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- Contaminação do ar no interior de edifícios não residenciais por partículas PM10 e PM2,5 (2017-2022)Publication . Cano, Manuela; Júlio, Cláudia; Pires, Ana Filipa; Aguiar, Fátima; Pais, Aida; Branco, Patrícia; Rosa, Nuno; Nogueira, AnaIntrodução: As partículas são um dos poluentes mais relevantes para a saúde humana. A sua origem pode ser natural (sais marinhos, cinzas vulcânicas, solo, pólen) ou antropogénica, resultante principalmente de processos de combustão. Nas últimas décadas, o foco tem recaído sobre o seu diâmetro aerodinâmico uma vez que está relacionado com o seu transporte e deposição no trato respiratório e a regulamentação tem incidido especialmente naquelas com diâmetro aerodinâmico igual ou inferior a 2,5 μm (PM2,5) e/ou a 10 μm (PM10). Em 2006 foi publicada em Portugal a primeira legislação relativa à qualidade do ar interior que obrigava à determinação de PM10, tendo sido estabelecido um valor de referência de 150 μg/m3. Com base na evidência científica, as sucessivas alterações na legislação, em 2013 e 2021, obrigaram igualmente a determinação de PM2,5 e adotaram como limiares de proteção valores consideravelmente mais baixos de 50 μg/m3 para as PM10 e de 25 μg/m3 para as PM2,5. Atualmente a Portaria n.º 138-G/2021, obriga à monitorização da qualidade do ar interior com a determinação de parâmetros que incluem as PM2,5 e PM10 mantendo os limiares de proteção referidos. A poluição do ar interior é reconhecida como um importante risco ambiental para a saúde pública, sendo que os níveis de poluentes no interior dos edifícios podem ser duas a cinco vezes superiores aos níveis exteriores (WHO, 2010). Objetivo: Pretende-se com este estudo dar um panorama da poluição do ar interior por partículas em locais de trabalho sem fontes específicas de contaminação. Metodologia: Ao longo de 6 anos colheram-se amostras de ar, em locais de trabalho, para determinação de partículas PM10 e PM2,5 utilizando amostradores SKC-PEM-PM10 e SKC-PEM-PM2,5, respetivamente, e filtros de PTFE de 37mm (SKC) com recurso a bombas ajustadas a um caudal de 4 L/min., num total de 6 horas, seguida de análise por gravimetria com balança digital Cahn, C31 Microbalance pelo método EPA-IP10A (1990). Foram igualmente colhidas amostras de ar no exterior para referência. Resultados: A concentração média de PM2,5 obtida nas 730 amostras de ar foi de 17 μg/m3 (4–392 μg/m3) que apesar de inferior à média de 73 amostras do exterior - 22 μg/m3 (7–139 μg/m3) – 13% destas excederam o limiar de proteção de 25 μg/m3. Paralelamente, colheram-se 727 amostras para determinação de PM10, tendo-se obtido uma concentração média de 25 μg/m3 (4–622 μg/m3) que apesar de inferior à média de 74 amostras do exterior - 44 μg/m3 (8–540 μg/m3) - excedem em 9% o limiar de proteção de 50 μg/m3. Conclusões: Os resultados indicam que, apesar regulamentação, nem sempre são cumpridos os valores de referência, seja pela contaminação do ar interior com partículas do exterior, particularmente zonas de tráfego intenso, seja pela deficiente manutenção dos equipamentos de ventilação, seja, ainda, pela existência de fontes específicas, designadamente papel, arquivo aberto, etc. A monitorização regular da qualidade do ar interior é fundamental na deteção precoce de níveis elevados de poluentes, com origem em fontes de contaminação específicas, e na tomada de medidas de mitigação com vista à proteção da saúde humana, através do controlo da exposição dos ocupantes. Salienta-se que, em edifícios de habitação menos controlados, com aquecimento e cocção de alimentos baseados na combustão, serão expectáveis concentrações consideravelmente superiores.
