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- 1º Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF 2015): cuidados de saúde preventivosPublication . Santos, Ana João; Gil, Ana Paula; Kislaya, Irina; Antunes, Liliana; Braz, Paula; Rodrigues, Ana Paula; Alves, Clara Alves; Namorado, Sónia; Gaio, Vânia; Barreto, Marta; Castilho, Emília; Cordeiro, Eugénio; Dinis, Ana; Prokopenko, Tamara; Silva, Ana Clara; Vargas, Patrícia; Nunes, Baltazar; Dias, Carlos MatiasEnquadramento: A importância da informação obtida através de inquéritos de saúde com exame físico realizados a amostras probabilísticas da população, de que o primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF) é exemplo, deriva da utilização de métodos e instrumentos que resultam em informação com maior validade do que a reportada apenas pelos inquiridos. O acolhimento da proposta do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), para um primeiro INSEF em Portugal, como parte integrante do Projeto Pré-Definido do Programa Iniciativas em Saúde Pública, financiado pelo Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (EEA Grants) e operado pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), a posterior parceria com o Instituto Norueguês de Saúde Pública (INSP), e a colaboração com todas as regiões nacionais, constituem as fundações que permitiram a realização deste primeiro INSEF. No presente relatório são apresentados os resultados relativos à realização de consultas de saúde oral, de análises clínicas (glicémia, colesterolémia e triglicéridémia) e de exames complementares de diagnóstico, associados à prevenção secundária da doença oncológica (mamografia, citologia cervico-vaginal e pesquisa de sangue oculto nas fezes). Materiais e métodos: O INSEF é um estudo epidemiológico observacional, transversal de base populacional, programado e realizado para ser representativo ao nível regional e nacional, com a finalidade de contribuir para melhorar a Saúde Pública e reduzir as desigualdades em saúde, através da disponibilização de informação epidemiológica de elevada qualidade sobre o estado de saúde, determinantes e utilização de cuidados de saúde pela população portuguesa. A população alvo consistiu nos indivíduos entre os 25 e os 74 anos de idade, residentes em Portugal Continental ou nas Regiões Autónomas há mais de 12 meses, não-institucionalizados e com capacidade para acompanhar a entrevista em língua portuguesa. A amostra foi estratificada por região e área urbana/rural e constituída de forma probabilística em duas etapas. O trabalho de campo decorreu entre fevereiro e dezembro de 2015 e foi realizado por equipas constituídas, formadas e treinadas especificamente para o efeito, num total de 117 profissionais. Áreas de inquirição - O INSEF incluiu um conjunto de avaliações antropométricas e bioquímicas, e a aplicação de um questionário por entrevista pessoal assistida por computador (CAPI). A recolha de dados foi organizada em três componentes: 1) exame físico, que incluiu a medição da tensão arterial, da altura, do peso e dos perímetros da cintura e da anca; 2) recolha de amostras de sangue para avaliação de parâmetros bioquímicos (colesterol total, LDL, HDL e triglicerídeos), da hemoglobina glicosilada (HbA1c) e do hemograma; 3) questionário, com recolha de informação autorreportada sobre variáveis demográficas e socioeconómicas, estado de saúde, determinantes de saúde relacionados com comportamentos e utilização de serviços e cuidados de saúde, incluindo os cuidados preventivos. Indicadores reportados no presente relatório - O presente relatório contém os resultados de um conjunto de indicadores inseridos na área temática Cuidados de Saúde, obtidos através de dados recolhidos na componente entrevista. Especificamente são apresentados resultados relativos à frequência da realização de consultas de saúde oral, de análises clínicas (glicémia, colesterolémia e triglicéridémia) e de exames complementares de diagnóstico, associados à prevenção secundária de algumas doenças oncológicas, nomeadamente, a mamografia, a citologia cervico-vaginal e a pesquisa de sangue oculto nas fezes. Análise estatística - Todos os indicadores incluídos no presente relatório foram estimados a nível nacional para subgrupos específicos da população, nomeadamente por região, sexo, grupo etário, nível de escolaridade, situação perante o trabalho e atribuição de médico de família pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS). Todas as estimativas pontuais apresentadas foram ajustadas utilizando pesos amostrais calibrados para a distribuição da população portuguesa, por sexo e grupo etário, em cada uma das 7 Regiões de Saúde para a estimativa da população residente em 2014. Para a análise comparativa, as estimativas estratificadas por região, nível de escolaridade, situação