O seguimento das vitimas de Acidentes Domésticos e de Lazer: resultados do sistema EVITA:2013-2015

Alves, Tatiana; Rodrigues, Emanuel; Neto, Mariana; Mexia, Ricardo; Dias, Carlos Matias

http://hdl.handle.net/10400.18/6058

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Introdução: O sistema de vigilância EVITA – Epidemiologia e Vigilância dos Traumatismos e Acidentes, criado em 2000, recolhe dados relativos a acidentes domésticos e de lazer(ADL) através de uma aplicação integrada no SONHO, numa amostra de serviços de urgência (SU) do Serviço Nacional de Saúde (SNS), sediado no Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. O presente estudo teve como objetivo obter a caracterização da ocorrência de ADL quanto ao seguimento da vitima, em função do mecanismo da lesão e tipo de resposta desencadeada nos serviços de saúde, entre 1 de janeiro de 2013 e 31 de dezembro de 2015, tendo em vista um melhor conhecimento acerca do impacto dos ADL. Materiais e Métodos: O sistema EVITA é alimentado pelo registo de ADL recolhidos nos SUs do SNS participantes neste sistema. ADL são todos os acidentes domésticos ou de lazer registados nas urgências do SNS, excluindo os acidentes de viação, de trabalho ou violência. Os dados foram analisados quanto à sua distribuição percentual no que respeita ao seguimento da vitima, em função do mecanismo da lesão. Resultados e Discussão: Entre 2013 e 2015, o número total de ADL registados pelo sistema EVITA com codificação da variável seguimento da vítima, por recorrência aos SUs foi de 26162. A maioria dos casos de ADL foram encaminhados para o “Exterior não referenciado” (65,0%) e para “Referenciação para Consulta” (24,7%), tendo-se verificado casos de internamento hospitalar (5,4%) e situações de óbito (0,03%). Em todos os grupos etários ocorreram internamentos hospitalares, a partir do grupo etário dos 45 aos 54 anos os casos aumentam, sendo mais evidente o valor apurado no grupo com 75 e mais anos (16.5%). A proporção de vítimas é mais elevada nas mulheres do que nos homens nos episódios de urgência cujo tipo de alta implicou referenciação para consulta externa ou encaminhamento para o médico assistente (25,8%). Esta predominância observou-se também nas situações mais complexas que resultaram em internamento na unidade hospitalar notificadora (6,5%). De um modo geral, independentemente do mecanismo da lesão subjacente, a maioria das vitimas teve alta para o exterior, sem necessidade de referenciação para seguimento posterior ou continuidade de qualquer tipologia de cuidados. Dado que o fenómeno em apreço respeitante à ocorrência dos ADL pode ser prevenido importa conhecer o tipo de resposta que desencadeou nos serviços de saúde dado o seu relevo para a Saúde Pública e desenvolvimento de estratégias adequadas para apoio na determinação de políticas de prevenção.