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- 1º Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF 2015): cuidados de saúde preventivosPublication . Santos, Ana João; Gil, Ana Paula; Kislaya, Irina; Antunes, Liliana; Braz, Paula; Rodrigues, Ana Paula; Alves, Clara Alves; Namorado, Sónia; Gaio, Vânia; Barreto, Marta; Castilho, Emília; Cordeiro, Eugénio; Dinis, Ana; Prokopenko, Tamara; Silva, Ana Clara; Vargas, Patrícia; Nunes, Baltazar; Dias, Carlos MatiasEnquadramento: A importância da informação obtida através de inquéritos de saúde com exame físico realizados a amostras probabilísticas da população, de que o primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF) é exemplo, deriva da utilização de métodos e instrumentos que resultam em informação com maior validade do que a reportada apenas pelos inquiridos. O acolhimento da proposta do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), para um primeiro INSEF em Portugal, como parte integrante do Projeto Pré-Definido do Programa Iniciativas em Saúde Pública, financiado pelo Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (EEA Grants) e operado pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), a posterior parceria com o Instituto Norueguês de Saúde Pública (INSP), e a colaboração com todas as regiões nacionais, constituem as fundações que permitiram a realização deste primeiro INSEF. No presente relatório são apresentados os resultados relativos à realização de consultas de saúde oral, de análises clínicas (glicémia, colesterolémia e triglicéridémia) e de exames complementares de diagnóstico, associados à prevenção secundária da doença oncológica (mamografia, citologia cervico-vaginal e pesquisa de sangue oculto nas fezes). Materiais e métodos: O INSEF é um estudo epidemiológico observacional, transversal de base populacional, programado e realizado para ser representativo ao nível regional e nacional, com a finalidade de contribuir para melhorar a Saúde Pública e reduzir as desigualdades em saúde, através da disponibilização de informação epidemiológica de elevada qualidade sobre o estado de saúde, determinantes e utilização de cuidados de saúde pela população portuguesa. A população alvo consistiu nos indivíduos entre os 25 e os 74 anos de idade, residentes em Portugal Continental ou nas Regiões Autónomas há mais de 12 meses, não-institucionalizados e com capacidade para acompanhar a entrevista em língua portuguesa. A amostra foi estratificada por região e área urbana/rural e constituída de forma probabilística em duas etapas. O trabalho de campo decorreu entre fevereiro e dezembro de 2015 e foi realizado por equipas constituídas, formadas e treinadas especificamente para o efeito, num total de 117 profissionais. Áreas de inquirição - O INSEF incluiu um conjunto de avaliações antropométricas e bioquímicas, e a aplicação de um questionário por entrevista pessoal assistida por computador (CAPI). A recolha de dados foi organizada em três componentes: 1) exame físico, que incluiu a medição da tensão arterial, da altura, do peso e dos perímetros da cintura e da anca; 2) recolha de amostras de sangue para avaliação de parâmetros bioquímicos (colesterol total, LDL, HDL e triglicerídeos), da hemoglobina glicosilada (HbA1c) e do hemograma; 3) questionário, com recolha de informação autorreportada sobre variáveis demográficas e socioeconómicas, estado de saúde, determinantes de saúde relacionados com comportamentos e utilização de serviços e cuidados de saúde, incluindo os cuidados preventivos. Indicadores reportados no presente relatório - O presente relatório contém os resultados de um conjunto de indicadores inseridos na área temática Cuidados de Saúde, obtidos através de dados recolhidos na componente entrevista. Especificamente são apresentados resultados relativos à frequência da realização de consultas de saúde oral, de análises clínicas (glicémia, colesterolémia e triglicéridémia) e de exames complementares de diagnóstico, associados à prevenção secundária de algumas doenças oncológicas, nomeadamente, a mamografia, a citologia cervico-vaginal e a pesquisa de sangue oculto nas fezes. Análise estatística - Todos os indicadores incluídos no presente relatório foram estimados a nível nacional para subgrupos específicos da população, nomeadamente por região, sexo, grupo etário, nível de escolaridade, situação perante o trabalho e atribuição de médico de família pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS). Todas as estimativas pontuais apresentadas foram ajustadas utilizando pesos amostrais calibrados para a distribuição da população portuguesa, por sexo e grupo etário, em cada uma das 7 Regiões de Saúde para a estimativa da população residente em 2014. Para a análise comparativa, as estimativas estratificadas por região, nível de escolaridade, situação