perante o trabalho e atribuição de médico de família pelo SNS, foram padronizadas pelo método direto para a distribuição da população portuguesa (2014) por sexo e grupo etário. Resultados principais: Durante o INSEF foram observados 4911 indiví- duos (2265 homens: 46,1% e 2646 mulheres: 53,9%), na sua maioria naturais de Portugal (91,2%), casados ou em união de facto (70,0%), em idade ativa (84,3% com idade entre os 25 e os 64 anos), com um nível de escolaridade inferior ao ensino secundário (63,4%) e estando 11,2% desempregados. Nos 12 meses anteriores à entrevista, 51,3% da população estudada consultou um profissional de saúde oral. Considerando a distribuição por sexo, grupo etário e região, observou-se uma maior frequência desta consulta na população feminina (55,5%), no grupo etário dos 35 aos 44 anos (56,9%) e na região Norte (55,4%). Observou-se ainda maior frequência entre os mais escolarizados (65,7% com Ensino Superior) e nos indivíduos com atividade profissional remunerada (55,0%). No ano de 2015, em Portugal, 69,7% da popula- ção entre os 25 e os 74 anos referiu ter, nos 12 meses anteriores à entrevista, efetuado análises clínicas, a pelo menos um dos parâmetros inquiridos (glicémia, colesterolémia, trigliceridémia). Esta frequência foi mais elevada no sexo feminino (72,7%) e aumentou com a idade (84,2% no grupo dos 65 aos 74 anos de idade). Foi também mais frequente nos indivíduos que têm médico de família atribuído pelo SNS (71,3% com médico de família vs. 58,7% sem médico de família). Na população feminina entre os 50 e os 69 anos de idade, 94,8 % reportou ter realizado mamografia nos 2 anos anteriores à entrevista. A percentagem foi mais elevada nas mulheres com ensino secundário (95,8%) e menos elevada nas mulheres desempregadas (89,3%). Os resultados indicam que 86,3% das mulheres entre os 25 e os 64 anos de idade referem ter realizado citologia cervico-vaginal nos 3 anos anteriores à entrevista. As percentagens mais elevadas observaram-se no grupo etário entre os 35 e os 44 anos (90,8%), na região Norte (91,7%), nas mulheres com ensino superior (90,8%) e naquelas que tinham uma atividade profissional remunerada (88,7%). Referiram ter realizado pesquisa de sangue oculto nas fezes, nos 2 anos anteriores à entrevista, 45,7% dos inquiridos, sendo este valor muito próximo do estimado para a população que nunca realizou o exame (44,2%). Não se observaram diferenças entre os sexos. O reporte de realização deste exame diminui com o aumento do nível de escolaridade, de 48,0% na população sem nível escolaridade ou com o primeiro ciclo do ensino básico até 34,7% na população com ensino superior. A percentagem de mulheres que relataram ter efetuado uma mamografia nos 2 anos anteriores ou que efetuaram uma citologia cervico-vaginal nos 3 anos anteriores à entrevista, foi mais elevada no grupo com médico de família atribuído pelo SNS. Também os indivíduos com médico de família, comparativamente aos indivíduos sem médico de família atribuído pelo SNS, apresentaram a percentagem mais elevada de realização de pesquisa de sangue oculto nas fezes nos 2 anos anteriores à entrevista. Conclusões principais: A informação obtida pelo primeiro INSEF é representativa da população portuguesa a nível nacional e de cada uma das suas 7 regiões e utilizou os métodos estabelecidos pelo European Health Examination Survey (EHES). O processo de inquérito envolveu desde o início a rede formada pelas 7 Regiões de Saúde de Portugal, o INSA, órgão do Ministério da Saúde e o INSP. As diferenças observadas nas estimativas populacionais de vários dos indicadores justificam a atenção das intervenções de saúde sobre a utilização de cuidados de saúde preventivos pela população residente em Portugal com idade entre os 25 e os 74 anos de idade. As estimativas populacionais indicam que a frequência da utilização de cuidados de saúde preventivos varia consoante a área geográfica e o tipo de serviço considerado. A realização de análises clínicas e da mamografia parecem ser exames e análises complementares de diagnósticos generalizados para a população portuguesa considerada de referência. Dos três exames de prevenção secundária da doença oncológica, a pesquisa de sangue oculto nas fezes foi a menos frequente junto da população portuguesa entre os 50 e os 74 anos. De acordo com os resultados obtidos, no que respeita à utilização de cuidados de saúde preventivos, podemos concluir que existe influência do perfil sociodemográfico na população, diferenciado de acordo com o tipo de exames. Os resultados evidenciam ainda a importância dos médicos de família do SNS para a frequência de realização da mamografia, citologia cervicovaginal e pesquisa de sangue oculto nas fezes, exames e análises utilizados muitas vezes enquanto instrumentos de rastreio oncológico.
