vânia; Nunes, Baltazar; Dias, Carlos MatiasO Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF), parte integrante do projeto “Improvement of epidemiological health information to support public health decision and management in Portugal. Towards reduced inequalities, improved health, and bilateral cooperation”, constitui o núcleo central e principal do Projeto Pré-definido do Programa Iniciativas em Saúde Pública das EEA Grants. Este projeto foi coordenado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), através do seu Departamento de Epidemiologia, e contou com a parceria do Instituto Norueguês de Saúde Pública (INSP) e com a colaboração institucional das Administrações Regionais de Saúde (ARS) e das Secretarias Regionais de Saúde (SRS) das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. A finalidade do INSEF é a de contribuir para melhorar a Saúde Pública e reduzir as desigualdades em saúde na população residente em Portugal, através da produção, disponibilização e comunicação de informação epidemiológica de elevada qualidade sobre o estado de saúde, determinantes de saúde e utilização de cuidados de saúde da população portuguesa. O estudo epidemiológico observacional, transversal, de prevalência teve como população-alvo todos os indivíduos com idade compreendida entre os 25 e os 74 anos, residentes em Portugal Continental ou nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira há mais de 12 meses antes da data da entrevista, não-institucionalizados e que falem a língua portuguesa. A seleção dos participantes do INSEF foi feita por amostragem probabilística, por grupos em duas etapas, estratificada por região e tipologia de área urbana (TIPAU). Numa primeira etapa, em cada região foram selecionadas aleatoriamente as unidades primárias de amostragem (PSU), com probabilidade de seleção proporcional à dimensão da população residente com idade elegível. Em cada unidade primária de amostragem foram selecionados, numa segunda etapa, por amostragem aleatória simples, a partir das listas de utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS), os indivíduos que constituem as unidades secundárias de amostragem (SSU). Após a seleção e recrutamento dos participantes, a sua observação consistiu na recolha de informação sobre características sociodemográficas, estado de saúde, doença e incapacidade, determinantes de saúde e fatores de risco, cuidados de saúde preventivos e utilização de cuidados de saúde. Para este efeito, o inquérito incluiu três componentes: o exame físico, com medição da tensão arterial, da altura, do peso e dos perímetros da cintura e da anca; a colheita de sangue para determinação do perfil lipídico, da hemoglobina glicosilada (HbA1c) e do hemograma, sem fórmula leucocitária; e uma entrevista com aplicação de um questionário geral de saúde. Todos estes procedimentos foram implementados de acordo com as recomendações do Inquérito Europeu de Saúde com Exame Físico (EHES). O INSEF como processo englobou várias etapas após a fase inicial de concepção, planeamento e financiamento que decorreu entre 2012 e 2013, tendo implicado um planeamento estratégico de cada fase. Este planeamento incluiu a definição e implementação prévia de um conjunto de métodos de avaliação e de monitorização que asseguraram de forma contínua a qualidade dos dados em todo o processo de recolha, tal como a criação de manuais de procedimentos, a formação harmonizada para todas as equipas de campo, o controlo estatístico da qualidade das medições obtidas e a participação dos laboratórios regionais no Programa Nacional de Avaliação Externa da Qualidade do INSA. Durante a fase de validação da base de dados e de análise dos dados foram desenhados e implementados métodos e procedimentos para a garantia da maior qualidade dos dados registados, da base de dados alvo da análise e da própria análise estatística. A fase preparatória da implementação do INSEF decorreu durante os anos 2013 e 2014, tendo o trabalho de campo sido realizado durante o ano de 2015. O INSEF foi implementado com sucesso em todas as regiões de saúde de Portugal Continental e nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. No total, foram selecionados aleatoriamente 12289 indivíduos, tendo sido enviada uma carta-convite aos 12098 que apresentavam contactos na base de dados. Destes, 7784 eram elegíveis, 1090 não elegíveis e 3224 possuíam elegibilidade desconhecida, resultando numa taxa de contacto a nível nacional de 69,5%. Dos 7802 elegíveis, participaram efetivamente 4911 indivíduos, traduzindo-se numa taxa de cooperação de 62,9% e numa taxa de participação de 43,9%. Dos 4911 participantes, a totalidade realizou o exame físico e a entrevista, foi possível colher uma amostra de sangue a 4859 (98,9%) e 4852 realizaram as análises clínicas (98,7%). Como primeiro inquérito geral de saúde, com exame físico e recolha de sangue, de âmbito nacional, realizado em Portugal de acordo com as recomendações do Inquérito Europeu de Saúde com Exame Físico, o INSEF contribuiu de forma decisiva para capacitar as equipas nacionais e regionais para a realização de inquéritos deste tipo, bem como para cumprir a recomendação europeia de aumentar a qualidade, comparabilidade e acesso a informação de saúde de elevada qualidade. Neste contexto, o presente relatório tem como objetivo descrever, de forma sumária, os materiais e métodos definidos e utilizados, assim como a implementação do INSEF.