perante o trabalho e atribuição de médico de família pelo SNS, foram padronizadas pelo método direto para a distribuição da população portuguesa (2014) por sexo e grupo etário. Resultados principais: Durante o INSEF foram observados 4911 indiví- duos (2265 homens: 46,1% e 2646 mulheres: 53,9%), na sua maioria naturais de Portugal (91,2%), casados ou em união de facto (70,0%), em idade ativa (84,3% com idade entre os 25 e os 64 anos), com um nível de escolaridade inferior ao ensino secundário (63,4%) e estando 11,2% desempregados. Nos 12 meses anteriores à entrevista, 51,3% da população estudada consultou um profissional de saúde oral. Considerando a distribuição por sexo, grupo etário e região, observou-se uma maior frequência desta consulta na população feminina (55,5%), no grupo etário dos 35 aos 44 anos (56,9%) e na região Norte (55,4%). Observou-se ainda maior frequência entre os mais escolarizados (65,7% com Ensino Superior) e nos indivíduos com atividade profissional remunerada (55,0%). No ano de 2015, em Portugal, 69,7% da popula- ção entre os 25 e os 74 anos referiu ter, nos 12 meses anteriores à entrevista, efetuado análises clínicas, a pelo menos um dos parâmetros inquiridos (glicémia, colesterolémia, trigliceridémia). Esta frequência foi mais elevada no sexo feminino (72,7%) e aumentou com a idade (84,2% no grupo dos 65 aos 74 anos de idade). Foi também mais frequente nos indivíduos que têm médico de família atribuído pelo SNS (71,3% com médico de família vs. 58,7% sem médico de família). Na população feminina entre os 50 e os 69 anos de idade, 94,8 % reportou ter realizado mamografia nos 2 anos anteriores à entrevista. A percentagem foi mais elevada nas mulheres com ensino secundário (95,8%) e menos elevada nas mulheres desempregadas (89,3%). Os resultados indicam que 86,3% das mulheres entre os 25 e os 64 anos de idade referem ter realizado citologia cervico-vaginal nos 3 anos anteriores à entrevista. As percentagens mais elevadas observaram-se no grupo etário entre os 35 e os 44 anos (90,8%), na região Norte (91,7%), nas mulheres com ensino superior (90,8%) e naquelas que tinham uma atividade profissional remunerada (88,7%). Referiram ter realizado pesquisa de sangue oculto nas fezes, nos 2 anos anteriores à entrevista, 45,7% dos inquiridos, sendo este valor muito próximo do estimado para a população que nunca realizou o exame (44,2%). Não se observaram diferenças entre os sexos. O reporte de realização deste exame diminui com o aumento do nível de escolaridade, de 48,0% na população sem nível escolaridade ou com o primeiro ciclo do ensino básico até 34,7% na população com ensino superior. A percentagem de mulheres que relataram ter efetuado uma mamografia nos 2 anos anteriores ou que efetuaram uma citologia cervico-vaginal nos 3 anos anteriores à entrevista, foi mais elevada no grupo com médico de família atribuído pelo SNS. Também os indivíduos com médico de família, comparativamente aos indivíduos sem médico de família atribuído pelo SNS, apresentaram a percentagem mais elevada de realização de pesquisa de sangue oculto nas fezes nos 2 anos anteriores à entrevista. Conclusões principais: A informação obtida pelo primeiro INSEF é representativa da população portuguesa a nível nacional e de cada uma das suas 7 regiões e utilizou os métodos estabelecidos pelo European Health Examination Survey (EHES). O processo de inquérito envolveu desde o início a rede formada pelas 7 Regiões de Saúde de Portugal, o INSA, órgão do Ministério da Saúde e o INSP. As diferenças observadas nas estimativas populacionais de vários dos indicadores justificam a atenção das intervenções de saúde sobre a utilização de cuidados de saúde preventivos pela população residente em Portugal com idade entre os 25 e os 74 anos de idade. As estimativas populacionais indicam que a frequência da utilização de cuidados de saúde preventivos varia consoante a área geográfica e o tipo de serviço considerado. A realização de análises clínicas e da mamografia parecem ser exames e análises complementares de diagnósticos generalizados para a população portuguesa considerada de referência. Dos três exames de prevenção secundária da doença oncológica, a pesquisa de sangue oculto nas fezes foi a menos frequente junto da população portuguesa entre os 50 e os 74 anos. De acordo com os resultados obtidos, no que respeita à utilização de cuidados de saúde preventivos, podemos concluir que existe influência do perfil sociodemográfico na população, diferenciado de acordo com o tipo de exames. Os resultados evidenciam ainda a importância dos médicos de família do SNS para a frequência de realização da mamografia, citologia cervicovaginal e pesquisa de sangue oculto nas fezes, exames e análises utilizados muitas vezes enquanto instrumentos de rastreio oncológico.
