Repository logo
 

Search Results

Now showing 1 - 7 of 7
  • Impacte direto e indireto da Pandemia COVID-19 na mortalidade por todas as causas e por causas específicas em Portugal entre março de 2020 e dezembro de 2021
    Publication . Rodrigues, Ana Paula; Leite, Andreia; Machado, Ausenda; Nunes, Baltazar; Matias Dias, Carlos; Barreto, Marta; Soares, Patricia; Sá, Regina; Silva, Susana
    Introdução: Durante a pandemia de COVID-19 foram observados excessos de mortalidade muito elevados e muito superiores aos observados no período pré-pandemia. No entanto, é menor a evidência sobre o impacte direto (devido à infeção e suas complicações) e indireto (em consequência das medidas não farmacológicas e das alterações no acesso e procura de cuidados de saúde). Este trabalho teve como objetivo colmatar essa lacuna do conhecimento, e pretendeu: i) estimar o excesso de mortalidade por todas as causas e por causas específicas; ii) estimar o impacte direto e indireto da COVID-19. Material e Métodos: Foi realizado um estudo quasi-experimental de séries temporais no qual se estimou o excesso de mortalidade por todas as causas e por causas específicas, como a diferença entre a mortalidade observada e esperada tendo em conta condições atmosféricas (temperaturas, poluição atmosférica) e epidemiológicas (incidência de gripe). Numa segunda fase foram considerados os efeitos diretos da COVID-19 (mortalidade por COVID-19) e efeitos indiretos da COVID-19 (Índice de Contingência; ocupação hospitalar por COVID-19) para estimar a fração do excesso de mortalidade diretamente atribuível à COVID-19. Resultados: Foram estimados 21 243 (204 por 100 000) óbitos em excesso por todas as causas, 90 % dos quais foram diretamente atribuíveis à COVID-19. Ainda na mortalidade por todas as causas, estimaram-se excessos significativos nos grupos etários acima dos 65 anos de idade e nas regiões do Norte até ao Alentejo. Observou-se um aumento do excesso de mortalidade com a idade (2 924 óbitos em excesso por 100 000 no grupo etário ≥ 85 anos) e um aumento crescente de norte para sul (174 por 100 000 no Norte a 413 por 100 000 no Alentejo). Quanto ao impacto direto da COVID-19, este variou inversamente com a idade (95 % entre os 65-74 anos até 85 % ≥ 85 anos) e entre regiões (63 % no Alentejo a 83 % no Centro). Foram estimados 187 óbitos em excesso por 100 000 nas causas respiratórias, 98 % dos quais diretamente atribuíveis à COVID-19 e 18 óbitos em excesso por 100 000 nas causas acidentais. O aumento das mortes por causas acidentais ocorreu em períodos de menor intensidade das medidas restritivas. Foi ainda observado um aumento nas causas de mortes mal-definidas ou desconhecidas, que parece maioritariamente associado ao efeito direto da COVID-19 (69 %). Nas restantes causas de morte estudadas não foram identificados excessos de mortalidade para todo o período. Contudo, no primeiro ano da pandemia observou-se um aumento da mortalidade, em períodos específicos, de várias causas de morte, seguido de uma diminuição da mortalidade abaixo da linha de base após fevereiro de 2021. Esta evolução temporal não é habitual e deverá ser analisada em estudos específicos para identificação dos mecanismos subjacentes. Conclusão: A pandemia de COVID-19 teve um impacte de muito elevada intensidade na mortalidade, principalmente devido às mortes por COVID-19. Estes impactes não foram iguais para toda a população, tendo sido mais intensos nos grupos etários mais idosos e nos indivíduos com doenças crónicas. Tal reforça a necessidade de dar prioridade a estes grupos populacionais na preparação e resposta a futuras pandemias, quer na proteção em relação à infeção e suas complicações, quer na prevenção e mitigação dos efeitos secundários das medidas não farmacológicas.