- Ácido Fólico e Anomalias Congénitas: Conhecimentos da População PortuguesaPublication . Machado, Ausenda; Feijóo, Maria de JesusObjectivo: Aferição dos conhecimentos da população sobre ácido fólico e o seu papel na prevenção de anomalias congénitas. Metodologia: Inquérito a indivíduos com 18 anos ou mais residentes em unidades de alojamento de Portugal Continental, possuidores de telefone fixo. Neste estudo, para além de perguntas específicas sobre o tema (conhecimentos e aplicação do ácido fólico), foram colhidas informações gerais de caracterização da amostra inquirida, no que diz respeito a sexo, idade, nível de instrução, ocupação e região de residência. Resultados: Obtiveram-se 975 inquéritos válidos, tendo-se verificado que a maioria dos respondentes eram mulheres (65,3%), o grupo etário mais representado era o de 45-64 anos (38,3%), tendo a maioria dos inquiridos níveis de instrução correspondente ao ensino básico (54,0%). Quanto à ocupação, os indivíduos com vida profissional activa corresponderam a maioria dos inquiridos (42,6%). Da análise dos dados colhidos verificou-se que 48,5% (n=418) dos inquiridos tinham conhecimento da existência do composto. A maioria das mulheres (51,4%) respondeu afirmativamente à questão, e de entre este grupo, as pertencentes ao grupo etário 25-44 anos responderam em maior percentagem (77,5%). Estes resultados são comparáveis com os obtidos em estudos efectuados na Noruega onde 50% (1998) da população feminina inquirida respondeu afirmativamente à questão. Quanto maior o nível de escolaridade maior a percentagem de indivíduos que afirmou ter ouvido falar do ácido fólico, atingindo no nível de instrução correspondente ao ensino superior um valor de 82,8%. As respostas obtidas indicaram ainda que uma parte significativa da população, em especial os indivíduos do sexo masculino e os inquiridos com níveis de instrução mais baixos, não ouviram falar de ácido fólico. De referir que todas as diferenças encontradas nas variáveis de desagregação aqui citadas tinham significado estatístico. Quanto às restantes questões concluiu-se que dos inquiridos que tinham ouvido falar deste composto, 11,0% indicou que teria como finalidade evitar malformações nos bebés e 22,9% indicou as grávidas ou mulheres em idade fértil como principais beneficiários da suplementação com ácido fólico. Contudo, a maior percentagem de resposta em ambas as questões foi “não sabe”. Apenas 15,4% dos inquiridos indicou correctamente a altura que deve ser iniciada a suplementação com ácido fólico (antes de engravidar), tendo a maioria indicado que seria durante a gravidez (41,1%).
- ADELIA–Acidentes Domésticos e de Lazer: Informação Adequada : relatório 2003Publication . Nunes, Baltazar; Brandão, João; Valadares, IsabelO sistema ADÉLIA – Acidentes Domésticos e de Lazer Informação Adequada, foi criado em 2000, e é coordenado pelo Observatório Nacional de Saúde do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. Em termos sucintos é um sistema de recolha de informação sobre acidentes domésticos e de lazer (ADL) que implicaram recurso às urgências das unidades de saúde do Serviço Nacional de Saúde. Este sistema é desenvolvido em estreita colaboração com o Instituto de Gestão Informática e Financeira da Saúde (IGIF). Mais especificamente os principais objectivos do sistema ADÉLIA são: · a curto prazo: determinar frequências e tendências dos ADL em geral e das suas diversas formas, bem como as características das vítimas, das situações e dos agentes envolvidos; · a um prazo mais dilatado: identificar situações de risco, bem como produtos perigosos, que propiciem a ocorrência de ADL; estabelecendo assim uma base de apoio para a definição de políticas de prevenção baseadas na evidência. O presente relatório tem como objectivo a apresentação de uma análise descritiva dos dados recolhidos pelo sistema ADÉLIA durante o ano de 2003.
