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Monitorização da Mortalidade 2020

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A monitorização da mortalidade por todas as causas Ć© uma ferramenta Ćŗtil na identificação de fenómenos de saĆŗde, ou desastres de elevada gravidade ou de elevada incidĆŖncia na população e impacto na mortalidade. Em Portugal, a monitorização da mortalidade Ć© realizada, desde 2007, pelo Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de SaĆŗde Doutor Ricardo Jorge, permitindo estimar impactos associados a diversos eventos tais como: epidemias de gripe, COVID-19, perĆ­odos de temperaturas extremas e acidentes. Este relatório tem como objetivos, descrever a evolução da mortalidade por todas as causas durante o ano de 2020 [semana 01/2020 (30 de dezembro de 2019 a 05 de janeiro de 2020) Ć  semana 53/2020 (28 de dezembro de 2020 a 03 de janeiro de 2021)], bem como identificar e analisar os perĆ­odos de excesso de mortalidade por todas as causas ocorridos. No perĆ­odo em estudo, foram registados 125.770 óbitos em Portugal, tendo sido identificados quatro perĆ­odos de excesso de mortalidade a nĆ­vel nacional (totalizando 8.073 óbitos em excesso): 1. 23 marƧo a 12 abril: 1.057 óbitos em excesso; temporalmente coincidente com a primeira onda pandĆ©mica de COVID-19; 2. 25 a 31 de maio: 363 óbitos em excesso; temporalmente coincidente com um perĆ­odo de temperaturas elevadas, embora este nĆ£o tenha sido identificado pelo sistema de vigilĆ¢ncia ƍCARO como um perĆ­odo de calor extremo com potenciais impactos na mortalidade; 3. 06 julho a 02 agosto: 2.199 óbitos em excesso; temporalmente coincidente com um perĆ­odo de calor extremo, identificado pelo sistema de vigilĆ¢ncia ƍCARO; 4. 26 outubro a 03 de dezembro: 4.454 óbitos em excesso; temporalmente coincidente com a segunda onda pandĆ©mica de COVID-19. Este perĆ­odo de excesso de mortalidade ainda nĆ£o terminou Ć  data da publicação deste relatório. Estes perĆ­odos de excesso de mortalidade a nĆ­vel nacional foram observados em todas as regiƵes do paĆ­s, Ć  exceção da RegiĆ£o Autónoma da Madeira. Ocorreram, ainda, excessos de mortalidade a nĆ­vel regional durante a epidemia de gripe de 2019/2020, nas regiƵes Norte, Centro e Algarve que nĆ£o se traduziram em excessos de nĆ­vel nacional. De modo anĆ”logo, ocorreram excessos de 3 mortalidade regionais nas semanas contĆ­guas aos perĆ­odos de calor extremo verificados em 2020, em particular, no Algarve, Alentejo e Lisboa e Vale do Tejo que nĆ£o se traduziram em excessos de mortalidade a nĆ­vel nacional. Observaram-se excessos de mortalidade acima dos 45 anos, existindo um gradiente crescente com a idade, quer em relação Ć  magnitude, quer em relação ao nĆŗmero de perĆ­odos em excesso de mortalidade. Sublinha-se que nos anos anteriores em vigilĆ¢ncia,raramente foram observados excessos de mortalidade abaixo dos 65 anos, pelo que o excesso observado entre os 45 e 64 anos de idade no final do ano de 2020, e que se estende para o inĆ­cio de 2021, Ć© um sinal de importante impacto na mortalidade. Dada a coincidĆŖncia temporal, podemos concluir que a maioria dos perĆ­odos de excessos de mortalidade identificados quer a nĆ­vel nacional, quer a nĆ­vel regional, terĆ£o estado potencialmente associados a fenómenos amplamente conhecidos por poderem ter impactos na mortalidade, particularmente, as epidemias de gripe e COVID-19 e os perĆ­odos de calor extremo. NĆ£o podemos, no entanto, excluir que a variação da mortalidade observada durante os perĆ­odos de calor de 2020 nĆ£o tenha sido indiretamente afetada pela pandemia de COVID-19 (por uma possĆ­vel menor utilização e acesso aos serviƧos de saĆŗde). No entanto, em relatório anterior estimou-se que o excesso de mortalidade observado durante o perĆ­odo de calor extremo de julho teve a magnitude esperada para um perĆ­odo de calor extremo da sua intensidade. Por fim, referira-se que desde o inĆ­cio da epidemia de COVID-19 em Portugal, a mortalidade por todas as causas teve um acrĆ©scimo nĆ£o significativo de 4 % em relação Ć  mĆ©dia de anos anteriores, mesmo nos perĆ­odos sem excessos de mortalidade, o que se traduziu num aumento do risco de morrer na população com 45 e mais anos durante o ano de 2020, quando comparado com o observado nos 5 anos anteriores.

Description

Keywords

Mortalidade por Todas as Causas Observação em Saúde e Vigilância COVID-19 Estados de Saúde e de Doença Portugal

Pedagogical Context

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Instituto Nacional de SaĆŗde Doutor Ricardo Jorge, IP

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