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- 1º Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF 2015): cuidados de saúde preventivosPublication . Santos, Ana João; Gil, Ana Paula; Kislaya, Irina; Antunes, Liliana; Braz, Paula; Rodrigues, Ana Paula; Alves, Clara Alves; Namorado, Sónia; Gaio, Vânia; Barreto, Marta; Castilho, Emília; Cordeiro, Eugénio; Dinis, Ana; Prokopenko, Tamara; Silva, Ana Clara; Vargas, Patrícia; Nunes, Baltazar; Dias, Carlos MatiasEnquadramento: A importância da informação obtida através de inquéritos de saúde com exame físico realizados a amostras probabilísticas da população, de que o primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF) é exemplo, deriva da utilização de métodos e instrumentos que resultam em informação com maior validade do que a reportada apenas pelos inquiridos. O acolhimento da proposta do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), para um primeiro INSEF em Portugal, como parte integrante do Projeto Pré-Definido do Programa Iniciativas em Saúde Pública, financiado pelo Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (EEA Grants) e operado pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), a posterior parceria com o Instituto Norueguês de Saúde Pública (INSP), e a colaboração com todas as regiões nacionais, constituem as fundações que permitiram a realização deste primeiro INSEF. No presente relatório são apresentados os resultados relativos à realização de consultas de saúde oral, de análises clínicas (glicémia, colesterolémia e triglicéridémia) e de exames complementares de diagnóstico, associados à prevenção secundária da doença oncológica (mamografia, citologia cervico-vaginal e pesquisa de sangue oculto nas fezes). Materiais e métodos: O INSEF é um estudo epidemiológico observacional, transversal de base populacional, programado e realizado para ser representativo ao nível regional e nacional, com a finalidade de contribuir para melhorar a Saúde Pública e reduzir as desigualdades em saúde, através da disponibilização de informação epidemiológica de elevada qualidade sobre o estado de saúde, determinantes e utilização de cuidados de saúde pela população portuguesa. A população alvo consistiu nos indivíduos entre os 25 e os 74 anos de idade, residentes em Portugal Continental ou nas Regiões Autónomas há mais de 12 meses, não-institucionalizados e com capacidade para acompanhar a entrevista em língua portuguesa. A amostra foi estratificada por região e área urbana/rural e constituída de forma probabilística em duas etapas. O trabalho de campo decorreu entre fevereiro e dezembro de 2015 e foi realizado por equipas constituídas, formadas e treinadas especificamente para o efeito, num total de 117 profissionais. Áreas de inquirição - O INSEF incluiu um conjunto de avaliações antropométricas e bioquímicas, e a aplicação de um questionário por entrevista pessoal assistida por computador (CAPI). A recolha de dados foi organizada em três componentes: 1) exame físico, que incluiu a medição da tensão arterial, da altura, do peso e dos perímetros da cintura e da anca; 2) recolha de amostras de sangue para avaliação de parâmetros bioquímicos (colesterol total, LDL, HDL e triglicerídeos), da hemoglobina glicosilada (HbA1c) e do hemograma; 3) questionário, com recolha de informação autorreportada sobre variáveis demográficas e socioeconómicas, estado de saúde, determinantes de saúde relacionados com comportamentos e utilização de serviços e cuidados de saúde, incluindo os cuidados preventivos. Indicadores reportados no presente relatório - O presente relatório contém os resultados de um conjunto de indicadores inseridos na área temática Cuidados de Saúde, obtidos através de dados recolhidos na componente entrevista. Especificamente são apresentados resultados relativos à frequência da realização de consultas de saúde oral, de análises clínicas (glicémia, colesterolémia e triglicéridémia) e de exames complementares de diagnóstico, associados à prevenção secundária de algumas doenças oncológicas, nomeadamente, a mamografia, a citologia cervico-vaginal e a pesquisa de sangue oculto nas fezes. Análise estatística - Todos os indicadores incluídos no presente relatório foram estimados a nível nacional para subgrupos específicos da população, nomeadamente por região, sexo, grupo etário, nível de escolaridade, situação perante o trabalho e atribuição de médico de família pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS). Todas as estimativas pontuais apresentadas foram ajustadas utilizando pesos amostrais calibrados para a distribuição da população portuguesa, por sexo e grupo etário, em cada uma das 7 Regiões de Saúde para a estimativa da população residente em 2014. Para a análise comparativa, as estimativas estratificadas por região, nível de escolaridade, situação