DPSPDNT - Relatórios científicos e técnicos
Permanent URI for this collection
Browse
Browsing DPSPDNT - Relatórios científicos e técnicos by Issue Date
Now showing 1 - 10 of 53
Results Per Page
Sort Options
- A investigação participada de base comunitária na construção da saúde: Projecto de Capacitação em Promoção da Saúde (PROCAPS): resultados de um estudo exploratórioPublication . Loureiro, Isabel; Gomes, José Carlos; Dias, Lúcia; Santos, Maria João Heitor dosA saúde é um fenómeno com dimensões sociais, psicológicas, espirituais e físicas. A sua manutenção exige uma abordagem multisectorial e transdisciplinar e é condicionada por todas as políticas, em todos os sectores. Consciente deste desafio, a Unidade de Promoção da Saúde (UPS) do Departamento de Promoção da Saúde e Doenças Crónicas (DPSDC) do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I.P. (INSA, I.P.), propôs-se desenvolver um estudo de necessidades e potencialidades de acção e formação em promoção da saúde a nível local, regional e nacional, o PROCAPS (Projecto de Capacitação em Promoção da Saúde). A metodologia utilizada nesta 1ª fase do projecto destinou-se a identificar as principais preocupações, necessidades e recursos das autarquias. Para isso preparou-se 1) um workshop com autarquias seleccionadas com base no seu interesse e experiências prévias na área, 2) consultaram-se as Administrações Regionais de Saúde para perceber a sua sensibilidade em relação a um apoio mais concreto às autarquias no diagnóstico e planeamento (Perfis de Saúde e Plano de Desenvolvimento em Saúde, e 3) fez-se um questionário (on-line) sobre competências necessárias e indicadores já disponíveis baseado no workshop “Autarquias e Promoção da Saúde” e nas reuniões de trabalho com as ARS do território continental. A população alvo do estudo foi constituída pelas autarquias (Continente e Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores) (N=308). No caso, o universo foi constituído por todas as Autarquias que responderam ao questionário no período de 1 de Maio a 30 de Setembro de 2009. De acordo com os critérios de inclusão definidos, responderam 96 Autarquias ao Questionário PROCAPS (31,2 % da população original), descendo este número para 89 (28,9 % da população original) por preenchimento incompleto do questionário. Relativamente ao Questionário Disponibilidade de Indicadores Relacionados com a Saúde, responderam 73 Autarquias (23,7 % da população original), sendo todas as respostas validadas. Destacam-se como principais resultados que para as Autarquias 1) o envolvimento nas políticas de Promoção da Saúde é importante (53,9%) ou muito importante (46,1%); 2) as áreas de intervenção prioritárias em Promoção da Saúde são: saúde (1º), acção social (2º) e educação (3º); 3) há necessidade de mais verbas do Estado (1º) de desenvolvimento de candidaturas a projectos específicos (2º) e de mais profissionais de saúde (médicos, enfermeiros) (3º), para desenvolverem intervenções na área da Promoção da Saúde; 4) as competências referidas como mais necessárias em Promoção da Saúde referem-se ao trabalho em equipa (3º), a negociar e construir parcerias (2º) e a mobilizar os parceiros relevantes (1º); 5) A grande maioria das autarquias (93,3%) afirma ter uma boa articulação com o sector da saúde; e 6) apenas 2 dos 37 indicadores relacionados com a saúde estão disponíveis em 100 % das autarquias respondentes (Existência de escolas com cantina (…) e espaços verdes com acesso público).
- Prevalência da Hipercolestrolemia Familiar e Análise de Factores de Risco Cardiovascular na População Portuguesa : Relatório de ProjectoPublication . Bourbon, MafaldaObjetivos iniciais deste estudo: determinação da prevalência correta de FH e diabetes tipo MODY; determinação dos valores médios de colesterol e glucose na população portuguesa.