- 1º Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF 2015): determinantes de saúdePublication . Namorado, Sónia; Santos, Joana; Antunes, Liliana; Kislaya, Irina; Santos, Ana João; Castilho, Emília; Cordeiro, Eugénio; Dinis, Ana; Barreto, Marta; Gaio, Vânia; Gil, Ana Paula; Rodrigues, Ana Paula; Silva, Ana Clara; Alves, Clara Alves; Vargas, Patrícia; Prokopenko, Tamara; Nunes, Baltazar; Dias, Carlos MatiasEnquadramento: A importância da informação obtida através de inquéritos de saúde com exame físico realizados a amostras probabilísticas da população, de que o primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF) é exemplo, resulta da utilização de métodos e instrumentos que resultam em informação com maior validade do que a reportada apenas pelos inquiridos. O acolhimento da proposta do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), para um primeiro INSEF em Portugal, como parte integrante do Projeto Pré-Definido do Programa Iniciativas em Saúde Pública, financiado pelo Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (EEA Grants) e operado pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), a posterior parceria com o Instituto Norueguês de Saúde Pública (INSP), e a colaboração com todas as regiões nacionais, constituem as fundações que permitiram a realização deste primeiro INSEF. No presente relatório são apresentados os resultados relativos aos determinantes de saúde da população residente em Portugal, com idade entre os 25 e os 74 anos de idade, em 2015. Materiais e métodos: O INSEF é um estudo epidemiológico observacional, transversal de base populacional, programado e realizado para ser representativo ao nível regional e nacional, com a finalidade de contribuir para melhorar a Saúde Pública e reduzir as desigualdades em saúde, através da disponibilização de informação epidemiológica de elevada qualidade sobre o estado de saúde, determinantes e utilização de cuidados de saúde pela população portuguesa. A população alvo consistiu nos indivíduos entre os 25 e os 74 anos de idade, residentes em Portugal Continental ou nas Regiões Autónomas há mais de 12 meses, não-institucionalizados e com capacidade para acompanhar a entrevista em língua portuguesa. A amostra foi estratificada por região e área urbana/rural e constituída de forma probabilística em duas etapas. O trabalho de campo decorreu entre fevereiro e dezembro de 2015 e foi realizado por equipas constituídas, formadas e treinadas especificamente para o efeito, num total de 117 profissionais. Áreas de inquirição - O INSEF incluiu um conjunto de avaliações antropométricas e bioquímicas, e a aplicação de um questionário por entrevista pessoal assistida por computador (CAPI). A recolha de dados foi organizada em três componentes: 1) exame físico, que incluiu a medição da tensão arterial, da altura, do peso e dos perímetros da cintura e da anca; 2) recolha de amostras de sangue para avaliação de parâmetros bioquímicos (colesterol total, LDL, HDL e triglicerídeos), da hemoglobina glicosilada (HbA1c) e do hemograma; 3) questionário, com recolha de informação autorreportada sobre variáveis demográficas e socioeconómicas, estado de saúde, determinantes de saúde relacionados com comportamentos e utilização de serviços e cuidados de saúde, incluindo os cuidados preventivos. Indicadores reportados no presente relatório - O presente relatório contém os resultados da área temática Determinantes de Saúde obtidos através de dados recolhidos na componente de entrevista. Os resultados incluem a prevalência do consumo de tabaco e de exposição ao fumo ambiental de tabaco, a prevalência do consumo excessivo de álcool numa única ocasião (binge drinking) no ano anterior à entrevista, a prevalência de indivíduos com atividade