- 1º Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF 2015): determinantes de saúdePublication . Namorado, Sónia; Santos, Joana; Antunes, Liliana; Kislaya, Irina; Santos, Ana João; Castilho, Emília; Cordeiro, Eugénio; Dinis, Ana; Barreto, Marta; Gaio, Vânia; Gil, Ana Paula; Rodrigues, Ana Paula; Silva, Ana Clara; Alves, Clara Alves; Vargas, Patrícia; Prokopenko, Tamara; Nunes, Baltazar; Dias, Carlos MatiasEnquadramento: A importância da informação obtida através de inquéritos de saúde com exame físico realizados a amostras probabilísticas da população, de que o primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF) é exemplo, resulta da utilização de métodos e instrumentos que resultam em informação com maior validade do que a reportada apenas pelos inquiridos. O acolhimento da proposta do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), para um primeiro INSEF em Portugal, como parte integrante do Projeto Pré-Definido do Programa Iniciativas em Saúde Pública, financiado pelo Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (EEA Grants) e operado pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), a posterior parceria com o Instituto Norueguês de Saúde Pública (INSP), e a colaboração com todas as regiões nacionais, constituem as fundações que permitiram a realização deste primeiro INSEF. No presente relatório são apresentados os resultados relativos aos determinantes de saúde da população residente em Portugal, com idade entre os 25 e os 74 anos de idade, em 2015. Materiais e métodos: O INSEF é um estudo epidemiológico observacional, transversal de base populacional, programado e realizado para ser representativo ao nível regional e nacional, com a finalidade de contribuir para melhorar a Saúde Pública e reduzir as desigualdades em saúde, através da disponibilização de informação epidemiológica de elevada qualidade sobre o estado de saúde, determinantes e utilização de cuidados de saúde pela população portuguesa. A população alvo consistiu nos indivíduos entre os 25 e os 74 anos de idade, residentes em Portugal Continental ou nas Regiões Autónomas há mais de 12 meses, não-institucionalizados e com capacidade para acompanhar a entrevista em língua portuguesa. A amostra foi estratificada por região e área urbana/rural e constituída de forma probabilística em duas etapas. O trabalho de campo decorreu entre fevereiro e dezembro de 2015 e foi realizado por equipas constituídas, formadas e treinadas especificamente para o efeito, num total de 117 profissionais. Áreas de inquirição - O INSEF incluiu um conjunto de avaliações antropométricas e bioquímicas, e a aplicação de um questionário por entrevista pessoal assistida por computador (CAPI). A recolha de dados foi organizada em três componentes: 1) exame físico, que incluiu a medição da tensão arterial, da altura, do peso e dos perímetros da cintura e da anca; 2) recolha de amostras de sangue para avaliação de parâmetros bioquímicos (colesterol total, LDL, HDL e triglicerídeos), da hemoglobina glicosilada (HbA1c) e do hemograma; 3) questionário, com recolha de informação autorreportada sobre variáveis demográficas e socioeconómicas, estado de saúde, determinantes de saúde relacionados com comportamentos e utilização de serviços e cuidados de saúde, incluindo os cuidados preventivos. Indicadores reportados no presente relatório - O presente relatório contém os resultados da área temática Determinantes de Saúde obtidos através de dados recolhidos na componente de entrevista. Os resultados incluem a prevalência do consumo de tabaco e de exposição ao fumo ambiental de tabaco, a prevalência do consumo excessivo de álcool numa única ocasião (binge drinking) no ano anterior à entrevista, a prevalência de indivíduos com atividade física sedentária nos tempos livres, a prevalência de indivíduos que praticam exercício físico pelo menos uma vez por semana e a prevalência do consumo diário de frutas e de vegetais. Análise estatística - Todos os indicadores incluídos no presente relatório foram estimados a nível nacional para subgrupos