- Fatores de Risco Cardiovascular na População Portuguesa - Região de Lisboa e Vale do TejoPublication . Bourbon, Mafalda; Alves, CatarinaINTRODUÇÃO As doenças do aparelho circulatório (DAC) são uma das principais causas de morte em Portugal. As DAC, na sua maioria, têm uma base aterosclerótica, envolvendo o cérebro, o coração e a circulação periférica, cujo processo de desenvolvimento é complexo e está associado a múltiplos fatores de risco (FR). Os FR, de acordo com a Carta Europeia para a Saúde do Coração podem ser divididos em modificáveis e não modificáveis, formando as seguintes quatro categorias: biológicos (pressão arterial, açúcar, lípidos, peso), associados aos estilos de vida (tabaco, dieta, álcool, sedentariedade) e outros fatores modificáveis (rendimentos, educação, condições de vida, condições de trabalho) e fixos (sexo, idade, etnia e genética). As DAC são igualmente uma das principais causas de hospitalização e incapacidade física e consequentemente de elevados custos em saúde. As doenças cardiovasculares na sua maioria, podem ser prevenidas mediante a adoção de estilos de vida saudáveis desde a infância/adolescência. Noutros casos predisposições genéticas resultam desde a nascença num maior risco. Desta forma o conhecimento da prevalência dos fatores de risco cardiovascular da população portuguesa, sejam de ordem social, clínica, bioquímica ou genética, revela-se de grande importância para a prevenção das doenças cardiovasculares e promoção da saúde no nosso País, permitindo também a identificação precoce de situações que requerem acompanhamento médico. OBJETIVOS Este será um estudo transversal, no âmbito da epidemiologia e da prevenção cardiovascular. O principal objetivo deste projeto é a determinação da prevalência dos principais fatores de risco cardiovascular na população portuguesa: fatores sociais ou comportamentais (ex: dieta inadequada, sedentarismo, tabagismo, consumo álcool), biológicos (ex: hipertensão, obesidade, dislipidemia, hiperglicemia/diabetes) e genéticos (ex: hipercolesterolemia familiar, dislipidemia familiar combinada, diabetes tipo MODY e risco trombogénico). Os dados obtidos irão também permitir a determinação de valores de referência para os principais fatores de risco bioquímicos, valores estes inexistentes para a nossa população mas de grande interesse para a definição de critérios de doença e saúde. MATERIAL E MÉTODOS 1. Amostragem Pretende-se uma amostra não estratificada, representativa da população portuguesa adulta residente em Portugal Continental, caracterizada por sexo e grupo etário (18 aos 34 anos; 35 aos 64 anos; >64 anos) que será obtida por amostragem por clusters ponderada pela dimensão proporcional da população da área de influência dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) – Regiões de Saúde. A amostra será constituída por 1685 indivíduos adultos (> 18 anos) tendo em consideração uma prevalência esperada de hipertensão arterial (o fator de risco mais prevalente na nossa população – 42,1% no geral) no sexo feminino de 12,4%, 41,1% e 78,7%, respetivamente nos grupos etários dos 18 aos 34 anos, dos 35 aos 64 anos e com mais de 64 anos, e no sexo masculino de 26,2%, 54,7% e 79%, relativamente aos mesmos grupos etários, um intervalo de confiança de 95% um erro amostral de 3%. 2. Entrevista, colheitas e exame físico As pessoas selecionadas serão contactadas, primeiro, por carta e posteriormente, os investigadores entrarão um contacto telefónico com cada utente selecionado, de forma a marcar a data da colheita de dados (colheita de sangue, exame físico e entrevista). A colheita de dados (colheita de sangue, exame físico e entrevista) será efetuada no INSA ou em laboratórios de análises clínicas / Centro de Saúde da área da residência dos participantes. Em cada posto de colheita a equipa será constituída por um enfermeiro (para o exame físico), um técnico de análises (para a colheita de sangue), um entrevistador e um coordenador de campo (um dos investigadores das equipa), que orientará os participantes nos exames que tenham de realizar e será responsável pelo envio das amostras ao laboratório. No final destas atividades será oferecido um saco com um pequeno lanche e material informativo sobre o estudo aos participantes. O consentimento informado será recolhido antes da colheita de sangue pela coordenadora de campo. A cada participante serão colhidos cerca de 15ml de sangue para extração de DNA e análises bioquímicas. O exame físico incluirá pesagem, medição da altura (com determinação do índice de massa corporal) e perímetro abdominal. Será também medida a tensão arterial na posição sentada, no braço direito e esquerdo após 5 minutos de repouso. As amostras biológicas serão enviadas para o INSA diariamente por uma empresa especializada. A entrevista, em suporte de papel, será realizada após a colheita de sangue. Serão recolhidos dados sobre educação, auto conhecimento sobre patologias relevantes e história familiar, custo da medicação e hábitos de vida. 3. Determinações bioquímicas As amostras devem chegar ao INSA até 24 horas após a colheita e entregues na Unidade Laboratorial Integrada, para a determinação dos parâmetros bioquímicos (colesterol total, LDL, HDL, triglicéridos, apolipoproteína B, apolipoproteína AI, lipoproteína (a), hemoglobina A1C e A2, transaminase, creatinina, glucose, insulina e péptido C). O doseamento das sdLDL que será realizado na Unidade de Investigação no Grupo de Investigação Cardiovascular. As amostras serão alíquotas após a chegada ao INSA e serão guardadas alíquotas de soro para a determinação posterior de outros parâmetros bioquímicos de relevância. Os resultados bioquímicos serão enviados ao médico assistente juntamente com uma carta a explicar o contexto do estudo. O participante também receberá uma carta a informar que os resultados bioquímicos já foram enviados para o médico assistente que o participante designou no consentimento informado para este efeito. 