física sedentária nos tempos livres, a prevalência de indivíduos que praticam exercício físico pelo menos uma vez por semana e a prevalência do consumo diário de frutas e de vegetais. Análise estatística - Todos os indicadores incluídos no presente relatório foram estimados a nível nacional para subgrupos específicos da população, nomeadamente por região, sexo, grupo etário, nível de escolaridade e situação perante o trabalho. Todas as estimativas pontuais apresentadas foram ajustadas utilizando pesos amostrais calibrados para a distribuição da população portuguesa, por sexo e grupo etário, em cada uma das 7 Regiões de Saúde para a estimativa da população residente em 2014. Para a análise comparativa, as estimativas estratificadas por região, nível de escolaridade e situação perante o trabalho foram padronizadas pelo método direto para a distribuição da população portuguesa (2014) por sexo e grupo etário. Resultados principais: Durante o INSEF foram observados 4911 indivíduos (2265 homens: 46,1% e 2646 mulheres: 53,9%), na sua maioria naturais de Portugal (91,2%), casados ou em união de facto (70,0%), em idade ativa (84,3% com idade entre os 25 e os 64 anos), com um nível de escolaridade inferior ao ensino secundário (63,4%) e estando 11,2% desempregados. O tabaco era consumido diariamente ou ocasionalmente por 28,3% da população masculina e por 16,4% da população feminina, observando- se a prevalência mais elevada no grupo etário entre os 25 e os 34 anos (45,6% nos homens e 25,1% nas mulheres) e a mais baixa no grupo etário entre os 65 e os 74 anos (10,8% nos homens e 2,5% nas mulheres). A Região Autónoma dos Açores (RAA) revelou prevalências mais elevadas nos homens (42,8%) e a região do Algarve nas mulheres (22,2%), independentemente da idade. Nas mulheres o consumo de tabaco aumentava com a escolaridade, enquanto nos homens era mais prevalente nos grupos com escolaridade intermédia (2º ou 3º ciclo do ensino básico), independentemente da idade. Os desempregados apresentavam as prevalências mais elevadas em qualquer dos sexos (43,0% nos homens e 27,0% nas mulheres). A exposição ao fumo ambiental do tabaco afetava 12,8% da população, sendo mais frequente entre os homens (14,9% vs 10,8%), na RAA (21,0%), na população com o 2º ou o 3º ciclo do ensino básico (16,6%) e nos desempregados (17,0%). Cerca de um terço (33,8%) da população masculina referiu binge drinking, valor muito superior ao estimado para o sexo feminino (5,3%). Este tipo de consumo era mais prevalente no grupo etário mais jovem, tanto nos homens (51,9%) como nas mulheres (13,7%), diminuindo com a idade. A região do Alentejo e a Região Autónoma da Madeira (RAM) apresentavam as prevalências mais elevadas em qualquer dos sexos (homens: 51,6% e 49,9%; mulheres: 11,3% e 10,8%, respetivamente). A escolaridade mais elevada estava associada a uma maior prevalência deste tipo de comportamento (42,4% nos homens e 9,5% nas mulheres), independentemente da idade, sendo igualmente mais elevada a prevalência entre os homens profissionalmente ativos (41,0%) e entre as mulheres desempregadas (7,7%). O sedentarismo nos tempos livres afetava 44,8% da população, com prevalência mais alta nas mulheres (48,5% vs 40,6%), no grupo etário entre os 55 e os 64 anos de idade (46,9%), na RAA (52,5%), na população com menor escolaridade (51,6%) e desempregada (46,9%). Cerca de um terço da população (34,2%) referia praticar, pelo menos uma vez por semana, atividade física de forma a transpirar ou sentir cansaço, sendo esta prevalência mais elevada no sexo masculino (39,7%) e no grupo etário mais jovem (47,1%), diminuindo depois com a idade até 20,8% no grupo entre os 65 e os 74 anos de idade. A prevalência mais elevada de exercício físico de lazer (40,3%) observou-se na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), assim como na população com ensino superior (49,6%) e profissionalmente ativa (38,4%). Em 2015, 79,3% e 73,3% dos inquiridos consumiam diariamente fruta (excluindo sumos) e legumes ou vegetais (incluindo sopa), respetivamente. Estes valores eram mais elevados no sexo feminino (83,7% vs 74,4%, no caso do consumo de fruta e 80,1% vs 65,8%, no caso do consumo de legumes ou vegetais). O grupo etário mais jovem (25 a 34 anos) apresentava a menor prevalência de consumo diário de fruta (68,7%) e de legumes e vegetais (62,8%), aumentando estas prevalências com a idade. As prevalências mais baixas relativas ao consumo diário de fruta e de legumes ou vegetais foram observadas na RAA (69,1% e 57,7%, respetivamente) e as mais elevadas na região do Alentejo (85,5%) para o consumo de fruta e na região Centro (80,0%) para o consumo de legumes ou vegetais, posições relativas que não se alteraram após padronização para a idade. A população com escolaridade mais elevada apresentava prevalências mais elevadas relativas ao consumo de fruta (81,5%) e ao consumo de legumes e vegetais (80,0%). A população desempregada tinha as menores prevalências destes consumos (71,5% e 68,5%, respetivamente). Conclusões principais: A informação obtida pelo primeiro INSEF é representativa da população portuguesa a nível nacional e de cada uma das suas 7 regiões e utilizou os métodos estabelecidos pelo European Health Examination Survey (EHES). O processo de inquérito envolveu desde o início a rede formada pelas 7 Regiões de Saúde de Portugal, o INSA, órgão do Ministério da Saúde e o INSP. No que se refere aos determinantes de saúde são de realçar as elevadas frequências de sedentarismo nos tempos livres (44,8%), o binge drinking, reportado por 33,8% da população masculina, e a exposição ao fumo ambiental do tabaco, que afetava 12,8% da população. A identificação de grupos com indicadores de saúde distribuídos de forma diferente a nível regional, ou nos subgrupos populacionais analisados, fornecem informação útil na priorização das intervenções e na quantificação de potenciais ganhos de saúde, como a população mais idosa, menos escolarizada ou desempregada que surgem, de modo geral, com indicadores de saúde mais desfavoráveis.
- 1º Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF 2015): Estado de SaúdePublication . Barreto, Marta; Gaio, Vânia; Kislaya, Irina; Antunes, Liliana; Rodrigues, Ana Paula; Silva, Ana Clara; Vargas, Patrícia; Prokopenko, Tamara; Santos, Ana João; Namorado, Sónia; Gil, Ana Paula; Alves Alves, Clara; Castilho, Emília; Cordeiro, Eugénio; Dinis, Ana; Nunes, Baltazar; Matias Dias, CarlosA importância da informação obtida através de inquéritos de saúde com exame físico realizados a amostras probabilísticas da população, de que o primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF) é exemplo, deriva da utilização de métodos e instrumentos que resultam em informação com maior validade do que a reportada apenas pelos inquiridos. O acolhimento da proposta do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA, IP) para um primeiro INSEF em Portugal, como parte integrante do Projeto pré-definido pelo Programa Iniciativas em Saúde Pública, financiado pelo mecanismo financeiro do Espaço Económico Europeu (EEA Grants), operado pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), a posterior parceria com o Instituto Norueguês de Saúde Pública NIPH, e a colaboração com todas as regiões nacionais, constituem as fundações que permitiram a realização deste primeiro INSEF. No presente relatório, são apresentados os resultados relativos ao estado de saúde da população residente em Portugal com idade entre os 25 e os 74 anos em 2015.