perante o trabalho e atribuição de médico de família pelo SNS, foram padronizadas pelo método direto para a distribuição da população portuguesa (2014) por sexo e grupo etário. Resultados principais: Durante o INSEF foram observados 4911 indiví- duos (2265 homens: 46,1% e 2646 mulheres: 53,9%), na sua maioria naturais de Portugal (91,2%), casados ou em união de facto (70,0%), em idade ativa (84,3% com idade entre os 25 e os 64 anos), com um nível de escolaridade inferior ao ensino secundário (63,4%) e estando 11,2% desempregados. Nos 12 meses anteriores à entrevista, 51,3% da população estudada consultou um profissional de saúde oral. Considerando a distribuição por sexo, grupo etário e região, observou-se uma maior frequência desta consulta na população feminina (55,5%), no grupo etário dos 35 aos 44 anos (56,9%) e na região Norte (55,4%). Observou-se ainda maior frequência entre os mais escolarizados (65,7% com Ensino Superior) e nos indivíduos com atividade profissional remunerada (55,0%). No ano de 2015, em Portugal, 69,7% da popula- ção entre os 25 e os 74 anos referiu ter, nos 12 meses anteriores à entrevista, efetuado análises clínicas, a pelo menos um dos parâmetros inquiridos (glicémia, colesterolémia, trigliceridémia). Esta frequência foi mais elevada no sexo feminino (72,7%) e aumentou com a idade (84,2% no grupo dos 65 aos 74 anos de idade). Foi também mais frequente nos indivíduos que têm médico de família atribuído pelo SNS (71,3% com médico de família vs. 58,7% sem médico de família). Na população feminina entre os 50 e os 69 anos de idade, 94,8 % reportou ter realizado mamografia nos 2 anos anteriores à entrevista. A percentagem foi mais elevada nas mulheres com ensino secundário (95,8%) e menos elevada nas mulheres desempregadas (89,3%). Os resultados indicam que 86,3% das mulheres entre os 25 e os 64 anos de idade referem ter realizado citologia cervico-vaginal nos 3 anos anteriores à entrevista. As percentagens mais elevadas observaram-se no grupo etário entre os 35 e os 44 anos (90,8%), na região Norte (91,7%), nas mulheres com ensino superior (90,8%) e naquelas que tinham uma atividade profissional remunerada (88,7%). Referiram ter realizado pesquisa de sangue oculto nas fezes, nos 2 anos anteriores à entrevista, 45,7% dos inquiridos, sendo este valor muito próximo do estimado para a população que nunca realizou o exame (44,2%). Não se observaram diferenças entre os sexos. O reporte de realização deste exame diminui com o aumento do nível de escolaridade, de 48,0% na população sem nível escolaridade ou com o primeiro ciclo do ensino básico até 34,7% na população com ensino superior. A percentagem de mulheres que relataram ter efetuado uma mamografia nos 2 anos anteriores ou que efetuaram uma citologia cervico-vaginal nos 3 anos anteriores à entrevista, foi mais elevada no grupo com médico de família atribuído pelo SNS. Também os indivíduos com médico de família, comparativamente aos indivíduos sem médico de família atribuído pelo SNS, apresentaram a percentagem mais elevada de realização de pesquisa de sangue oculto nas fezes nos 2 anos anteriores à entrevista. Conclusões principais: A informação obtida pelo primeiro INSEF é representativa da população portuguesa a nível nacional e de cada uma das suas 7 regiões e utilizou os métodos estabelecidos pelo European Health Examination Survey (EHES). O processo de inquérito envolveu desde o início a rede formada pelas 7 Regiões de Saúde de Portugal, o INSA, órgão do Ministério da Saúde e o INSP. As diferenças observadas nas estimativas populacionais de vários dos indicadores justificam a atenção das intervenções de saúde sobre a utilização de cuidados de saúde preventivos pela população residente em Portugal com idade entre os 25 e os 74 anos de idade. As estimativas populacionais indicam que a frequência da utilização de cuidados de saúde preventivos varia consoante a área geográfica e o tipo de serviço considerado. A realização de análises clínicas e da mamografia parecem ser exames e análises complementares de diagnósticos generalizados para a população portuguesa considerada de referência. Dos três exames de prevenção secundária da doença oncológica, a pesquisa de sangue oculto nas fezes foi a menos frequente junto da população portuguesa entre os 50 e os 74 anos. De acordo com os resultados obtidos, no que respeita à utilização de cuidados de saúde preventivos, podemos concluir que existe influência do perfil sociodemográfico na população, diferenciado de acordo com o tipo de exames. Os resultados evidenciam ainda a importância dos médicos de família do SNS para a frequência de realização da mamografia, citologia cervicovaginal e pesquisa de sangue oculto nas fezes, exames e análises utilizados muitas vezes enquanto instrumentos de rastreio oncológico.