4. Estudos moleculares O DNA será extraído de todas as amostras enviadas e guardado a 4ºC e -20ºC. O DNA de participantes com critérios clínicos para o estudo de Hipercolesterolemia Familiar (Colesterol total>290mg/dl ou LDL> 190 mg/dl e historia familiar de doenças cardiovasculares prematuras e/ou de hipercolesterolemia) e Diabetes MODY (glucose > 130mg/dl, história familiar de diabetes em pelo menos 3 gerações, pelo menos um familiar ou o próprio com diabetes identificada antes dos 25 anos de idade e capacidade de controlo da doença sem insulina e sem cetose) serão estudados para os respectivos genes causadores da doença. As alterações associadas aos genes envolvidos no risco trombogénico serão também estudadas para todos os participantes. Os estudos genéticos serão realizados de modo a conhecer a prevalência destes fatores de risco na população portuguesa. Os estudos moleculares serão realizados por PCR, sequenciação direta e/ou dHPLC. O médico assistente dos participantes em quem seja diagnosticada geneticamente uma destas patologias será contactado por carta e será enviado um relatório com os resultados encontrados para posterior entrega ao participante pelo seu médico assistente. 5. Análise de dados Os dados de cada entrevista e os resultados do exame físico e bioquímico serão transferidos para uma base de dados, construída pela empresa Episystems, mas que pertence ao INSA, único titular dos dados. A chave de descodificação dos dados cedidos pela ACSS está ao cuidado da PI somente. Os dados serão analisados por métodos estatísticos pela empresa Episystem e esta análise será coordenada pela investigadora responsável. A prevalência dos vários fatores de risco cardiovasculares será determinada por sexo e grupos etários (18 aos 34 anos; 35 aos 64 anos;> 64 anos). Com os dados obtidos, será também determinado o SCORE de risco cardiovascular para cada participante e para a população em geral, recorrendo a softwares específicos para este efeito. RESULTADOS ESPERADOS De forma a compreender e atuar na prevenção das doenças cardiovasculares em Portugal, é necessário conhecer melhor a realidade da nossa população, pelo que são necessários estudos de Investigação nesta área. Este estudo irá contribuir para obter conhecimento científico que ajude à tomada de decisão em saúde pública, nomeadamente para melhor definir estratégias na área da prevenção cardiovascular.
- Strategies for genome-wide association analysis: gene-centric approach, network-based analysis and copy number variants: 1st Triennium Post Doc Fellowship reportPublication . Tavares Correia, Catarina AlexandraGenome-wide association studies (GWAS) have successfully identified numerous genetic risk factors for many common phenotypes, such as diabetes, Crohn's disease or height (http://www.genome.gov/gwastudies/). However, the enthusiasm surrounding GWAS for many complex diseases was tempered by the observation that the risk variants identified conferred only a small increment in risk, thus explaining a very small fraction of the genetic variation that we expect to exist. The mystery of “missing heritability” of common traits is now a major problem in human genetics. Evidence from classical quantitative genetic analysis, argues that most of the heritability missing in complex diseases is rather hidden below the threshold for genome-wide significant associations, due to the small effect of common risk variants for complex diseases, which represents a challenge for their individual detection using conventional single-marker association analysis. Realizing these limitations, new strategies and statistical approaches are needed to increase the power of GWAS analysis, shifting the focus from individual markers to the study of the cumulative effect of multiple genes acting on the same biological process. Additionally, the unprecedented pace in which huge amounts of biological data from multiple sources are produced, urges the need of tools to integrate data from multiple studies and sources. Integrative analysis of GWAS and expression data with independent biological knowledge under a rational biological hypothesis has been shown to be effective in the identification of pathways involved in several diseases and discovery of better predictors than individual genes. To address this issue, one of the main objectives of the present project was to develop an integrative genomics approach combining association data from GWAS with system-level data from protein-protein interactions in an attempt to uncover small effect risk variants from within the statistical “noise” in GWAS, and thus provide additional insight into complex diseases. Genes involved in the same disease are expected to be functionally related, converging