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- Hereditary Anemia - characterization of the genetic basis and subjacent mechanismsPublication . Faleiro, Bárbara; Faustino, Paula; Rebelo, Maria TeresaA anemia é um problema de saúde pública global que afeta 24,8 % da população mundial, sendo maioritariamente causada por deficiências nutricionais de ferro. Para além disso, quando perturbados os mecanismos moleculares associados à homeostase do ferro é possível que surjam anemias hereditárias de difícil diagnóstico, como é o caso da Iron-Refractory Iron Deficiency Anemia (IRIDA). Por outro lado, alterações na síntese ou estrutura das cadeias globínicas originam também anemias hereditárias denominadas hemoglobinopatias. Primeiramente, de forma a explicar fenótipos atípicos de hemoglobinopatias e entender os mecanismos fisiopatológicos subjacentes aos mesmos, 15 casos clínicos de hemoglobinopatias foram estudados utilizando as metodologias PCR, gap-PCR, Multiplex Ligation-Dependent Probe Amplification (MLPA) e sequenciação automática de Sanger para analisar vários genes globínicos (HBB; HBD; HBG1; HBG2; HBA1; e HBA2). Este estudo permitiu o esclarecimento das causas moleculares associadas aos fenótipos complexos destes indivíduos, nos quais estavam presentes lesões moleculares responsáveis por: variantes estruturais raras de hemoglobina, talassémias do tipo alfa e beta e polimorfismos responsáveis pela modulação da expressão dos genes globínicos De seguida, o trabalho focou-se no estudo de 10 casos suspeitos de IRIDA, através da amplificação do gene TMPRSS6, que codifica a proteína matriptase-2, por PCR-longo e análise por Next-generation Sequencing, seguida de análise in silico, de forma a prever o possível efeito patogénico na proteína de variantes genéticas novas/raras. Recorreu-se à ferramenta bioinformática Human Splicing Finder de forma a detetar potenciais alterações no processo de splicing e às ferramentas PolyPhen-2, SIFT e Missense3D, a fim de analisar o impacto das variantes missense ao nível da estrutura e função da proteína codificada. Esta investigação permitiu apenas justificar o fenótipo de um dos casos em estudo, cujo quadro clínico julga-se ser fruto da herança digénica de uma nova mutação patogénica (TMPRSS6: c.871G>A; G291S) e 3 polimorfismos modeladores no mesmo gene (K253E, S361S e Y739Y) em conjunto com a co-herança do alelo para a deleção α-talassémica de 3,7 kb, que levam à presença de um fenótipo tipo-IRIDA. De forma a detetar a presença e entender o papel de polimorfismos comuns em genes relacionados com o metabolismo do ferro, foi realizado um estudo populacional de associação para investigar a influência que os polimorfismos nos genes TMPRSS6 (V736A e K253E) e HFE (H63D e C282Y) têm sobre os parâmetros hematológicos e do status do ferro de 317 indivíduos adultos, portugueses, divididos em 3 grupos: portadores de β-talassémia (BTT), indivíduos com anemia ferropénica (IDA) e controlos normais. Os indivíduos foram genotipados recorrendo às técnicas PCR-(RFLP) Restriction fragment length polymorphism e Amplification-Refractory Mutation System (ARMS)-PCR. Os resultados sugerem que ambos os genótipos heterozigótico (TC) e homozigótico (CC) da variante V736A exercem um efeito protetor contra a anemia ferropénica e que indivíduos controlo do sexo feminino com o genótipo CC têm os parâmetros volume globular médio (MCV), hemoglobina corpuscular média (MCH) e saturação de transferrina (TSAT) significativamente aumentados quando comparados com o genótipo wild-type (TT). Os resultados da análise de regressão logística detetaram uma associação positiva entre a presença da variante H63D e os níveis de dispersão do volume eritrocitário (RDW) nos controlos saudáveis e verificou-se uma associação entre esta mesma variante e os parâmetros do status do ferro de indivíduos BTT. Após o estudo de associação, foi testado o desempenho de diagnóstico de 13 índices matemáticos diferenciadores de anemia microcítica em indivíduos BTT ou IDA, com o intuito de determinar quais seriam os mais adequados à população Portuguesa. A análise revelou que para uma população adulta de mulheres portuguesas, os índices com melhor desempenho são RBC, G&K e RDWI. Os resultados foram ao encontro do reportado para outros países Mediterrânicos onde a β-talassémia é endémica. O mesmo verificou-se para o Brasil e França, provavelmente devido, respetivamente, à herança portuguesa e a fluxos migratórios. No geral, os resultados indicam que estes índices podem auxiliar no diagnóstico da causa subjacente à anemia microcítica, reconhecendo indivíduos suspeitos de BTT e encaminhando-os para testes bioquímicos e moleculares adicionais. Em suma, este trabalho permitiu entender melhor as alterações genéticas responsáveis pelas anemias hereditárias, bem como a forma como estas alteram o metabolismo do ferro, levando a um melhor conhecimento dos fatores que conduzem à variabilidade clínica em pacientes com estas doenças. Concluímos também que o estudo destas patologias tornou possível um correto diagnóstico de algum dos indivíduos estudados, permitindo um adequado acompanhamento clínico e aconselhamento genético, que leva por sua vez a uma melhoria da qualidade de vida dos casos em questão. Ademais, este trabalho reforça a importância do estudo dos marcadores moleculares e do uso de ferramentas não moleculares que complementam as técnicas de diagnóstico já implementadas.
- A Citogenética /Citogenética Molecular no diagnóstico de doenças Genéticas de base cromossómicaPublication . Brito, Filomena; Correia, HildebertoObjetivo: Dar conhecimento dos testes de genética efetuados na Unidade de Citogenética (UCI) para identificação de alterações num cromossoma ou gene, permitindo a prevenção e diagnóstico de doenças genéticas