específicos da população, nomeadamente por região, sexo, grupo etário, nível de escolaridade e situação perante o trabalho. Todas as estimativas pontuais apresentadas foram ajustadas utilizando pesos amostrais calibrados para a distribuição da população portuguesa, por sexo e grupo etário, em cada uma das 7 Regiões de Saúde para a estimativa da população residente em 2014. Para a análise comparativa, as estimativas estratificadas por região, nível de escolaridade e situação perante o trabalho foram padronizadas pelo método direto para a distribuição da população portuguesa (2014) por sexo e grupo etário. Resultados principais: Durante o INSEF foram observados 4911 indivíduos (2265 homens: 46,1% e 2646 mulheres: 53,9%), na sua maioria naturais de Portugal (91,2%), casados ou em união de facto (70,0%), em idade ativa (84,3% com idade entre os 25 e os 64 anos), com um nível de escolaridade inferior ao ensino secundário (63,4%) e estando 11,2% desempregados. O tabaco era consumido diariamente ou ocasionalmente por 28,3% da população masculina e por 16,4% da população feminina, observando- se a prevalência mais elevada no grupo etário entre os 25 e os 34 anos (45,6% nos homens e 25,1% nas mulheres) e a mais baixa no grupo etário entre os 65 e os 74 anos (10,8% nos homens e 2,5% nas mulheres). A Região Autónoma dos Açores (RAA) revelou prevalências mais elevadas nos homens (42,8%) e a região do Algarve nas mulheres (22,2%), independentemente da idade. Nas mulheres o consumo de tabaco aumentava com a escolaridade, enquanto nos homens era mais prevalente nos grupos com escolaridade intermédia (2º ou 3º ciclo do ensino básico), independentemente da idade. Os desempregados apresentavam as prevalências mais elevadas em qualquer dos sexos (43,0% nos homens e 27,0% nas mulheres). A exposição ao fumo ambiental do tabaco afetava 12,8% da população, sendo mais frequente entre os homens (14,9% vs 10,8%), na RAA (21,0%), na população com o 2º ou o 3º ciclo do ensino básico (16,6%) e nos desempregados (17,0%). Cerca de um terço (33,8%) da população masculina referiu binge drinking, valor muito superior ao estimado para o sexo feminino (5,3%). Este tipo de consumo era mais prevalente no grupo etário mais jovem, tanto nos homens (51,9%) como nas mulheres (13,7%), diminuindo com a idade. A região do Alentejo e a Região Autónoma da Madeira (RAM) apresentavam as prevalências mais elevadas em qualquer dos sexos (homens: 51,6% e 49,9%; mulheres: 11,3% e 10,8%, respetivamente). A escolaridade mais elevada estava associada a uma maior prevalência deste tipo de comportamento (42,4% nos homens e 9,5% nas mulheres), independentemente da idade, sendo igualmente mais elevada a prevalência entre os homens profissionalmente ativos (41,0%) e entre as mulheres desempregadas (7,7%). O sedentarismo nos tempos livres afetava 44,8% da população, com prevalência mais alta nas mulheres (48,5% vs 40,6%), no grupo etário entre os 55 e os 64 anos de idade (46,9%), na RAA (52,5%), na população com menor escolaridade (51,6%) e desempregada (46,9%). Cerca de um terço da população (34,2%) referia praticar, pelo menos uma vez por semana, atividade física de forma a transpirar ou sentir cansaço, sendo esta prevalência mais elevada no sexo masculino (39,7%) e no grupo etário mais jovem (47,1%), diminuindo depois com a idade até 20,8% no grupo entre os 65 e os 74 anos de idade. A prevalência mais elevada de exercício físico de lazer (40,3%) observou-se na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), assim como na população com ensino superior (49,6%) e profissionalmente ativa (38,4%). Em 2015, 79,3% e 73,3% dos inquiridos consumiam diariamente fruta (excluindo sumos) e legumes ou vegetais (incluindo sopa), respetivamente. Estes valores eram mais elevados no sexo feminino (83,7% vs 74,4%, no caso do consumo de fruta e 80,1% vs 65,8%, no caso do consumo de legumes ou vegetais). O grupo etário mais jovem (25 a 34 anos) apresentava a menor prevalência de consumo diário de fruta (68,7%) e de legumes e vegetais (62,8%), aumentando