in similar biological processes. On the other hand, Protein-protein interaction networks (PPI) are one of the strongest indications of functional relationship between genes, with interacting proteins often sharing similar functions, participating in the same biological process and contributing to related phenotypes. Thus mapping of GWAS associated genes into PPI may reveal functionally coherent subnetworks, which we hypothesize distinguish potentially relevant genes from spurious findings. To pursue this project we took advantage of the considerable amount of genotyping data publicly available from several complex diseases. In addition, the team where I am is part of a large-scale international consortium for Autism (Autism Genome Project - AGP), for which I have been actively contributing to the analysis of a two-stage GWAS recently carried on a sample of over 3000 trios (10% of Portuguese origin) genotyped for 1 million SNPs. Taking advantage of our proposed approach and the wealth of genetic information not yet publicly available generated by the AGP, we specifically intended to identify and prioritize ASD risk genes hidden within GWAS 'statistical noise for experimental follow up. Besides common variants of small effect, recent evidence suggests that rare variants may have an underestimated role in the genetic basis of complex diseases and might be significantly contributing to their missing heritability. Particularly in psychiatric disorders, such as autism, rare copy number variations (CNVs) have garnered much attention, and several CNV Genome-wide analyses showed a higher global burden of rare genic copy number variants, mostly de novo, in autistic and schizophrenic patients. However establish the clinical significance of specific CNVs is difficult and largely remains to be addressed. Given the data on genome-wide Copy Number Variant (CNV) generated by the AGP on a sample of about 3000 autistic patients extensively characterized clinically and behaviorally, another goal of this project was to establish the relevance for ASD etiology of potentially pathogenic CNVs identified in a Portuguese population sample by the AGP whole genome CNV analysis. The results gathered so far results revealed that there is relevant disease biological information within the range of GWAS statistical noise, and demonstrated that integration with protein networks is an effective strategy to extract this information. The application of our proposed approach to autism suggested novel susceptibility genes that will be explored for causal variants and therapeutic targeting and reinforce the link between oxidative stress and ASD. In addition, we establish the clinical significance of rare CNVs, in particular we provided multilevel evidence for a role of the annexin 1 gene in the etiology of ASD.
- Expression Profiling and Population Structure Analysis of Copy Number Variants (CNVs) in Autism Spectrum Disorder (ASD): 1st Triennium Post Doc Fellowship ReportPublication . Pires Carreira da Conceição, Inês SusanaAutism Spectrum Disorder (ASD) is a common complex behavioral disorder with significant clinical heterogeneity and unclear etiology. Assessment protocols and diagnostic instruments are complex to implement, and not widely used by most clinical practitioners or pediatricians worldwide. It is well known that educational interventions, language and behavioral therapies may significantly improve the patient’s quality of life, and are particularly beneficial when initiated at a young age. While the contribution of genetic factors for ASD etiology has been clearly established by family and twin studies, common risk genes accounting for a high proportion of autism heritability have not yet been identified1. At the same time, the increased burden of rare variants in ASD is increasingly recognized from genomic screening in large population samples. The latest genome wide association studies (GWAS) have failed to find common risk variants with a significant impact, however all have shown an excess of rare and heterogeneous structural variants designated Copy Number Variants (CNV). The significance of most of these rare CNVs for etiological diagnosis of ASD still needs to be properly addressed. The importance of rare variation in autism has also been supported by the many reports of rare mutations in synaptic candidate genes (such as SHANK, MET, NLGN, NRNX amongst others). It seems likely that both common low risk genes and rare, high penetrance, variants will converge in a restricted number of biological pathways. Our group is part of the international consortium Autism Genome Project (AGP), which gathers more than 100 scientists in 13 investigation centers. Recently it has been conducting a Genome Wide Association Study (GWAS), with more than 3000 families of autistic patients, including 342 Portuguese families. In this GWAS analysis, almost 40.000 CNVs were identified in patients and parents, the functional consequences and relevance of these CNVs is being analyzed. Also, the correlation between genetic and clinical data in a large scale sample is uncommon, but very important for a better characterization of the pathology. Our sample has the major advantage of a detailed clinical evaluation following the Autism Speaks project funded The Autism Trio Collection (TASC) project.