- 1º Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF 2015): determinantes de saúdePublication . Namorado, Sónia; Santos, Joana; Antunes, Liliana; Kislaya, Irina; Santos, Ana João; Castilho, Emília; Cordeiro, Eugénio; Dinis, Ana; Barreto, Marta; Gaio, Vânia; Gil, Ana Paula; Rodrigues, Ana Paula; Silva, Ana Clara; Alves, Clara Alves; Vargas, Patrícia; Prokopenko, Tamara; Nunes, Baltazar; Dias, Carlos MatiasEnquadramento: A importância da informação obtida através de inquéritos de saúde com exame físico realizados a amostras probabilísticas da população, de que o primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF) é exemplo, resulta da utilização de métodos e instrumentos que resultam em informação com maior validade do que a reportada apenas pelos inquiridos. O acolhimento da proposta do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), para um primeiro INSEF em Portugal, como parte integrante do Projeto Pré-Definido do Programa Iniciativas em Saúde Pública, financiado pelo Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (EEA Grants) e operado pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), a posterior parceria com o Instituto Norueguês de Saúde Pública (INSP), e a colaboração com todas as regiões nacionais, constituem as fundações que permitiram a realização deste primeiro INSEF. No presente relatório são apresentados os resultados relativos aos determinantes de saúde da população residente em Portugal, com idade entre os 25 e os 74 anos de idade, em 2015. Materiais e métodos: O INSEF é um estudo epidemiológico observacional, transversal de base populacional, programado e realizado para ser representativo ao nível regional e nacional, com a finalidade de contribuir para melhorar a Saúde Pública e reduzir as desigualdades em saúde, através da disponibilização de informação epidemiológica de elevada qualidade sobre o estado de saúde, determinantes e utilização de cuidados de saúde pela população portuguesa. A população alvo consistiu nos indivíduos entre os 25 e os 74 anos de idade, residentes em Portugal Continental ou nas Regiões Autónomas há mais de 12 meses, não-institucionalizados e com capacidade para acompanhar a entrevista em língua portuguesa. A amostra foi estratificada por região e área urbana/rural e constituída de forma probabilística em duas etapas. O trabalho de campo decorreu entre fevereiro e dezembro de 2015 e foi realizado por equipas constituídas, formadas e treinadas especificamente para o efeito, num total de 117 profissionais. Áreas de inquirição - O INSEF incluiu um conjunto de avaliações antropométricas e bioquímicas, e a aplicação de um questionário por entrevista pessoal assistida por computador (CAPI). A recolha de dados foi organizada em três componentes: 1) exame físico, que incluiu a medição da tensão arterial, da altura, do peso e dos perímetros da cintura e da anca; 2) recolha de amostras de sangue para avaliação de parâmetros bioquímicos (colesterol total, LDL, HDL e triglicerídeos), da hemoglobina glicosilada (HbA1c) e do hemograma; 3) questionário, com recolha de informação autorreportada sobre variáveis demográficas e socioeconómicas, estado de saúde, determinantes de saúde relacionados com comportamentos e utilização de serviços e cuidados de saúde, incluindo os cuidados preventivos. Indicadores reportados no presente relatório - O presente relatório contém os resultados da área temática Determinantes de Saúde obtidos através de dados recolhidos na componente de entrevista. Os resultados incluem a prevalência do consumo de tabaco e de exposição ao fumo ambiental de tabaco, a prevalência do consumo excessivo de álcool numa única ocasião (binge drinking) no ano anterior à entrevista, a prevalência de indivíduos com atividade física sedentária nos tempos livres, a prevalência de indivíduos que praticam exercício físico pelo menos uma vez por semana e a prevalência do consumo diário de frutas e de vegetais. Análise estatística - Todos os indicadores incluídos no presente relatório foram estimados a nível nacional para subgrupos específicos da população, nomeadamente por região, sexo, grupo etário, nível de escolaridade e situação perante o trabalho. Todas as estimativas pontuais apresentadas foram ajustadas utilizando pesos amostrais calibrados para a distribuição da população portuguesa, por sexo e grupo etário, em cada uma das 7 Regiões de Saúde para a estimativa da população residente em 2014. Para a análise comparativa, as estimativas estratificadas por região, nível de escolaridade e situação perante o trabalho foram padronizadas pelo método direto para a distribuição da população portuguesa (2014) por sexo e grupo etário. Resultados principais: Durante o INSEF foram observados 4911 indivíduos (2265 homens: 46,1% e 2646 mulheres: 53,9%), na sua maioria naturais de Portugal (91,2%), casados ou em união de facto (70,0%), em idade ativa (84,3% com idade