- ADELIA–Acidentes Domésticos e de Lazer: Informação Adequada : relatório 2006-2008Publication . Contreiras, Teresa; Rodrigues, Emanuel; Nunes, BaltazarO sistema ADELIA, criado em 2000, é coordenado pelo Departamento de Epidemiologia deste Instituto e visa determinar frequências e tendências dos ADL, as características das vítimas, das situações e dos agentes envolvidos, e identificar situações de risco e produtos perigosos com vista a apoiar a definição de políticas de prevenção baseadas na evidência. Da análise descritiva dos dados recolhidos durante os anos de 2006 a 2008, destaca-se: A distribuição percentual dos ADL por sexo em cada um dos grupos etários mostra que a % de ADL é mais elevada até ao grupo etário 35-44 anos nos homens e a partir deste grupo etário os ADL são mais frequentes nas mulheres Salienta-se como tipo de lesão mais frequente a "concussão, contusão e hematoma". O mecanismo de lesão mais referido foi a "Queda", tendo revelado um acréscimo entre 2006 e 2008 de 7,8%. Este mecanismo foi, também, o mais prevalente em todos os grupos etários. Cerca de 4,4% (2008) dos ADL têm como consequência "Internamento". Destes o grupo etário acima dos 75 anos apresenta o maior valor percentual: 10,8% (2006), 11,1% (2007) e 12,5 %(2008). O sistema ADELIA assenta na adesão voluntária dos participantes.
- Ar condicionado e mortalidade intra-hospitalar durante a onda de calor de 2003: evidência de um efeito protectorPublication . Nunes, Baltazar; Paixão, Eleonora; Dias, Carlos Matias; Nogueira, Paulo; Falcão, José MarinhoEm Portugal, ocorreu uma onda de calor em Agosto de 2003, que foi responsável por um excesso de mais de 1900 óbitos. A nível Europeu é também conhecido que esta onda de calor foi responsável por um excesso de cerca de 70000 óbitos. Uma parte apreciável do excesso de mortalidade verificada, durante esta onda de calor, ocorreu em estabelecimentos hospitalares. Desde então, o Plano de Contingência para as Ondas de Calor (PCOC) recomenda a climatização dos hospitais como medida essencial para diminuição da mortalidade intrahospitalar. O objectivo deste estudo foi avaliar a associação entre a mortalidade intra-hospitalar e a existência de ar condicionado nos serviços de internamento durante a onda de calor de 2003 em Portugal continental. Foi delineado um estudo de coortes histórico, incluindo todos os doentes com idade igual ou superior a 45 anos que estiveram hospitalizados durante os 7 dias antes do inicio da onda de calor e que, por isso, foram expostos ao excesso de calor apenas no hospital. O critério de avaliação principal do estudo foi a sobrevivência dos doentes nos 18 dias de ocorrência da onda de calor, mais um período de 2 dias, uma vez que a mortalidade ainda tem repercussões durante alguns dias imediatamente a seguir às ondas de calor. Este critério foi utilizado para comparação entre os doentes em serviços com ar condicionado (AC+) e os doentes em serviços sem ar condicionado (AC-). Os dados sobre os internamentos hospitalares foram retirados da base de dados dos Grupos de Diagnóstico Homogéneo (GDH) de 2003, que contém todos os episódios de internamento registados nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) de Portugal continental, e que tiveram alta em 2003. A informação sobre a existência de ar condicionado, nos diversos serviços dos hospitais do SNS, foi obtida através de um inquérito dirigido às Administrações de cada hospital, que decorreu entre os meses de Abril a Julho de 2007.
- Atividade Fisica em Portugal: resultados do estudo ECOS 2014Publication . Santos, Joana; Uva, Mafalda; Dias, Carlos MatiasOs objetivos deste estudo foram: i. Estimar a prevalência de pessoas que reportaram ser fisicamente ativas e a sua distribuição por sexo, grupo etário, escolaridade e ocupação. ii. Estimar a prevalência de pessoas ativas, insuficientemente ativas e sedentárias segundo critérios da OMS. iii. Estimar a prevalência de pessoas que cumprem as recomendações mínimas da OMS e distribuição por sexo, grupo etário, escolaridade e região.
- Avaliação da época de vigilância ICARO - Mortalidade: 2016Publication . Silva, Susana Pereira; Batista, Inês; Nunes, Baltazar; Neto, Mariana; Dias, Carlos MatiasO sistema de vigilância ICARO (Importância do CAlor: Repercussões sobre os Óbitos) está em funcionamento desde 1999 e tem como principal objetivo a deteção de períodos de calor extremo que, com base no cumprimento de um conjunto de critérios, são considerados como potenciadores de impactes na mortalidade da população portuguesa residente no continente. Em 2016 foram identificados cinco períodos de calor extremo, e o objetivo do trabalho incluído no presente relatório foi estimar os excessos de mortalidade potencialmente associados ao calor pela análise da mortalidade nestes períodos de calor extremo.