- Fatores de Risco Cardiovascular na População Portuguesa - Região CentroPublication . Bourbon, Mafalda; Alves, CatarinaINTRODUÇÃO As doenças do aparelho circulatório (DAC) são uma das principais causas de morte em Portugal. As DAC, na sua maioria, têm uma base aterosclerótica, envolvendo o cérebro, o coração e a circulação periférica, cujo processo de desenvolvimento é complexo e está associado a múltiplos fatores de risco (FR). Os FR, de acordo com a Carta Europeia para a Saúde do Coração podem ser divididos em modificáveis e não modificáveis, formando as seguintes quatro categorias: biológicos (pressão arterial, açúcar, lípidos, peso), associados aos estilos de vida (tabaco, dieta, álcool, sedentariedade) e outros fatores modificáveis (rendimentos, educação, condições de vida, condições de trabalho) e fixos (sexo, idade, etnia e genética). As DAC são igualmente uma das principais causas de hospitalização e incapacidade física e consequentemente de elevados custos em saúde. As doenças cardiovasculares na sua maioria, podem ser prevenidas mediante a adoção de estilos de vida saudáveis desde a infância/adolescência. Noutros casos predisposições genéticas resultam desde a nascença num maior risco. Desta forma o conhecimento da prevalência dos fatores de risco cardiovascular da população portuguesa, sejam de ordem social, clínica, bioquímica ou genética, revela-se de grande importância para a prevenção das doenças cardiovasculares e promoção da saúde no nosso País, permitindo também a identificação precoce de situações que requerem acompanhamento médico. OBJETIVOS Este será um estudo transversal, no âmbito da epidemiologia e da prevenção cardiovascular. O principal objetivo deste projeto é a determinação da prevalência dos principais fatores de risco cardiovascular na população portuguesa: fatores sociais ou comportamentais (ex: dieta inadequada, sedentarismo, tabagismo, consumo álcool), biológicos (ex: hipertensão, obesidade, dislipidemia, hiperglicemia/diabetes) e genéticos (ex: hipercolesterolemia familiar, dislipidemia familiar combinada, diabetes tipo MODY e risco trombogénico). Os dados obtidos irão também permitir a determinação de valores de referência para os principais fatores de risco bioquímicos, valores estes inexistentes para a nossa população mas de grande interesse para a definição de critérios de doença e saúde. MATERIAL E MÉTODOS 1. Amostragem Pretende-se uma amostra não estratificada, representativa da população portuguesa adulta residente em Portugal Continental, caracterizada por sexo e grupo etário (18 aos 34 anos; 35 aos 64 anos; >64 anos) que será obtida por amostragem por clusters ponderada pela dimensão proporcional da população da área de influência dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) – Regiões de Saúde. A amostra será constituída por 1685 indivíduos adultos (> 18 anos) tendo em consideração uma prevalência esperada de hipertensão arterial (o fator de risco mais prevalente na nossa população – 42,1% no geral) no sexo feminino de 12,4%, 41,1% e 78,7%, respetivamente nos grupos etários dos 18 aos 34 anos, dos 35 aos 64 anos e com mais de 64 anos, e no sexo masculino de 26,2%, 54,7% e 79%, relativamente aos mesmos grupos etários, um intervalo de confiança de 95% um erro amostral de 3%. 2. Entrevista, colheitas e exame físico As pessoas selecionadas serão contactadas, primeiro, por carta e posteriormente, os investigadores entrarão um contacto telefónico com cada utente selecionado, de forma a marcar a data da colheita de dados (colheita de sangue, exame físico e entrevista). A colheita de dados (colheita de sangue, exame físico e entrevista) será efetuada no INSA ou em laboratórios de análises clínicas / Centro de Saúde da área da residência dos participantes. Em cada posto de colheita a equipa será constituída por um enfermeiro (para o exame físico), um técnico de análises (para a colheita de sangue), um entrevistador e um coordenador de campo (um dos investigadores das equipa), que orientará os participantes nos exames que tenham de realizar e será responsável pelo envio das amostras ao laboratório. No final destas atividades será oferecido um saco com um pequeno lanche e material informativo sobre o estudo aos participantes. O consentimento informado será recolhido antes da colheita de sangue pela coordenadora de campo. A cada participante serão colhidos cerca de 15ml de sangue para extração de DNA e análises bioquímicas. O exame físico incluirá pesagem, medição da altura (com determinação do índice de massa corporal) e perímetro abdominal. Será também medida a tensão arterial na posição sentada, no braço direito e esquerdo após 5 minutos de repouso. As amostras biológicas serão enviadas para o INSA diariamente por uma empresa especializada. A entrevista, em suporte de papel, será realizada após a colheita de sangue. Serão recolhidos dados sobre educação, auto conhecimento sobre patologias relevantes e história familiar, custo da medicação e hábitos de vida. 3. Determinações bioquímicas As amostras devem chegar ao INSA até 24 horas após a colheita e entregues na Unidade Laboratorial Integrada, para a determinação dos parâmetros bioquímicos (colesterol total, LDL, HDL, triglicéridos, apolipoproteína B, apolipoproteína AI, lipoproteína (a), hemoglobina A1C e A2, transaminase, creatinina, glucose, insulina e péptido C). O doseamento das sdLDL que será realizado na Unidade de Investigação no Grupo de Investigação Cardiovascular. As amostras serão alíquotas após a chegada ao INSA e serão guardadas alíquotas de soro para a determinação posterior de outros parâmetros bioquímicos de relevância. Os resultados bioquímicos serão enviados ao médico assistente juntamente com uma carta a explicar o contexto do estudo. O participante também receberá uma carta a informar que os resultados bioquímicos já foram enviados para o médico assistente que o participante designou no consentimento informado para este efeito. 