  • Prevalence, awareness, treatment and control of diabetes in Portugal: Results from the first National Health Examination Survey (INSEF 2015)
    Publication . Barreto, Marta; Kislaya, Irina; Gaio, Vânia; Rodrigues, Ana Paula; Santos, Ana João; Namorado, Sónia; Antunes, Liliana; Gil, Ana Paula; Boavida, José Manuel; Ribeiro, Rogério Tavares; Silva, Ana Clara; Vargas, Patrícia; Prokopenko, Tamara; Nunes, Baltazar; Matias Dias, Carlos; INSEF Research Group
    Aims: Diabetes Mellitus is a major public health threat worldwide and continues to increase in numbers and significance. Estimates of diabetes prevalence, awareness, treatment and control are essential to effectively monitor its trends, plan and evaluate interventions. Methods: We conducted a nationwide health examination survey in the population residing in Portugal aged between 25 and 74 years old in 2015. It consisted in a cross sectional prevalence study which included the measurement of HbA1c, a physical examination and a general health interview of a probabilistic sample of 4911 individuals (Authorization n°9348/2010 of the National Committee for Data Protection). Results: The overall prevalence of diabetes was 9.9% (95%CI: 8.4; 11.5). It was higher in males than in females (12.1% vs 7.8%). Diabetes was more prevalent among individuals of lower education and without any professional activity. The majority of persons with diabetes was aware of their condition (87.1%) and was taking antidiabetic medication (79.7%). Of these, 63.2% had glycated hemoglobin levels lower than 7.0% (53 mmol/mol), but the majority failed to comply with the LDL and blood pressure recommended clinical targets (71.9% and 59.0%). Similarly, the prevalence of prediabetes was 16%, higher among women than men (17.5% vs 14.4%). Conclusion: The prevalence of diabetes and prediabetes remains higher than the global and European estimates, although there is increasing awareness of this disorder.
  • Consumo adicional de sal em Portugal: resultados do Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico 2015
    Publication . Salvador, Mário Rui; Kislaya, Irina; Namorado, Sónia; Rodrigues, Ana Paula; Santos, Ana João; Santos, Joana; Barreto, Marta; Gaio, Vânia; Nunes, Baltazar; Matias Dias, Carlos
    Introdução Nas últimas décadas, estudos epidemiológicos têm demonstrado a associação entre o elevado consumo de sódio e o aumento da pressão arterial e outros eventos cardiovasculares. Apesar da OMS recomendar a ingestão de 5g de sal/dia, o estudo PHYSA realizado em 2012 mostrou que o consumo da população Portuguesa era de 10,7g de sal/dia. Tendo a redução do consumo de sal sido identificada com uma das intervenções mais custo-efetivas na redução da carga de doença crónica, é importante a caracterização dos padrões de consumo na população com vista ao planeamento de estratégias de redução de consumo de sal em diferentes grupos populacionais. Métodos Foi realizado um estudo epidemiológico transversal com base nos dados do Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF). O consumo adicional de sal foi avaliado numa amostra probabilística representativa da população portuguesa (n=4911), com a questão “Costuma adicionar sal no prato da sua comida? (Sim/Não)”. Foi estimada a prevalência do consumo de sal e os respetivos intervalos de confiança a 95% para o total de população e estratificada por sexo, grupo etário, região, escolaridade, situação perante o trabalho e diagnóstico de hipertensão arterial. Resultados O consumo adicional de sal foi reportado por 17,7% [IC: 14,2; 21,9] da população. O consumo adicional de sal foi mais frequente entre os homens (20,9% [IC: 16,2; 26,5]), nos residentes na região do Algarve (35,8% [IC: 32,5; 39,3]) e entre os indivíduos empregados (19,6% [IC: 15,4; 24,6]) e variou com a idade de 22% [IC: 17,2; 27,6] no grupo etário mais jovem a 14% [IC: 10,6; 18,3] no grupo etário dos 65-74 anos. Os resultados revelam, ainda, que 13,7% [IC: 9,4; 19,5] da população com diagnóstico de hipertensão arterial refere um consumo adicional de sal. Conclusões Os resultados obtidos permitem concluir que a prevalência de consumo adicional de sal é maior em homens, em grupos etários mais jovens, em indivíduos empregados e na região do Algarve. O consumo adicional de sal nos indivíduos com diagnóstico de hipertensão arterial mostra um comportamento contrário às orientações preconizadas para controlo dos valores de pressão arterial nesta população. Os serviços de saúde pública deverão, neste sentido, centrar as estratégias de redução de consumo de sal nestes grupos populacionais, particularmente em indivíduos com diagnóstico de hipertensão arterial e que estão, por isso, sob maior risco de eventos cardiocerebrovasculares.