estas prevalências com a idade. As prevalências mais baixas relativas ao consumo diário de fruta e de legumes ou vegetais foram observadas na RAA (69,1% e 57,7%, respetivamente) e as mais elevadas na região do Alentejo (85,5%) para o consumo de fruta e na região Centro (80,0%) para o consumo de legumes ou vegetais, posições relativas que não se alteraram após padronização para a idade. A população com escolaridade mais elevada apresentava prevalências mais elevadas relativas ao consumo de fruta (81,5%) e ao consumo de legumes e vegetais (80,0%). A população desempregada tinha as menores prevalências destes consumos (71,5% e 68,5%, respetivamente). Conclusões principais: A informação obtida pelo primeiro INSEF é representativa da população portuguesa a nível nacional e de cada uma das suas 7 regiões e utilizou os métodos estabelecidos pelo European Health Examination Survey (EHES). O processo de inquérito envolveu desde o início a rede formada pelas 7 Regiões de Saúde de Portugal, o INSA, órgão do Ministério da Saúde e o INSP. No que se refere aos determinantes de saúde são de realçar as elevadas frequências de sedentarismo nos tempos livres (44,8%), o binge drinking, reportado por 33,8% da população masculina, e a exposição ao fumo ambiental do tabaco, que afetava 12,8% da população. A identificação de grupos com indicadores de saúde distribuídos de forma diferente a nível regional, ou nos subgrupos populacionais analisados, fornecem informação útil na priorização das intervenções e na quantificação de potenciais ganhos de saúde, como a população mais idosa, menos escolarizada ou desempregada que surgem, de modo geral, com indicadores de saúde mais desfavoráveis.
- 1º Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF 2015): Estado de SaúdePublication . Barreto, Marta; Gaio, Vânia; Kislaya, Irina; Antunes, Liliana; Rodrigues, Ana Paula; Silva, Ana Clara; Vargas, Patrícia; Prokopenko, Tamara; Santos, Ana João; Namorado, Sónia; Gil, Ana Paula; Alves Alves, Clara; Castilho, Emília; Cordeiro, Eugénio; Dinis, Ana; Nunes, Baltazar; Matias Dias, CarlosA importância da informação obtida através de inquéritos de saúde com exame físico realizados a amostras probabilísticas da população, de que o primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF) é exemplo, deriva da utilização de métodos e instrumentos que resultam em informação com maior validade do que a reportada apenas pelos inquiridos. O acolhimento da proposta do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA, IP) para um primeiro INSEF em Portugal, como parte integrante do Projeto pré-definido pelo Programa Iniciativas em Saúde Pública, financiado pelo mecanismo financeiro do Espaço Económico Europeu (EEA Grants), operado pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), a posterior parceria com o Instituto Norueguês de Saúde Pública NIPH, e a colaboração com todas as regiões nacionais, constituem as fundações que permitiram a realização deste primeiro INSEF. No presente relatório, são apresentados os resultados relativos ao estado de saúde da população residente em Portugal com idade entre os 25 e os 74 anos em 2015.
- Accuracy of the Surprise Question on Patients with Advanced Chronic Disease in the Primary Care Setting: preliminary resultsPublication . Faria de Sousa, Paulo; Julião, Miguel; Rodrigues, Ana Paula; Nunes, BaltazarThe need to identify patients with palliative care needs has resulted in the development of many tools. The surprise question (SQ) ‘‘Would you be surprised if this patient were to die in the next year?’’ was tested in several contexts with good results. However, a systematic review and metaanalyses takes a less enthusiast conclusion. It states that the SQ performs poor to modestly and that other tools are warranted. Portugal’s reform and expansion of its palliative care network increase the need of simple and effective referral instruments. There are no studies in Portugal regarding the accuracy of the SQ and its Portuguese translation and validation have been reported elsewhere. (...)