- Acidente Vascular Cerebral: evolução e tendência da taxa de incidência na população sob observação da rede Médicos-Sentinela de 1990 a 2012Publication . Sousa Uva, Mafalda; Antunes, Liliana; Rodrigues, Ana; Pinto, Daniel; Nunes, Baltazar; Dias, Carlos MatiasO Acidente Vascular Cerebral (AVC) tem sido descrito como uma das principais causas de morte em Portugal (em 2012 128,6/105). Embora tenha vindo a ser realizada a monitorização das taxas de mortalidade por AVC em Portugal, permanece escassa a informação relativa a outras relevantes medidas epidemiológicas de frequência desta doença, designadamente, a prevalência e a incidência. A Rede de Médicos Sentinela é o único sistema de observação em saúde que tem permitido o cálculo anual das taxas de incidência de AVC, na população sob observação da rede que inclui, exclusivamente, indivíduos inscritos nas listas de utentes dos cuidados de saúde primários. O objectivo do presente trabalho foi Descrever a evolução e analisar as tendências das estimativas de incidência de AVC entre 1990 e 2012, na população sob observação pela Rede Médicos- Sentinela (MS). Observou-se que a taxa de incidência de AVC não tem sofrido alterações significativas no período estudado e tem-se mantido sempre superior nos homens, o que se poderá dever à maior prevalência de hipertensão arterial e à maior prevalência de consumo de tabaco neste sexo.
- Atividade física na população portuguesa em 2014: adesão às recomendações da OMSPublication . Santos, Joana; Sousa-Uva, Mafalda; Antunes, Liliana; Dias, Carlos MatiasEstá bem documentado que a Atividade Física (AF) pode melhorar a saúde dos indivíduos, pelo que pode desempenhar um papel fundamental em programas de saúde pública. Contudo, a extensão de benefícios em saúde depende de fatores como o nível de intensidade e frequência com que é realizada. Segundo a OMS, ganhos adicionais em saúde podem ocorrer de uma prática de 150 minutos de atividade moderada ou 75 de atividade intensa, ou ambos, ao longo da semana. Assim, é de interesse caracterizar a população que, apesar de fisicamente ativa, não atinge os níveis de AF recomendados. Esta informação permitirá ajustar programas de saúde pública a esta população.
- Barómetro COVID-19 e Paralisia Cerebral: resultados obtidos nos primeiros 18 meses da pandemia da COVID-19Publication . Folha, Teresa; Virella, Daniel; Alvarelhão, Joaquim; Cadete, Ana; Santos, Ana João; Antunes, Liliana; Calado, Eulália; Matias Dias, CarlosEm dezembro de 2019 foi detetado um novo coronavírus, denominado SARS-CoV-2, responsável pela doença COVID-19, e em março de 2020 a Organização Mundial de Saúde declarou a situação como pandémica. Esta situação tem vindo a trazer grandes alterações em todo o mundo e tem tido maior impacto no dia-a-dia das pessoas com deficiência, nomeadamente das pessoas com paralisia cerebral, devido a potenciais interrupções ou falhas nos serviços dos quais dependem, bem como um risco acrescido de contrair a doença e de desenvolver uma forma grave desta infeção. O Projeto “Barómetro COVID-19 e Paralisia Cerebral” tem vindo a monitorizar os efeitos da pandemia da COVID-19 no dia-a-dia das pessoas que vivem com paralisia cerebral em Portugal. Trata-se de um projeto operacionalizado pelo Programa de Vigilância Nacional da Paralisia Cerebral e resulta da colaboração entre a Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e a Escola Nacional de Saúde Pública, adaptando o “Barómetro COVID-19” à população que lida com a paralisia cerebral: pessoas com paralisia cerebral, suas famílias e todos aqueles que com eles trabalham. O presente relatório apresenta uma síntese dos dados recolhidos pelo Projeto “Barómetro COVID19 e Paralisia Cerebral”, obtidos desde o início da pandemia, através de um formulário online. Visa obter informação relativa a atitudes, comportamentos, necessidades, apoios e repercussão na vida das pessoas que vivem com paralisia cerebral, tendo em conta um conjunto de vivências do seu dia-a-dia.