entre os 25 e os 64 anos), com um nível de escolaridade inferior ao ensino secundário (63,4%) e estando 11,2% desempregados. O tabaco era consumido diariamente ou ocasionalmente por 28,3% da população masculina e por 16,4% da população feminina, observando- se a prevalência mais elevada no grupo etário entre os 25 e os 34 anos (45,6% nos homens e 25,1% nas mulheres) e a mais baixa no grupo etário entre os 65 e os 74 anos (10,8% nos homens e 2,5% nas mulheres). A Região Autónoma dos Açores (RAA) revelou prevalências mais elevadas nos homens (42,8%) e a região do Algarve nas mulheres (22,2%), independentemente da idade. Nas mulheres o consumo de tabaco aumentava com a escolaridade, enquanto nos homens era mais prevalente nos grupos com escolaridade intermédia (2º ou 3º ciclo do ensino básico), independentemente da idade. Os desempregados apresentavam as prevalências mais elevadas em qualquer dos sexos (43,0% nos homens e 27,0% nas mulheres). A exposição ao fumo ambiental do tabaco afetava 12,8% da população, sendo mais frequente entre os homens (14,9% vs 10,8%), na RAA (21,0%), na população com o 2º ou o 3º ciclo do ensino básico (16,6%) e nos desempregados (17,0%). Cerca de um terço (33,8%) da população masculina referiu binge drinking, valor muito superior ao estimado para o sexo feminino (5,3%). Este tipo de consumo era mais prevalente no grupo etário mais jovem, tanto nos homens (51,9%) como nas mulheres (13,7%), diminuindo com a idade. A região do Alentejo e a Região Autónoma da Madeira (RAM) apresentavam as prevalências mais elevadas em qualquer dos sexos (homens: 51,6% e 49,9%; mulheres: 11,3% e 10,8%, respetivamente). A escolaridade mais elevada estava associada a uma maior prevalência deste tipo de comportamento (42,4% nos homens e 9,5% nas mulheres), independentemente da idade, sendo igualmente mais elevada a prevalência entre os homens profissionalmente ativos (41,0%) e entre as mulheres desempregadas (7,7%). O sedentarismo nos tempos livres afetava 44,8% da população, com prevalência mais alta nas mulheres (48,5% vs 40,6%), no grupo etário entre os 55 e os 64 anos de idade (46,9%), na RAA (52,5%), na população com menor escolaridade (51,6%) e desempregada (46,9%). Cerca de um terço da população (34,2%) referia praticar, pelo menos uma vez por semana, atividade física de forma a transpirar ou sentir cansaço, sendo esta prevalência mais elevada no sexo masculino (39,7%) e no grupo etário mais jovem (47,1%), diminuindo depois com a idade até 20,8% no grupo entre os 65 e os 74 anos de idade. A prevalência mais elevada de exercício físico de lazer (40,3%) observou-se na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), assim como na população com ensino superior (49,6%) e profissionalmente ativa (38,4%). Em 2015, 79,3% e 73,3% dos inquiridos consumiam diariamente fruta (excluindo sumos) e legumes ou vegetais (incluindo sopa), respetivamente. Estes valores eram mais elevados no sexo feminino (83,7% vs 74,4%, no caso do consumo de fruta e 80,1% vs 65,8%, no caso do consumo de legumes ou vegetais). O grupo etário mais jovem (25 a 34 anos) apresentava a menor prevalência de consumo diário de fruta (68,7%) e de legumes e vegetais (62,8%), aumentando estas prevalências com a idade. As prevalências mais baixas relativas ao consumo diário de fruta e de legumes ou vegetais foram observadas na RAA (69,1% e 57,7%, respetivamente) e as mais elevadas na região do Alentejo (85,5%) para o consumo de fruta e na região Centro (80,0%) para o consumo de legumes ou vegetais, posições relativas que não se alteraram após padronização para a idade. A população com escolaridade mais elevada apresentava prevalências mais elevadas relativas ao consumo de fruta (81,5%) e ao consumo de legumes e vegetais (80,0%). A população desempregada tinha as menores prevalências destes consumos (71,5% e 68,5%, respetivamente). Conclusões principais: A informação obtida pelo primeiro INSEF é representativa da população portuguesa a nível nacional e de cada uma das suas 7 regiões e utilizou os métodos estabelecidos pelo European Health Examination Survey (EHES). O processo de inquérito envolveu desde o início a rede formada pelas 7 Regiões de Saúde de Portugal, o INSA, órgão do Ministério da Saúde e o INSP. No que se refere aos determinantes de saúde são de realçar as elevadas frequências de sedentarismo nos tempos livres (44,8%), o binge drinking, reportado por 33,8% da população masculina, e a exposição ao fumo ambiental do tabaco, que afetava 12,8% da população. A identificação de grupos com indicadores de saúde distribuídos de forma diferente a nível regional, ou nos subgrupos populacionais analisados, fornecem informação útil na priorização das intervenções e na quantificação de potenciais ganhos de saúde, como a população mais idosa, menos escolarizada ou desempregada que surgem, de modo geral, com indicadores de saúde mais desfavoráveis.