- Acidente Vascular Cerebral: evolução e tendência da taxa de incidência na população sob observação da rede Médicos-Sentinela de 1990 a 2012Publication . Sousa Uva, Mafalda; Antunes, Liliana; Rodrigues, Ana; Pinto, Daniel; Nunes, Baltazar; Dias, Carlos MatiasO Acidente Vascular Cerebral (AVC) tem sido descrito como uma das principais causas de morte em Portugal (em 2012 128,6/105). Embora tenha vindo a ser realizada a monitorização das taxas de mortalidade por AVC em Portugal, permanece escassa a informação relativa a outras relevantes medidas epidemiológicas de frequência desta doença, designadamente, a prevalência e a incidência. A Rede de Médicos Sentinela é o único sistema de observação em saúde que tem permitido o cálculo anual das taxas de incidência de AVC, na população sob observação da rede que inclui, exclusivamente, indivíduos inscritos nas listas de utentes dos cuidados de saúde primários. O objectivo do presente trabalho foi Descrever a evolução e analisar as tendências das estimativas de incidência de AVC entre 1990 e 2012, na população sob observação pela Rede Médicos- Sentinela (MS). Observou-se que a taxa de incidência de AVC não tem sofrido alterações significativas no período estudado e tem-se mantido sempre superior nos homens, o que se poderá dever à maior prevalência de hipertensão arterial e à maior prevalência de consumo de tabaco neste sexo.
- ADELIA–Acidentes Domésticos e de Lazer: Informação Adequada : relatório 2003Publication . Nunes, Baltazar; Brandão, João; Valadares, IsabelO sistema ADÉLIA – Acidentes Domésticos e de Lazer Informação Adequada, foi criado em 2000, e é coordenado pelo Observatório Nacional de Saúde do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. Em termos sucintos é um sistema de recolha de informação sobre acidentes domésticos e de lazer (ADL) que implicaram recurso às urgências das unidades de saúde do Serviço Nacional de Saúde. Este sistema é desenvolvido em estreita colaboração com o Instituto de Gestão Informática e Financeira da Saúde (IGIF). Mais especificamente os principais objectivos do sistema ADÉLIA são: · a curto prazo: determinar frequências e tendências dos ADL em geral e das suas diversas formas, bem como as características das vítimas, das situações e dos agentes envolvidos; · a um prazo mais dilatado: identificar situações de risco, bem como produtos perigosos, que propiciem a ocorrência de ADL; estabelecendo assim uma base de apoio para a definição de políticas de prevenção baseadas na evidência. O presente relatório tem como objectivo a apresentação de uma análise descritiva dos dados recolhidos pelo sistema ADÉLIA durante o ano de 2003.
- ADELIA–Acidentes Domésticos e de Lazer: Informação Adequada : relatório 2006-2008Publication . Contreiras, Teresa; Rodrigues, Emanuel; Nunes, BaltazarO sistema ADELIA, criado em 2000, é coordenado pelo Departamento de Epidemiologia deste Instituto e visa determinar frequências e tendências dos ADL, as características das vítimas, das situações e dos agentes envolvidos, e identificar situações de risco e produtos perigosos com vista a apoiar a definição de políticas de prevenção baseadas na evidência. Da análise descritiva dos dados recolhidos durante os anos de 2006 a 2008, destaca-se: A distribuição percentual dos ADL por sexo em cada um dos grupos etários mostra que a % de ADL é mais elevada até ao grupo etário 35-44 anos nos homens e a partir deste grupo etário os ADL são mais frequentes nas mulheres Salienta-se como tipo de lesão mais frequente a "concussão, contusão e hematoma". O mecanismo de lesão mais referido foi a "Queda", tendo revelado um acréscimo entre 2006 e 2008 de 7,8%. Este mecanismo foi, também, o mais prevalente em todos os grupos etários. Cerca de 4,4% (2008) dos ADL têm como consequência "Internamento". Destes o grupo etário acima dos 75 anos apresenta o maior valor percentual: 10,8% (2006), 11,1% (2007) e 12,5 %(2008). O sistema ADELIA assenta na adesão voluntária dos participantes.