- Collecting Valid and Reliable Data: Fieldwork Monitoring Strategies in a Health Examination SurveyPublication . Kislaya, Irina; Santos, Ana João; Lyshol, Heidi; Antunes, Liliana; Barreto, Marta; Gaio, Vânia; Gil, Ana Paula; Namorado, Sónia; Matias Dias, Carlos ; Tolonen, Hanna; Nunes, BaltazarIntroduction: Health surveys constitute a relevant information source to access the population’s health status. Given that survey errors can significantly influence estimates and invalidate study findings, it is crucial that the fieldwork progress is closely monitored to ensure data quality. The objective of this study was to describe the fieldwork monitoring conducted during the first Portuguese National Health Examination Survey (INSEF) regarding protocol deviations and key performance indicators (KPI). Methods: Data derived from interviewer observation and from the statistical quality control of selected KPI were used to monitor the four components of the INSEF survey (recruitment, physical examination, blood collection and health questionnaire). Survey KPI included response rate, average time distribution for procedures, distribution of the last digit in a specific measure, proportion of haemolysed blood samples and missing values. Results: Interviewer observation identified deviations from the established protocols, which were promptly corrected. During fieldwork monitoring through KPI, upon implementation of corrective measures, the participation rate increased 2.5-fold, and a 4.4-fold decrease in non-adherence to standardized survey procedures was observed in the average time distribution for blood pressure measurement. The proportion of measurements with the terminal digit of 0 or 5 decreased to 19.6 and 16.5%, respectively, after the pilot study. The proportion of haemolysed samples was at baseline level, below 2.5%. Missing data issues were minimized by promptly communicating them to the interviewer, who could recontact the participant and fill in the missing information. Discussion/Conclusion: Although the majority of the deviations from the established protocol occurred during the first weeks of the fieldwork, our results emphasize the importance of continuous monitoring of survey KPI to ensure data quality throughout the survey.
- Cuidados preventivos de saúde oral em Portugal: resultados do INSEF 2015Publication . Kislaya, Irina; Braz, Paula; Santos, Joana; Antunes, Liliana; Santos, Ana João; Dias, Carlos MatiasUma boa saúde oral constitui um fator determinante para a qualidade de vida. As patologias orais, que estão entre as doenças mais prevalentes em Portugal, podem ser prevenidas com corretos comportamentos de higiene oral e consultas regulares. Este estudo tem como objetivo descrever os hábitos de higiene oral na população Portuguesa, avaliar a utilização de cuidados médico-dentários e a sua associação com variáveis sociodemográficas. Realizou-se um estudo epidemiológico transversal utilizando os dados do 1º Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF 2015), numa amostra representativa da população Portuguesa com idade entre os 25 e os 74 anos (n=4911). Para identificar fatores associados aos comportamentos corretos de higiene oral e a utilização dos cuidados médico-dentários, utilizou-se a regressão de Poisson para estimar as razões de prevalência ajustados (aPR; [IC95%]) da escovagem regular dos dentes e realização de consultas regulares, de acordo com sexo, idade, nível de escolaridade, rendimento, situação perante o trabalho e região. Do total de participantes, 65% declararam escovar os dentes pelo menos 2 vezes por dia e 34,2% visitaram regularmente um profissional de saúde oral. A adesão à escovagem dentária regular foi associada ao sexo feminino (aPR=1,4; [1,3; 1,5]) e ter ensino secundário (aPR=1,5; [1,3; 1,7]) ou superior (aPR = 1,7; [1,5, 1,9]). Contudo, no Norte (aPR=0,8; [0,7; 0,9]), Centro (aPR=0,7; [0,6; 0.8]) e Açores (aPR=0,8; [0,7; 0,9]) observou-se uma menor adesão. A realização de consultas regulares foi associada ao sexo feminino (aPR=1,2; [1,1; 1,4]), e ter ensino secundário (aPR=1,9; [1,5; 2,4]), ou superior (aPR=1,9; [1,4; 2,5]). Os desempregados aPR=0,7; [0,5; 0,9]), os indivíduos com baixo rendimento (aPR=0,6; [0,5; 0,7]) e os residentes no Alentejo (aPR=0,7; [0,6; 0,9]) foram menos assíduos a visitar um profissional de saúde oral regularmente. Os resultados evidenciam uma relação entre ser do sexo masculino, ter um menor nível de escolaridade e rendimento, e estar desempregado com a menor adoção de comportamentos preventivos em saúde oral. Estes resultados mostram a necessidade de implementar medidas que promovam a literacia em saúde oral em Portugal e se direcionem para os subgrupos identificados. A menor adesão à prática de escovagem regular e a menor utilização de cuidados médico-dentários em algumas regiões do país carecem de uma investigação adicional que englobe variáveis contextuais.