- 1º Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF 2015): Estado de SaúdePublication . Barreto, Marta; Gaio, Vânia; Kislaya, Irina; Antunes, Liliana; Rodrigues, Ana Paula; Silva, Ana Clara; Vargas, Patrícia; Prokopenko, Tamara; Santos, Ana João; Namorado, Sónia; Gil, Ana Paula; Alves Alves, Clara; Castilho, Emília; Cordeiro, Eugénio; Dinis, Ana; Nunes, Baltazar; Matias Dias, CarlosA importância da informação obtida através de inquéritos de saúde com exame físico realizados a amostras probabilísticas da população, de que o primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF) é exemplo, deriva da utilização de métodos e instrumentos que resultam em informação com maior validade do que a reportada apenas pelos inquiridos. O acolhimento da proposta do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA, IP) para um primeiro INSEF em Portugal, como parte integrante do Projeto pré-definido pelo Programa Iniciativas em Saúde Pública, financiado pelo mecanismo financeiro do Espaço Económico Europeu (EEA Grants), operado pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), a posterior parceria com o Instituto Norueguês de Saúde Pública NIPH, e a colaboração com todas as regiões nacionais, constituem as fundações que permitiram a realização deste primeiro INSEF. No presente relatório, são apresentados os resultados relativos ao estado de saúde da população residente em Portugal com idade entre os 25 e os 74 anos em 2015.
- Ambient air pollution and lipid profile: Systematic review and meta-analysisPublication . Gaio, Vânia; Roquette, Rita; Dias, Carlos Matias; Nunes, BaltazarAmbient air pollution (AAP) is recognized a cardiovascular risk factor and lipid profile dysregulation seems to be one of the potential mediators involved. However, results from epidemiologic research on the association between exposure to AAP and altered lipid profile have been inconsistent. This study aims to systematically review and meta-analyse epidemiologic evidence on the association between exposure to ambient air pollutants (particulate matter, nitrogen oxides, sulphur dioxide, ozone, carbon monoxide, back carbon) and lipid profile parameters (Total cholesterol; High-Density Lipoprotein Cholesterol; Low-Density Lipoprotein Cholesterol; TG-Triglycerides) or dyslipidaemia. Systematic electronic literature search was performed in PubMed, Web of Science and Scopus databases (last search on 24th May 2019) using keywords related to the exposure (ambient air pollutants) and to the outcomes (lipid profile parameters/dyslipidaemia). Qualitative and quantitative information of the studies were extracted and fixed or random-effects models were used to obtain a pooled effect estimate per each pollutant/outcome combination. 22 studies were qualitatively analysed and, from those, 3 studies were quantitatively analysed. Particulate matters were the most studied pollutants and a considerable heterogeneity in air pollution assessment methods and outcomes definitions was detected. Age, obesity related measures, tobacco consumption, sex and socioeconomic factors were the most frequent considered variables for confounding adjustment in the models. In a long-term exposure scenario, we found a 3.14% (1.36%-4.95%) increase in TG levels per 10 μg/m3 PM10 increment and a 4.24% (1.37%-7.19%) increase in TG levels per 10 μg/m3 NO2 increment. No significant associations were detected for the remaining pollutant/outcome combinations. Despite the few studies included in the meta-analysis, our study suggests some epidemiologic evidence supporting the association between PM10 and NO2 exposures and increased TG levels. Due to the very low level of evidence, more studies are needed to clarify the role of lipid profile dysregulation as a mediator on the AAP adverse cardiovascular effects.