- Adesão à terapêutica com Anticoagulantes Orais em doentes com Fibrilhação Auricular: comparação entre a varfarina e os novos anticoagulantes oraisPublication . Magalhães, Raquel; Nunes, Baltazar; Rodrigues, Ana PaulaIntrodução: A fibrilhação auricular (FA) atinge 2,5 % da população portuguesa acima dos 40 anos, comportando um aumento do risco tromboembólico. A varfarina é efetiva na prevenção da ocorrência de acidentes tromboembólicos, no entanto, as interações medicamentosas e alimentares, o seu estreito intervalo terapêutico e consequente necessidade de monitorização e ajuste da dose terapêutica podem condicionar a qualidade de vida destes doentes e limitar o seu uso crónico. Em Portugal, a proporção de doentes com FA anticoagulados (40 %) é inferior à de outros países europeus. Os novos anticoagulantes orais (ACO) (dabigatrano, rivaroxabano e apixabano), pela maior facilidade do regime terapêutico e menor número de interações são uma alternativa para os doentes com dificuldade na monitorização e ajuste terapêutico. Desconhece-se, no entanto, a adesão a estes fármacos na prática diária, aspecto importante a ter em conta no momento da prescrição, em especial num período de comercialização recente dos novos anticoagulantes orais e em que se observa um aumento das prescrições de novos ACO em detrimento da varfarina. Objetivo: Avaliar o risco de abandono da medicação anticoagulante no grupo de doentes com FA que tomam os novos ACO em comparação com a varfarina. Métodos: Estudo de coorte para o qual serão selecionados, a partir da população sob observação da Rede Médicos Sentinela, 746 indivíduos com FA a quem é prescrito pela primeira vez na vida um ACO (373 no grupo varfarina e 373 no grupo dos novos ACO). O tamanho da amostra foi estimado considerando um risco de abandono de varfarina de 25 % e uma diferença de risco de 10 %. A seleção e o seguimento (máximo de 2,5 anos) dos participantes serão efetuados pelo médico de família que recolherá informação sobre as características dos doentes (sexo, idade, escolaridade e co-morbilidades), fármaco prescrito, momento e motivo do abandono da medicação. A comparação do risco de abandono entre ambos os grupos será efectuada usando um modelo de riscos competitivos ajustado para os factores de confundimento. Discussão: Tendo em conta que a aceitação e adesão à terapêutica é um dos aspectos a considerar na escolha terapêutica e que os aspectos culturais e de acessibilidade aos serviços de saúde podem interferir quer na prescrição, quer na adesão à medicação crónica, os resultados obtidos contribuirão para ajustar as escolhas terapêuticas ao perfil de cada doente.
- Air conditioning and intrahospital mortality during the 2003 heatwave in Portugal: evidence of a protective effectPublication . Nunes, Baltazar; Paixão, Eleonora; Dias, Carlos Matias; Nogueira, Paulo; Falcão, José MarinhoObjectives - The objective of the study was to analyse the association between the presence of air conditioning in hospital wards and the intrahospital mortality during the 2003 heatwave, in mainland Portugal. Methods Historical cohort study design including all patients aged 45 or more who were hospitalised in the 7 days before the heatwave. The outcome was survival during the 18 days the heatwave lasted and during the 2 days after the end of the heatwave. A comparison group was also selected in four analogous periods without any heatwave event during January to May 2003. Data were obtained from the 2003 hospital discharges database. Air conditioning presence in hospital wards was determined using a survey sent to hospital administrations. A Cox-regression model was used to estimate the confounder-adjusted HR of death, during the heatwave and the comparison period, in patients in wards with air conditioning (AC+) versus patients in wards without air conditioning (AC−). Results 41 hospitals of mainland Portugal (49% of all hospitals in mainland Portugal) participated, and 2093 patients were enrolled. The overall confounder-adjusted HR of death in AC+ patients versus AC− patients was 0.60 (95% CI 0.37 to 0.97) for the heatwave period and 1.05 (95% CI 0.84 to 1.32) for the comparison group. Conclusions The study found strong evidence that, during the August 2003 heatwave, the presence of air conditioning in hospital wards was associated with an increased survival of patients admitted before the beginning of the climate event. The reduction of the risk of dying is estimated to be 40% (95% CI 3% to 63%).