  • Local problem solving in the Portuguese health examination survey: a mixed method study
    Publication . Lyshol, Heidi; Gil, Ana Paula; Tolonen, Hanna; Namorado, Sónia; Kislaya, Irina; Barreto, Marta; Antunes, Liliana; Gaio, Vânia; Santos, Ana João; Rodrigues, Ana Paula; Matias Dias, Carlos
    Background: Participation rates in health surveys, recognized as an important quality dimension, have been declining over the years, which may affect representativeness and confidence in results. The Portuguese national health examination survey INSEF (2015) achieved a participation rate of 43.9%, which is in line with participation rates from other similar health examination surveys. The objective of this article is to describe how local teams of survey personnel conducted the survey, describing strategies used to solve practical survey problems and to try to increase the participation rate. Methods: After a literature search, informal interviews were conducted with 14 public health officials from local health examination teams, regional and central authorities. Forty-one of the local staff members (survey personnel) also filled in a short questionnaire anonymously. The interviews and self-administered questionnaires were analysed using mixed methods, informed by thematic analysis. Results: The local teams believed that the detailed manual, described as a “cookbook for making a health examination survey”, made it possible to maintain high scientific standards while allowing for improvising solutions to problems in the local context. The quality of the manual, supported by a series of training workshops with the central research and support team, gave the teams the confidence and knowledge to implement local solutions. Motivation and cohesion within the local teams were among the goals of the training process. Local teams felt empowered by being given large responsibilities and worked hard to incite people to attend the examination through a close and persuasive approach. Local teams praised their INSA contacts for being available for assistance throughout the survey, and said they were inspired to try harder to reach participants to please their contacts for interpersonal reasons. Conclusions: The theory of organizational improvisation or bricolage, which means using limited resources to solve problems, was useful to discuss and understand what took place during INSEF. A detailed manual covering standard procedures, continuous monitoring of the data collection and face-to-face workshops, including role-play, were vital to assure high scientific standards and high participation rates in this health examination survey. Close contacts between the central team and local focal points in all regions and all survey sites were key to accommodating unexpected challenges and innovative solutions.
  • Seroprevalence of Specific SARS-CoV-2 Antibodies during Omicron BA.5 Wave, Portugal, April-June 2022
    Publication . Kislaya, Irina; Melo, Aryse; Barreto, Marta; Henriques, Camila; Aniceto, Carlos; Manita, Carla; Ramalhete, Sara; Santos, João Almeida; Soeiro, Sofia; Rodrigues, Ana Paula
    After the rapid spread of SARS-CoV-2 BA.5 Omicron lineage in Portugal, we developed a seroepidemiologic survey based on a sample of 3,825 residents. Results indicated that from April 27 through June 8, 2022, the estimated seroprevalence of SARS-CoV-2 nucleocapsid or spike IgG was 95.8%, which indicates a high level of protection.