4. Estudos moleculares O DNA será extraído de todas as amostras enviadas e guardado a 4ºC e -20ºC. O DNA de participantes com critérios clínicos para o estudo de Hipercolesterolemia Familiar (Colesterol total>290mg/dl ou LDL> 190 mg/dl e historia familiar de doenças cardiovasculares prematuras e/ou de hipercolesterolemia) e Diabetes MODY (glucose > 130mg/dl, história familiar de diabetes em pelo menos 3 gerações, pelo menos um familiar ou o próprio com diabetes identificada antes dos 25 anos de idade e capacidade de controlo da doença sem insulina e sem cetose) serão estudados para os respectivos genes causadores da doença. As alterações associadas aos genes envolvidos no risco trombogénico serão também estudadas para todos os participantes. Os estudos genéticos serão realizados de modo a conhecer a prevalência destes fatores de risco na população portuguesa. Os estudos moleculares serão realizados por PCR, sequenciação direta e/ou dHPLC. O médico assistente dos participantes em quem seja diagnosticada geneticamente uma destas patologias será contactado por carta e será enviado um relatório com os resultados encontrados para posterior entrega ao participante pelo seu médico assistente. 5. Análise de dados Os dados de cada entrevista e os resultados do exame físico e bioquímico serão transferidos para uma base de dados, construída pela empresa Episystems, mas que pertence ao INSA, único titular dos dados. A chave de descodificação dos dados cedidos pela ACSS está ao cuidado da PI somente. Os dados serão analisados por métodos estatísticos pela empresa Episystem e esta análise será coordenada pela investigadora responsável. A prevalência dos vários fatores de risco cardiovasculares será determinada por sexo e grupos etários (18 aos 34 anos; 35 aos 64 anos;> 64 anos). Com os dados obtidos, será também determinado o SCORE de risco cardiovascular para cada participante e para a população em geral, recorrendo a softwares específicos para este efeito. RESULTADOS ESPERADOS De forma a compreender e atuar na prevenção das doenças cardiovasculares em Portugal, é necessário conhecer melhor a realidade da nossa população, pelo que são necessários estudos de Investigação nesta área. Este estudo irá contribuir para obter conhecimento científico que ajude à tomada de decisão em saúde pública, nomeadamente para melhor definir estratégias na área da prevenção cardiovascular.
- Novel genes causing familial hypercholesterolaemiaPublication . Bourbon, Mafalda
- Fatores de Risco Cardiovascular na População Portuguesa - Região NortePublication . Bourbon, Mafalda; Alves, CatarinaINTRODUÇÃO As doenças do aparelho circulatório (DAC) são uma das principais causas de morte em Portugal. As DAC, na sua maioria, têm uma base aterosclerótica, envolvendo o cérebro, o coração e a circulação periférica, cujo processo de desenvolvimento é complexo e está associado a múltiplos fatores de risco (FR). Os FR, de acordo com a Carta Europeia para a Saúde do Coração podem ser divididos em modificáveis e não modificáveis, formando as seguintes quatro categorias: biológicos (pressão arterial, açúcar, lípidos, peso), associados aos estilos de vida (tabaco, dieta, álcool, sedentariedade) e outros fatores modificáveis (rendimentos, educação, condições de vida, condições de trabalho) e fixos (sexo, idade, etnia e genética). As DAC são igualmente uma das principais causas de hospitalização e incapacidade física e consequentemente de elevados custos em saúde. As doenças cardiovasculares na sua maioria, podem ser prevenidas mediante a adoção de estilos de vida saudáveis desde a infância/adolescência. Noutros casos predisposições genéticas resultam desde a nascença num maior risco. Desta forma o conhecimento da prevalência dos fatores de risco cardiovascular da população portuguesa, sejam de ordem social, clínica, bioquímica ou genética, revela-se de grande importância para a prevenção das doenças cardiovasculares e promoção da saúde no nosso País, permitindo também a identificação precoce de situações que requerem acompanhamento médico. OBJETIVOS Este será um estudo transversal, no âmbito da epidemiologia e da prevenção cardiovascular. O principal objetivo deste projeto é a determinação da prevalência dos principais fatores de risco cardiovascular na população portuguesa: fatores sociais ou comportamentais (ex: dieta inadequada, sedentarismo, tabagismo, consumo álcool), biológicos (ex: hipertensão, obesidade, dislipidemia, hiperglicemia/diabetes) e genéticos (ex: hipercolesterolemia familiar, dislipidemia familiar combinada, diabetes tipo MODY e risco trombogénico). Os dados obtidos irão também permitir a determinação de valores de referência para os principais fatores de risco bioquímicos, valores estes inexistentes para a nossa população mas de grande interesse para a definição de critérios de doença e saúde. MATERIAL E MÉTODOS 1. Amostragem Pretende-se uma amostra não estratificada, representativa da população portuguesa adulta residente em Portugal Continental, caracterizada por sexo e grupo etário (18 aos 34 anos; 35 aos 64 anos; >64 anos) que será obtida por amostragem por clusters ponderada pela dimensão proporcional da população da área de influência dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) – Regiões de Saúde. A amostra será constituída por 1685 indivíduos adultos (> 18 anos) tendo em consideração uma prevalência esperada de hipertensão arterial (o fator de risco mais prevalente na nossa população – 42,1% no geral) no sexo feminino de 12,4%, 41,1% e 78,7%, respetivamente nos grupos etários dos 18 aos 34 anos, dos 35 aos 64 anos e com mais de 64 anos, e no sexo masculino de 26,2%, 54,7% e 79%, relativamente aos mesmos grupos etários, um intervalo de confiança de 95% um erro amostral de 3%. 