- All-cause, cardiovascular, and respiratory mortality and wildfire-related ozone: a multicountry two-stage time series analysisPublication . Chen, Gongbo; Guo, Yuming; Yue, Xu; Xu, Rongbin; Yu,Wenhua; Ye, Tingting; Tong, Shilu; Gasparrini, Antonio; Bell,Michelle L.; Armstrong, Ben; Schwartz, Joel; Jaakkola, Jouni J.K.; Lavigne, Eric; Saldiva, Paulo Hilario Nascimento; Kan, Haidong; Royé, Dominic; Urban, Aleš; Vicedo-Cabrera, Ana Maria; Tobias, Aurelio; Forsberg, Bertil; Sera, Francesco; Lei, Yadong; Abramson, Michael J.; Li, Shanshan; Abrutzky, Rosana; Alahmad, Barrak; Ameling, Caroline; Åström, Christofer; Breitner, Susanne; Carrasco-Escobar, Gabriel; Coêlho, Micheline de Sousa Zanotti Stagliorio; Colistro, Valentina; Correa, Patricia Matus; Dang, Tran Ngoc; de'Donato, Francesca; Dung, Do Van; Entezari, Alireza; Garcia, Samuel David Osorio; Garland, Rebecca M.; Goodman, Patrick; Guo, Yue Leon; Hashizume, Masahiro; Holobaca, Iulian-Horia; Honda, Yasushi; Houthuijs, Danny; Hurtado-Díaz, Magali; Íñiguez, Carmen; Katsouyanni, Klea; Kim, Ho; Kyselý, Jan; Lee, Whanhee; Maasikmets, Marek; Madureira, Joana; Mayvaneh, Fatemeh; Nunes, Baltazar; Orru, Hans; Ortega, Nicol´s Valdés; Overcenco, Ala; Pan, Shih-Chun; Pascal, Mathilde; Ragettli, Martina S.; Rao, Shilpa; Ryti, Niilo R.I.; Samoli, Evangelia; Schneider, Alexandra; Scovronick, Noah; Seposo, Xerxes; Stafoggia, Massimo; Valencia, César De la Cruz; Zanobetti, Antonella; Zeka, Ariana; behalf of the Multi-Country Multi-City Collaborative Research NetworkBackground: Wildfire activity is an important source of tropospheric ozone (O3) pollution. However, no study to date has systematically examined the associations of wildfire-related O3 exposure with mortality globally. Methods: We did a multicountry two-stage time series analysis. From the Multi-City Multi-Country (MCC) Collaborative Research Network, data on daily all-cause, cardiovascular, and respiratory deaths were obtained from 749 locations in 43 countries or areas, representing overlapping periods from Jan 1, 2000, to Dec 31, 2016. We estimated the daily concentration of wildfire-related O3 in study locations using a chemical transport model, and then calibrated and downscaled O3 estimates to a resolution of 0·25° × 0·25° (approximately 28 km2 at the equator). Using a random-effects meta-analysis, we examined the associations of short-term wildfire-related O3 exposure (lag period of 0-2 days) with daily mortality, first at the location level and then pooled at the country, regional, and global levels. Annual excess mortality fraction in each location attributable to wildfire-related O3 was calculated with pooled effect estimates and used to obtain excess mortality fractions at country, regional, and global levels. Findings: Between 2000 and 2016, the highest maximum daily wildfire-related O3 concentrations (≥30 μg/m3) were observed in locations in South America, central America, and southeastern Asia, and the country of South Africa. Across all locations, an increase of 1 μg/m3 in the mean daily concentration of wildfire-related O3 during lag 0-2 days was associated with increases of 0·55% (95% CI 0·29 to 0·80) in daily all-cause mortality, 0·44% (-0·10 to 0·99) in daily cardiovascular mortality, and 0·82% (0·18 to 1·47) in daily respiratory mortality. The associations of daily mortality rates with wildfire-related O3 exposure showed substantial geographical heterogeneity at the country and regional levels. Across all locations, estimated annual excess mortality fractions of 0·58% (95% CI 0·31 to 0·85; 31 606 deaths [95% CI 17 038 to 46 027]) for all-cause mortality, 0·41% (-0·10 to 0·91; 5249 [-1244 to 11 620]) for cardiovascular mortality, and 0·86% (0·18 to 1·51; 4657 [999 to 8206]) for respiratory mortality were attributable to short-term exposure to wildfire-related O3. Interpretation: In this study, we observed an increase in all-cause and respiratory mortality associated with short-term wildfire-related O3 exposure. Effective risk and smoke management strategies should be implemented to protect the public from the impacts of wildfires.
