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Abstract(s)
Introdução:
A Organização Mundial de Saúde aponta a depressão como principal causa de incapacidade, contribuindo com peso elevado para a carga global de doença. Com este estudo pretendemos comparar a taxa de incidência de depressão ao nível dos cuidados de saúde primários num intervalo de 8 anos, em 2004 e 2012.
Metodologia:
Foram usados os dados sobre consultas relacionadas com depressão colhidos pela Rede Médicos-Sentinela em 2004 e 2012. Calculou-se o número de consultas por 100.000 utentes e a taxa de incidência de depressão por sexo e grupo etário para cada ano em estudo. Para o cálculo da taxa de incidência foi considerado o primeiro episódio de depressão na vida do utente e também episódios seguintes (recidivas). A comparação das taxas de incidência foi feita através do cálculo de razões de taxas (RT), tendo sido considerado um nível de significância de 5 %.
Resultados:
Comparado o ano de 2012 com o de 2004, observou-se um acréscimo no número de consultas relacionadas com depressão (5.353,5 para 6.591,6 por 100.000 utentes), aumento devido sobretudo às consultas de seguimento, e de renovação de medicação (estas últimas não presenciais). Em 2012 a proporção de consultas não presenciais foi cerca de um terço do total.
O aumento do número de consultas relacionadas com depressão foi acompanhado pelo aumento da taxa de incidência de primeiros episódios de depressão no sexo feminino acima dos 75 anos (RT=1,94; p=0,04) e no sexo masculino entre os 55 e os 64 anos de idade (RT= 3,10; p=0,002). Paralelamente observou-se uma redução da taxa de incidência de depressão (primeiro episódio e seguintes) no sexo feminino entre os 15 e os 35 anos de idade (RT=0,75; p=0,03).
Nas mulheres as recidivas predominaram sobre os primeiros episódios, acontecendo o inverso no sexo masculino, no entanto estas diferenças observadas só tiveram significado estatístico em 2004.
Discussão:
É conhecimento adquirido que a depressão afecta sobretudo as mulheres (no nosso estudo cerca de 4 vezes mais). Apesar disto, observámos que o maior aumento da incidência de depressão ocorreu em homens com idade entre 55 e 64 anos (RT=3,1).
Os resultados devam ser analisados à luz das limitações do estudo (dificuldade na definição de caso de depressão e menor dimensão da população sob observação pelos Médicos-Sentinela em 2012), mas apontam para a necessidade de estudar factores associados ao aumento da depressão, em especial nos homens do grupo etário referido.
Description
Keywords
Médicos-Sentinela Depressão Estados de Saúde e de Doença
Pedagogical Context
Citation
Publisher
Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, IP