2. Entrevista, colheitas e exame físico As pessoas selecionadas serão contactadas, primeiro, por carta e posteriormente, os investigadores entrarão um contacto telefónico com cada utente selecionado, de forma a marcar a data da colheita de dados (colheita de sangue, exame físico e entrevista). A colheita de dados (colheita de sangue, exame físico e entrevista) será efetuada no INSA ou em laboratórios de análises clínicas / Centro de Saúde da área da residência dos participantes. Em cada posto de colheita a equipa será constituída por um enfermeiro (para o exame físico), um técnico de análises (para a colheita de sangue), um entrevistador e um coordenador de campo (um dos investigadores das equipa), que orientará os participantes nos exames que tenham de realizar e será responsável pelo envio das amostras ao laboratório. No final destas atividades será oferecido um saco com um pequeno lanche e material informativo sobre o estudo aos participantes. O consentimento informado será recolhido antes da colheita de sangue pela coordenadora de campo. A cada participante serão colhidos cerca de 15ml de sangue para extração de DNA e análises bioquímicas. O exame físico incluirá pesagem, medição da altura (com determinação do índice de massa corporal) e perímetro abdominal. Será também medida a tensão arterial na posição sentada, no braço direito e esquerdo após 5 minutos de repouso. As amostras biológicas serão enviadas para o INSA diariamente por uma empresa especializada. A entrevista, em suporte de papel, será realizada após a colheita de sangue. Serão recolhidos dados sobre educação, auto conhecimento sobre patologias relevantes e história familiar, custo da medicação e hábitos de vida. 3. Determinações bioquímicas As amostras devem chegar ao INSA até 24 horas após a colheita e entregues na Unidade Laboratorial Integrada, para a determinação dos parâmetros bioquímicos (colesterol total, LDL, HDL, triglicéridos, apolipoproteína B, apolipoproteína AI, lipoproteína (a), hemoglobina A1C e A2, transaminase, creatinina, glucose, insulina e péptido C). O doseamento das sdLDL que será realizado na Unidade de Investigação no Grupo de Investigação Cardiovascular. As amostras serão alíquotas após a chegada ao INSA e serão guardadas alíquotas de soro para a determinação posterior de outros parâmetros bioquímicos de relevância. Os resultados bioquímicos serão enviados ao médico assistente juntamente com uma carta a explicar o contexto do estudo. O participante também receberá uma carta a informar que os resultados bioquímicos já foram enviados para o médico assistente que o participante designou no consentimento informado para este efeito. 4. Estudos moleculares O DNA será extraído de todas as amostras enviadas e guardado a 4ºC e -20ºC. O DNA de participantes com critérios clínicos para o estudo de Hipercolesterolemia Familiar (Colesterol total>290mg/dl ou LDL> 190 mg/dl e historia familiar de doenças cardiovasculares prematuras e/ou de hipercolesterolemia) e Diabetes MODY (glucose > 130mg/dl, história familiar de diabetes em pelo menos 3 gerações, pelo menos um familiar ou o próprio com diabetes identificada antes dos 25 anos de idade e capacidade de controlo da doença sem insulina e sem cetose) serão estudados para os respectivos genes causadores da doença. As alterações associadas aos genes envolvidos no risco trombogénico serão também estudadas para todos os participantes. Os estudos genéticos serão realizados de modo a conhecer a prevalência destes fatores de risco na população portuguesa. Os estudos moleculares serão realizados por PCR, sequenciação direta e/ou dHPLC. O médico assistente dos participantes em quem seja diagnosticada geneticamente uma destas patologias será contactado por carta e será enviado um relatório com os resultados encontrados para posterior entrega ao participante pelo seu médico assistente. 5. Análise de dados Os dados de cada entrevista e os resultados do exame físico e bioquímico serão transferidos para uma base de dados, construída pela empresa Episystems, mas que pertence ao INSA, único titular dos dados. A chave de descodificação dos dados cedidos pela ACSS está ao cuidado da PI somente. Os dados serão analisados por métodos estatísticos pela empresa Episystem e esta análise será coordenada pela investigadora responsável. A prevalência dos vários fatores de risco cardiovasculares será determinada por sexo e grupos etários (18 aos 34 anos; 35 aos 64 anos;> 64 anos). Com os dados obtidos, será também determinado o SCORE de risco cardiovascular para cada participante e para a população em geral, recorrendo a softwares específicos para este efeito. RESULTADOS ESPERADOS De forma a compreender e atuar na prevenção das doenças cardiovasculares em Portugal, é necessário conhecer melhor a realidade da nossa população, pelo que são necessários estudos de Investigação nesta área. Este estudo irá contribuir para obter conhecimento científico que ajude à tomada de decisão em saúde pública, nomeadamente para melhor definir estratégias na área da prevenção cardiovascular.