- Ambient air pollution and lipid profile: systematic review and meta-analysisPublication . Gaio, Vânia; Roquette, Rita; Dias, Carlos Matias; Nunes, BaltazarAmbient air pollution (AAP) is recognized a cardiovascular risk factor and lipid profile dysregulation seems to be one of the potential mediators involved. However, results from epidemiologic research on the association between exposure to AAP and altered lipid profile have been inconsistent. This study aims to systematically review and meta-analyse epidemiologic evidence on the association between exposure to ambient air pollutants (particulate matter, nitrogen oxides, sulphur dioxide, ozone, carbon monoxide, back carbon) and lipid profile parameters (Total cholesterol; High-Density Lipoprotein Cholesterol; Low-Density Lipoprotein Cholesterol; TG-Triglycerides) or dyslipidaemia. Systematic electronic literature search was performed in PubMed, Web of Science and Scopus databases (last search on 24th May 2019) using keywords related to the exposure (ambient air pollutants) and to the outcomes (lipid profile parameters/dyslipidaemia). Qualitative and quantitative information of the studies were extracted and fixed or random-effects models were used to obtain a pooled effect estimate per each pollutant/outcome combination. 22 studies were qualitatively analysed and, from those, 3 studies were quantitatively analysed. Particulate matters were the most studied pollutants and a considerable heterogeneity in air pollution assessment methods and outcomes definitions was detected. Age, obesity related measures, tobacco consumption, sex and socioeconomic factors were the most frequent considered variables for confounding adjustment in the models. In a long-term exposure scenario, we found a 3.14% (1.36%-4.95%) increase in TG levels per 10 μg/m3 PM10 increment and a 4.24% (1.37%-7.19%) increase in TG levels per 10 μg/m3 NO2 increment. No significant associations were detected for the remaining pollutant/outcome combinations. Despite the few studies included in the meta-analysis, our study suggests some epidemiologic evidence supporting the association between PM10 and NO2 exposures and increased TG levels. Due to the very low level of evidence, more studies are needed to clarify the role of lipid profile dysregulation as a mediator on the AAP adverse cardiovascular effects.
- Ambient particulate matter exposure and red blood cell distribution width (RDW): results from a cross-sectional linkage study in PortugalPublication . Gaio, Vânia; Roquette, Rita; Matias Dias, Carlos; Nunes, BaltazarBACKGROUND AND AIM:Ambient particulate matter (PM) is now a well-established risk factor to develop cardiovasculardiseases. Multiple studies have linked PM exposure to cardiovascular events, but the pathophysiologic mechanisms linking theoccurrence of these events with PM exposure are still an area of intensive debate. red blood cell distribution width (RDW), a bloodparameter used to measure the variability sizes of the red blood cells, has been associated with a vast array of human pathologies,including cardiovascular diseases. The present study aims to estimate the long-term effect of PM10 exposure on RDW, in the adultPortuguese mainland population. METHODS:Our study was based on 2211 participants of the 1st Portuguese Health Examination Survey (INSEF, 2015) withavailable data on RDW parameter and living within a 30km radius of an air quality monitoring station from the air quality monitoringnetwork of the Portuguese Environment Agency with available PM10 measurements. Generalized linear models were used toassess the effect of 1-year PM10 exposure on RDW values. RESULTS:We found an association between long-term exposure to PM10 and RDW values (2.82% RDW increase per each 10μg/m3 PM10 increment, 95% CI: 0.62%; 5.02%), particularly among males (2.96% RDW increase per each 10 μg/m3 PM10increment, 95% CI: 0.80–5.12), which is well supported by the sensitivity analysis. CONCLUSIONS:To the best of our knowledge, this is the first study describing an association between ambient PM10 exposureand RDW values. It is uncertain whether changes in RDW due to PM10 exposure constitute an adverse health outcome. However,RDW has been identified as an independent prognostic biomarker of multiple cardiovascular diseases, therefore we consider thisresult to be of special relevance in particular to explain the effect of PM10 in triggering cardiovascular events.
- Ambient particulate matter exposure interacts with abdominal obesity to increase blood triglyceridesPublication . Gaio, Vânia; Roquette, Rita; Matias Dias, Carlos; Nunes, BaltazarBackground: Blood lipids levels dysregulation represent potential mechanism intermediating the adverse cardiovascular effects of ambient particulate matter (PM) exposure. The present study aims to estimate the effect of particulate matter (PM10) exposure on blood lipid levels (TC, Total Cholesterol; HDL-C, High-Density Lipoprotein Cholesterol; LDL-C, Low-Density Lipoprotein Cholesterol; TG, Triglycerides) in the adult Portuguese mainland population and to assess the potential mediation and/or modification action of abdominal obesity on this effect. Methods: We used data from 2390 participants of the 1st Portuguese Health Examination Survey (INSEF, 2015) with available data on blood lipids parameters and living within a 30km radius of an air quality monitoring station with available PM10 measurements. PM10 concentrations were acquired from the air quality monitoring network of the Portuguese Environment Agency. Generalized linear models were used to assess the effect of 1-year PM10 exposure on blood lipids values. An interaction term was introduced in the models to test the modification action of abdominal obesity. Results: We found an association between long-term exposure to PM10 and non-fasting blood TG levels after adjustment for age, sex, education, occupation, lifestyles related variables and temperature but only in participants with abdominal obesity (1.84% TG increase per each 1 µg/m3 PM10 increment, 95% CI: 0.02%; 3.69%) which is well supported by the sensitivity analysis. Conclusions: Our study demonstrate that even at low levels of exposure, long-term PM10 exposure interacts with abdominal obesity to increase blood TG levels. To the best of our knowledge, this is the first study showing the modification action of abdominal obesity regarding the PM10 effect on a blood lipid parameter. Our findings suggest that reducing both abdominal obesity prevalence and PM10 below current standards would result in additional health benefits for the population.