- Desigualdades socioeconómicas na autorreporte incorreto de hipertensão arterial em Portugal: resultados do 1º Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF)Publication . Kislaya, Irina; Rodrigues, Ana Paula; Barreto, Marta; Gaio, Vânia; Antunes, Liliana; Namorado, Sónia; Gil, Ana Paula; Nunes, Baltazar; Dias, Carlos MatiasIntrodução: Os indicadores de estado de saúde podem ser obtidos através de inquéritos a amostras probabilísticas da população, utilizando dados autorreportados ou objetivamente medidos. Este estudo tem como objetivo comparar a prevalência de hipertensão arterial autorreportada com a prevalência baseada na medição direta da tensão arterial, de forma a identificar os fatores associados ao autorreporte incorreto de hipertensão. Métodos: O Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF) foi realizado em 2015 numa amostra representativa da população Portuguesa com idade entre os 25 e os 74 anos (n=4911). O INSEF incluiu a medição da tensão arterial, a colheita de sangue e um questionário geral de saúde aplicado por entrevista. A tensão arterial foi medida 3 vezes no braço direito com 1 minuto de intervalo entre as medições. Foram definidos como hipertensos os indivíduos cuja tensão arterial sistólica média fosse igual ou superior a 140 mmHg ou a tensão arterial diastólica média fosse igual ou superior a 90mmHg, ou que reportaram estar a tomar medicação antihipertensora nas 2 semanas anteriores à entrevista. Os dados autorreportados sobre diagnóstico médico da hipertensão, obtidos através do questionário, foram utilizados para estimar a prevalência de hipertensão autorreportada. A regressão logística foi utilizada para estimar odds ratios (OR) de autorreporte incorreto de hipertensão de acordo com sexo, idade, nivel de escolaridade e consulta com um médico de família nos últimos 12 meses. Resultados: A prevalência de hipertensão baseada nas medições diretas foi de 36,0% [IC95%: 34,3-37,7], enquanto a prevalência de hipertensão diagnosticada autorreportada foi de 25,7% [IC95%: 23,9-27,5]. Dos indivíduos com hipertensão baseada na medição direta, 69,8% [IC95%: 64,8-74,3] conheciam a sua condição de saúde. O relato incorreto de hipertensão estava associado ao sexo masculino (OR = 2,0, [IC95%: 1,5-2,8]), idade entre os 45 e os 54 anos (OR = 1.5, [IC95%: 1,0-2,2]), não consultar um médico de família nos últimos 12 meses (OR=1.4, [IC95%:1,0-1,8]) e baixos níveis de escolaridade (OR = 2,0 [IC95%: 1,3-3,0], OR = 1,6 [IC95%: 1,2-2,3], para o 1 ciclo do ensino básico e o 2 ou 3 ciclo do ensino básico, respetivamente). Conclusões: Os dados autorreportados subestimam a prevalência de hipertensão arterial. A idade, o sexo, o nível de escolaridade e as consultas de medicina geral e familiar foram identificados como sendo fatores associados ao autorreporte incorreto de hipertensão.
- Determinação dos ótimos térmicos em relação à mortalidade anual: análise de Porto, Coimbra e LisboaPublication . Marques, Jorge; Antunes, Silvia; Nunes, Baltazar; Silva, Susana Pereira; Antunes, Liliana; Dias, Carlos MatiasA análise da variação da mortalidade com as temperaturas máxima e mínima revela um número de óbitos mais elevado para a ocorrência de valores extremos em ambas as temperaturas. O resultado verifica-se tanto para temperaturas mínimas muito baixas como muito elevadas, bem como para temperaturas máximas muito baixas e muito elevadas, em todos os distritos. A análise conjunta (2003 a 2012) entre a variabilidade da temperatura do ar e do número de óbitos evidencia um intervalo de temperaturas ótimas ou de conforto para a saúde pública definido pelos valores do número de óbitos mais baixos. No caso do Porto, para a temperatura mínima o intervalo de temperatura com valores mais baixos do número de óbitos é ligeiramente inferior (15 a 16 ºC) ao de Coimbra (15 a 17 ºC) e Lisboa (16 a 19 ºC). No caso da temperatura máxima, Coimbra mostra um intervalo com valores mais elevados (25 a 31 ºC), do que o Porto (21 a 27 ºC) e Lisboa (24 a 28 ºC).
