DEP - Dissertações de mestrado
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Browsing DEP - Dissertações de mestrado by Author "Fernando, Paulo Ney Solari"
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- Exposição ocupacional e infeção por SARS-CoV-2 nos profissionais de saúde no contexto hospitalarPublication . Fernando, Paulo Ney Solari; Machado, Ausenda; Leite, EmaIntrodução: A doença do coronavírus descoberta em 2019 (COVID-19) é uma doença provocada pelo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2). Devido a alta taxa de transmissibilidade do vírus e o contato próximo decorrente da prestação de cuidados, os profissionais de saúde representam uma população importante a ser estudada. O objetivo deste estudo consiste em avaliar se trabalhar num serviço dedicado ao acompanhamento de doentes com COVID-19 aumenta o risco de infeção por SARS-CoV-2 nos profissionais de saúde. Métodos: Realizou-se uma análise secundária de dados resultante do seguimento de uma coorte longitudinal com componente retrospetiva e prospetiva dos profissionais de saúde no contexto hospitalar. Fizeram parte da corte inicial, 3 034 profissionais de saúde seguidos durante um ano, porém o seguimento para este estudo foi de duas semanas. Foi considerado como exposto a dedicação exclusiva ao doente com COVID-19 e outcome a confirmação laboratorial de SARS-CoV-2 através do teste molecular RT-PCR, sendo o preenchimento destas consideradas como critério de inclusão. Foi utilizado o modelo de regressão de Poisson com a função de ligação logaritmo, com a utilização do estimador robusto do erro padrão de modo a estimar o risco de infeção por SARS-CoV-2 nos profissionais de saúde. Aceitou-se um nível de significância de 5%. Resultados: Foram analisados 747 profissionais de saúde, 126 com dedicação exclusiva e 621 sem dedicação exclusiva, a média de idade entre os grupos foi de 41,7 e 45,5 anos, respetivamente. A maior parte dos profissionais de saúde que fizeram parte da coorte foram profissionais de saúde com prestação direta de cuidados aos doentes, o que corresponde a 75,9% (n = 567). Não houve diferença estatisticamente significativa (p = 0,705) entre os grupos de dedicação exclusiva e não exclusiva no que diz respeito ao resultado positivo no teste de COVID-19. No que concerne ao risco relativo de infeção por SARS-CoV-2 nos profissionais com dedicação exclusiva em comparação com profissionais sem dedicação exclusiva, não houve aumento do risco bruto e ajustado para confundimento, uma vez que o risco relativo bruto foi 0,90 (IC95%: 0,523-1,551) e o ajustado foi 1,011 (IC95%: 0,974-1,049). Não seguir as recomendações de prevenção e controlo da infeção aumentaram o risco de infeção em 1,452 vezes no grupo de DE (IC95%: 1,354-2,026) e 1,998 (IC95%: 1,354-2,026) nos profissionais de saúde que exerceram atividades geradoras de aerossóis. Conclusão: Trabalhar exclusivamente com doentes com COVID-19 não aumentou o risco de infeção por SARS-CoV-2, porém, o risco é aumentado para os profissionais de saúde que não seguiram as medidas de prevenção e controlo da infeção.