- Identificação e seguimento de doentes portugueses com Hipercolesterolemia Familiar – análise clínica, genética e das desigualdades na gestão da doença no SNS: Relatório de Progresso 2014Publication . Cabeleira Medeiros, Ana MargaridaEste estudo de investigação, que teve início em 1999, tem como objetivos a realização de um estudo epidemiológico para a determinação da prevalência e distribuição da Hipercolesterolemia Familiar (FH) em Portugal, tendo implementado o estudo molecular desta patologia, e pretende contribuir para a melhor compreensão da fisiopatologia da doença cardiovascular nestes indivíduos, com o intuito de melhorar o seu prognóstico. A investigação a desenvolver no âmbito da presente bolsa pretende identificar os doentes portugueses com FH e estabelecer um estudo de seguimento destes doentes, de modo avaliar as intervenções do Sistema Nacional de Saúde (SNS) na gestão destes doentes. Em modo geral, o trabalho a desenvolver, ao longo de três anos, pretende: avaliar o conhecimento, em relação à FH, dos profissionais de saúde do SNS, envolvidos na identificação clinica e posterior tratamento destes doentes; desenvolver programas educacionais de formação de prestadores de saúde nesta área; contribuir para uma correta identificação de doentes com FH, através do estudo molecular, análise do perfil lipídico completo, e avaliação do risco cardiovascular destes doentes; e estabelecer um programa de seguimento (follow up study) de doentes identificados geneticamente com FH, e consequentemente avaliar a gestão da sua doença. No final é pretendido a elaboração de um relatório que incluirá recomendações para a identificação de doentes com FH, a ser utilizado em futuros programas nacionais de prevenção cardiovascular.
- System medicine approach to improve diagnosis and prognosis in Autism Spectrum Disorders (ASD), based on extensive genomic, biochemical and clinical dataPublication . Asif, Muhammad; Moura, Astrid; Couto, Francisco M.Autism spectrum disorder (ASD) is a neurodevelopmental disorder of well known complexity. ASD is characterized by impaired social interaction and communication and by stereotyped behaviors, and a high heterogeneity in clinical and genetic presentation. It is hypothesized that such complex heterogeneous phenotypic behaviors are associated with genetic factors. To dissect the complex correlations between phenotype and genotype in ASD, in the current study we will use powerful machine learning and data mining algorithms, like decision trees. We will integrate clinical information (from the diagnostic instruments ADI-R: Autism Diagnostic Interview-Revised and ADOS: Autism Diagnostic Observation Schedule, as well as adaptive behavior scale VABS: Vineland Adaptive Behavior Scale and cognitive scales adapted to age and cognitive level) and genetic data (Copy Number Variants, CNVs) of 3000 ASD individuals with ASD. Data on this patient cohort was obtained by the Autism Genome Project international consortium, which included 335 Portuguese patients from our dataset. This analysis will identify autism behavior associations with genetic risk factors, and eventually allow categorization of patients and prognosis according to genotype. We will initially assess the effect of deletion and duplication events and de novo and transmitted CNVs in disease clinical presentation, and progress to analyze the association of CNVs containing candidate genes for ASD with disease phenotype. So far, the etiology of autism is not well understood due to interactions between multiple factors. Genetic, metabolic, gastrointestinal, immunological and neurobiological factors have been associated with ASD etiology. Therefore, we will use a system biology based approach for ASD analysis, which will integrate genetic, miRNA, neurobiology and clinical data to determine how multiple factors can influence the autism heterogeneity. This work will improve the accuracy of data mining techniques, by building specialized classifiers based on a machine learning approach), and by applying semantic enrichment analysis. These classifiers will help in rapid diagnosis of ASD. Moreover, we will provide a framework for autism analysis with knowledge graph based data organization. This framework will enlist classifiers, feature selection and cross validation methods for ASD analysis. We will also provide a comparative and testing phase to cross check the accuracy of framework. ASD is a complex disorder, therefore enhanced understanding of associations at multiple levels (genetic, miRNA, neurobiology, clinical and behavioral), will be useful to assist in ASD diagnosis and prognosis.