- Anthropometric Indices and Cardiovascular Risk: A Cross-Sectional Study in PortugalPublication . Santos, Maria; Sousa-Uva, Mafalda; Namorado, Sónia; Gonçalves, Teresa; Matias Dias, Carlos; Gaio, VâniaIntroduction: The relationship between abdominal obesity and cardiovascular risk is well established. The objective of this study was to determine the best anthropometric index to assess cardiovascular risk in the Portuguese population aged 40-69 years. Materials and methods: Data from the 1st National Health Examination Survey 2015 were used. The analyzed anthropometric indices included Body Mass Index (BMI), Waist Circumference (WC), Waist-to-Height Ratio (WHtR), Waist-to-Hip Ratio (WHR), and A Body Shape Index (ABSI). The subsample consisted of 2780 individuals who met the inclusion criteria: aged 40-69 years, not pregnant, available information on sex, age, smoking status, systolic blood pressure, total cholesterol, high-density lipoprotein cholesterol, and anthropometric measures (weight, height, WC, hip circumference). Individuals receiving cancer treatment were not included in the study. Those with a previous diagnosis of acute myocardial infarction, stroke, diabetes, chronic kidney disease, or undergoing medication therapy for these conditions were excluded from the analysis due to their already high or very high cardiovascular risk, being the use of SCORE2 inappropriate. The area under the curve (AUC) of the receiver operating characteristic (ROC) was calculated, stratified by sex, to determine the best index for assessing cardiovascular risk. Results: In females, WHR exhibited the highest discriminatory power with an AUC of 0.67 (95% CI: 0.63 to 0.71), closely followed by WHtR with an AUC of 0.66 (95% CI: 0.61 to 0.70) and ABSI with an AUC of 0.65 (95% CI: 0.60 to 0.70). In males, WHtR displayed the highest discriminatory power with an AUC of 0.64 (95% CI: 0.59 to 0.68), closely followed by WHR with an AUC of 0.63 (95% CI: 0.58 to 0.67), and WC had an AUC of 0.62 (95% CI: 0.57 to 0.67). Discussion: Previous research has produced diverse findings regarding the choice of anthropometric indices, with variations across genders. In the present study the AUC values for the analyzed indices encountered for both genders had overlapping confidence intervals, indicating no statistically significant difference in predictive power. Conclusion: In women, the best index was WHR, and in men it was WHtR. However, due to a lack of statistical significance, it was not possible to determine which index had the best predictive ability. Nevertheless, this doesn't invalidate the previously well-established link between abdominal obesity and cardiovascular risk. Cardiovascular disease has a multifactorial etiology, and attempting to find only one variable that predicts the risk of a cardiovascular event can be overly simplistic and limiting.
- Burden of Disease and Cost of Illness of Overweight and Obesity in PortugalPublication . Borges, Margarida; Sampaio, Filipa; Costa, João; Freitas, Paula; Matias Dias, Carlos; Gaio, Vânia; Conde, Vasco; Figueira, Débora; Pinheiro, Bernardete; Silva Miguel, LuísIntroduction: The prevalence of overweight and obesity has increased in the last decades, posing significant health and economic impacts globally. These conditions are related to several non-communicable diseases, including cardiovascular disease, type II diabetes, and cancer. This study estimated the disease burden and healthcare costs associated with overweight and obesity in the adult population in mainland Portugal, in 2018. Method: Burden of disease was measured in disability-adjusted life years (DALYs) following Global Burden of Disease (GBD) methodology. DALYs were calculated as the sum of years of life lost (YLL) and years lived with disability (YLD). The analyses included morbidity, mortality, and related costs directly related to overweight and obesity, as well as the attributable morbidity, mortality, and related costs of 25 selected diseases related to obesity (DrO). A prevalence-based cost analysis was conducted a from the perspective of the public National Health Service, including costs related to inpatient, outpatient care, and pharmacological treatment. Results: In 2018, total DALY amounted to 260,943, with 75% due to premature death (196,438 YLL) and 25% due to disability (64,505 YLD). The economic burden of overweight and obesity was estimated at approximately EUR 1,148 million. Of these, approximately EUR 13.3 million (1%) were costs related to the treatment of obesity, and the remaining were costs of DrO attributed to overweight and obesity. Outpatient care corresponded to 43% of total costs, pharmacological treatment 38%, and inpatient care 19%. Cardiovascular and cerebrovascular diseases were the largest contributor to total costs (38%), followed by type II diabetes (34%). Conclusion: Overweight and obesity incur a large disease and economic burden to the public healthcare sector, representing approximately 0.6% of the country's gross domestic product and 5.8% of public health expenditures.