  • Consumo adicional de sal em Portugal: resultados do Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico 2015
    Publication . Salvador, Mário Rui; Kislaya, Irina; Namorado, Sónia; Rodrigues, Ana Paula; Santos, Ana João; Santos, Joana; Barreto, Marta; Gaio, Vânia; Nunes, Baltazar; Matias Dias, Carlos
    Introdução: Nas últimas décadas, estudos epidemiológicos têm demonstrado a associação entre o elevado consumo de sódio e o aumento da pressão arterial e outros eventos cardiovasculares. Apesar da OMS recomendar a ingestão de 5g de sal/dia, o estudo PHYSA realizado em 2012 mostrou que o consumo da população Portuguesa era de 10,7g de sal/dia. Tendo a redução do consumo de sal sido identificada com uma das intervenções mais custo-efetivas na redução da carga de doença crónica, é importante a caracterização dos padrões de consumo na população com vista ao planeamento de estratégias de redução de consumo de sal em diferentes grupos populacionais. Métodos: Foi realizado um estudo epidemiológico transversal com base nos dados do Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF). O consumo adicional de sal foi avaliado numa amostra probabilística representativa da população portuguesa (n=4911), com a questão “Costuma adicionar sal no prato da sua comida? (Sim/Não)”. Foi estimada a prevalência do consumo de sal e os respetivos intervalos de confiança a 95% para o total de população e estratificada por sexo, grupo etário, região, escolaridade, situação perante o trabalho e diagnóstico de hipertensão arterial. Resultados: O consumo adicional de sal foi reportado por 17,7% [IC: 14,2; 21,9] da população. O consumo adicional de sal foi mais frequente entre os homens (20,9% [IC: 16,2; 26,5]), nos residentes na região do Algarve (35,8% [IC: 32,5; 39,3]) e entre os indivíduos empregados (19,6% [IC: 15,4; 24,6]) e variou com a idade de 22% [IC: 17,2; 27,6] no grupo etário mais jovem a 14% [IC: 10,6; 18,3] no grupo etário dos 65-74 anos. Os resultados revelam, ainda, que 13,7% [IC: 9,4; 19,5] da população com diagnóstico de hipertensão arterial refere um consumo adicional de sal. Conclusões: Os resultados obtidos permitem concluir que a prevalência de consumo adicional de sal é maior em homens, em grupos etários mais jovens, em indivíduos empregados e na região do Algarve. O consumo adicional de sal nos indivíduos com diagnóstico de hipertensão arterial mostra um comportamento contrário às orientações preconizadas para controlo dos valores de pressão arterial nesta população. Os serviços de saúde pública deverão, neste sentido, centrar as estratégias de redução de consumo de sal nestes grupos populacionais, particularmente em indivíduos com diagnóstico de hipertensão arterial e que estão, por isso, sob maior risco de eventos cardiocerebrovasculares.
  • RSV-Bacterial Co-Infection Is Associated With Increased Illness Severity in Hospitalized Children - Results From a Prospective Sentinel Surveillance Study
    Publication . Torres, Ana Rita; Gaio, Vânia; Melo, Aryse; Lança, Miguel; Barreto, Marta; Lagoa Gomes, Licínia Isabel; Azevedo, Inês; Bandeira, Teresa; Lito, David; Guiomar, Raquel; Rodrigues, Ana Paula; VigiRSV group
    During the autumn/winter respiratory syncytial virus (RSV) epidemics, bacterial co-infection is common and affects the disease severity. We aimed to understand the relationship between RSV-bacterial co-infections and clinical severity since the RSV seasonality change after COVID-19 pandemic. We conducted a prospective, sentinel surveillance study at 20 sites in Portugal in children under 2 years hospitalized with RSV, between April 21 and January 23. Effect of co-infection with potentially pathogenic bacteria (PPB) on the length of hospitalization and disease severity was investigated using multivariate linear and log-binomial regression models. Among 678 RSV hospitalizations, 67.4% occurred in children under 6 months and 15.3% in preterm; 20.4% tested positive for PPB; median length of hospitalization was 5 days (IQR: 3-7days). Children coinfected with PPB had a higher rate of ICU admission (29.7% vs. 3.5%, p < 0.001), resulting in more prolonged hospitalizations (7 vs. 5 days, p < 0.001) and a 13-fold risk of having severe disease (RR: 13.2, 95% CI:7.3-23.9). RSV-bacterial co-infection was associated with increased length of hospitalization and severe illness during off-season epidemics. This risk is probably overestimated, as laboratory testing for bacterial infections is usually higher in severely ill-appearing children. Measures to prevent outgrowth of pathogenic bacteria within the respiratory tract should be discussed.