- Contaminação de superfícies por fungos em habitação: Um risco para a saúdePublication . Júlio, Cláudia; Rosa, Nuno; Almeida, Cristina; Cano, ManuelaIntrodução: Existe suficiente evidência epidemiológica de que os ocupantes de edifícios com problemas de humidade excessiva e contaminação de superfícies por fungos, têm um risco acrescido de desenvolver sintomas respiratórios, infeções respiratórias e de exacerbar crises de asma. No interior de edifícios, a relativa abundância de diferentes espécies de fungos tende a seguir o padrão exterior, embora as concentrações interiores sejam geralmente mais baixas. Segundo o Organização Mundial de Saúde a existência de crescimento visível de bolores em superfícies é uma forte evidência da exposição humana a estes agentes (1). Objetivo: O objetivo deste estudo é evidenciar que o aparecimento de fungos em superfícies está relacionado com o aumento da concentração de esporos suspensos no ar e/ou de colónias fúngicas nas superfícies e que as espécies isoladas são, na sua maioria, semelhantes. Metodologia: Foram colhidas amostras de ar no exterior (referência) e no interior de uma habitação T2 situada no piso térreo onde, na sequência de uma rutura de canalização de águas residuais, se observou o desenvolvimento visível de bolor nas paredes, em novembro de 2022. A amostragem em duplicado de fungos viáveis no ar foi realizada utilizando o amostrador MAS-100 e placas de Agar Extrato de Malte suplementadas com cloranfenicol. Nas superfícies foram realizadas amostragens de fungos utilizando dois métodos, placas de contacto e zaragatoas posteriormente inoculadas em Agar de Extrato de Malte suplementadas com cloranfenicol. Resultados: As concentrações de fungos obtidas no ar interior da habitação, quarto e escritório, foram superiores a 10512 UFC/m3 ultrapassando as concentrações do exterior de 1356 UFC/m3. Das colónias isoladas no interior 46% têm potencial patogénico. Foram encontradas 17 estirpes diferentes (7 espécies e 10 géneros) no interior, incluindo no ar e nas superfícies e 13 (3 espécies e 10 géneros) no exterior. Conclusões: Os resultados revelaram que as concentrações de fungos obtidas no interior da habitação são no mínimo 8 vezes superiores às do Exterior, tomadas como referência. A presença de espécies como Aspergillus glaucus, Exophiala dermatitidis, Conibiobolus coronatus apenas presentes nas amostras do interior, apresentam potencial patogénico, podendo causar osteomielite e artrite séptica, infeções cutâneas ou pulmonares, doença rinofacial crónica (2, 3). Somos levados a concluir que os esporos fúngicos encontrados no ar interior têm origem nas superfícies contaminadas em virtude do excesso de água. O ar interior é um importante determinante de saúde para os ocupantes pelo que é urgente identificar, mitigar e prevenir situações de humidade persistente que potenciam o crescimento microbiano em superfícies.
- A importância da Avaliação Externa da Qualidade em Microbiologia do Ar (2010-2022)Publication . Cano, Manuela; Faria, Ana Paula; Correia, Helena; Rosa, Nuno; Almeida, Cristina; Júlio, CláudiaA legislação nacional veio impor regras de eficiência dos sistemas de climatização de edifícios que permitem melhorar o desempenho energético e garantir uma boa qualidade do ar interior, estabelecendo, entre outros, requisitos de qualidade do ar através da adoção de concentrações máximas de referência para poluentes químicos e microbiológicos (bactérias e fungos) e obrigando à realização de auditorias periódicas à qualidade de ar interior (QAI) em edifícios. Face ao aumento significativo das auditorias à QAI surgiu a necessidade de harmonizar procedimentos de amostragem/análise e encontrar soluções para a obtenção de resultados comparáveis. A Unidade de Ar e Saúde Ocupacional (UASO) implementou os procedimentos necessários à acreditação dos ensaios de acordo com o referencial da norma ISO/IEC 17025, indicador inequívoco de competência técnica. Face à inexistência de programas de avaliação externa da qualidade (AEQ), a UASO, em colaboração com o Programa Nacional de Avaliação Externa da Qualidade (PNAEQ), organizou em 2010 o programa piloto de AEQ – Microbiologia do Ar- contagem de bactérias e fungos, e em 2012 o programa de Microbiologia do Ar – Identificação de fungos, que se mantêm atualmente em funcionamento. Objetivo: Harmonização dos procedimentos e avaliação do desempenho dos Laboratórios no Programa Nacional de Avaliação externa da Qualidade em Microbiologia do Ar, entre 2010 e 2022