- Caracterização do risco cardiovascular na população Portuguesa: resultados do 1º Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF 2015)Publication . Gaio, Vânia; Kislaya, Irina; Rodrigues, Ana Paula; Barreto, Marta; Sónia, Namorado; Matias Dias, CarlosIntrodução: As doenças cardiovasculares (DCV) continuam a ser a principal causa de morbilidade e mortalidade em Portugal, representando em 2015, um total de 32443 mortes (29,8% do total da mortalidade). As DCV representam um elevado custo em termos socioeconómicos pelo que os sistemas de saúde têm vindo a investir na sua prevenção. Neste sentido, ao nível dos cuidados de saúde primários, as recomendações clínicas preveem o uso de modelos matemáticos para avaliação de risco de ocorrência de eventos cardiovasculares com o objetivo de auxiliar na decisão clínica das medidas preventivas terapêuticas e/ou não terapêuticas a adotar. Em Portugal, de acordo com a Norma nº 005/2013 de 19/03/2013 da Direção Geral da Saúde (DGS), é recomendado o uso do algoritmo SCORE (Systematic Coronary Risk Evaluation) para avaliação do risco cardiovascular fatal a 10 anos. O presente trabalho tem como objetivo caracterizar o risco cardiovascular da população portuguesa com idade entre os 40 e os 65 anos de idade, em 2015, usando os parâmetros definidos pelo SCORE. Métodos: Neste estudo foram utilizados dados do Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF), estudo transversal de âmbito nacional, realizado em 2015 numa amostra probabilística (n=4911) de indivíduos residentes em Portugal com idades compreendidas entre os 25 e os 74 anos. Para o cálculo do risco cardiovascular foram considerados os participantes do INSEF com idade compreendida entre os 40 e os 65 anos com dados disponíveis sobre sexo, idade, tabagismo, colesterol total e pressão arterial sistólica (n=2946). As estimativas apresentadas de risco cardiovascular baixo (<1%), moderado (≥1% e <5%), alto (≥5% e <10) e muito alto (≥10%) foram estratificadas por sexo, grupo etário, região, escolaridade e quintis de rendimento. Resultados: Através da avaliação do risco cardiovascular SCORE, foi possível verificar que 11,9% [IC95%: 10,1%-14,0%] da população portuguesa com idade entre os 40 e os 65 anos apresenta um risco cardiovascular muito alto (SCORE ≥ 10%). A prevalência de risco cardiovascular muito alto foi mais elevada no sexo masculino (15,6% [IC95%: 12,5%-19,4%]) versus (8,6% [IC95%: 6,8%-10,7%]) e no grupo etário dos 60-64 anos (25,6% [IC95%: 22,2%-29,2%]). Verificou-se ainda que o risco cardiovascular muito alto é mais prevalente na Região Autónoma dos Açores (14,4% [IC95%: 12,8%-16,2%]), nos indivíduos sem escolaridade ou apenas com o primeiro ciclo do ensino básico (20,1% [IC95%: 17,3%-23,3%]) e nos indivíduos incluídos no primeiro quintil de rendimento (12,8% [IC95%: 9,6%-16,8%]). Conclusões: De acordo com a avaliação do risco cardiovascular SCORE, cuja aplicação ao nível dos cuidados de saúde primários é recomendada pela DGS, podemos concluir que uma percentagem considerável (cerca de 12%) da população portuguesa com idade compreendida entre os 40 e os 64 anos apresentava em 2015 um risco muito alto de desenvolver um evento cardiovascular fatal nos 10 anos seguintes à avaliação. Os resultados deste trabalho evidenciam ainda que o risco cardiovascular muito alto é mais prevalente nos homens, na Região Autónoma dos Açores, nos indivíduos mais velhos e pertencentes aos grupos socioeconómicos mais desfavorecidos. Tendo em conta que este risco se refere ao desenvolvimento de eventos fatais nos próximos 10 anos, será importante realizar um estudo de seguimento que permita validar a adequação da utilização do SCORE na população portuguesa.
