Aplicação da biomonitorização humana para avaliação da exposição ocupacional a hidrocarbonetos aromáticos policíclicos na Europa: uma revisão da literatura

Os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs) são produtos químicos com impacto em saúde ocupacional, pelo que a avaliação da exposição humana através de estudos de biomonitorização tem aumentado nos últimos anos. No entanto, os dados obtidos são ainda insuficientes para os reguladores e decisores políticos. Este trabalho, no contexto da Iniciativa Europeia em Biomonitorização Humana (HBM4EU), descreve uma revisão da literatura sobre a exposição ocupacional aos HAPs na Europa, entre 2008 e 2022, com o objetivo de identificar as vantagens e limitações dos vários biomarcadores de exposição e /ou de efeito, bem como o conhecimento em falta para melhorar a regulamentação. Os resultados da análise dos 42 artigos elegíveis para inclusão nesta revisão demonstram que o biomarcador de exposição mais utilizado é o 1-hidroxipireno urinário, sendo os biomarcadores de efeito mais comuns, biomarcadores de stresse oxidativo e genotoxicidade. Globalmente, verificou-se a necessidade de desenvolver novas abordagens de recolha de dados e amostras, bem como a seleção apropriada de biomarcadores de forma a obter dados fiáveis e comparáveis em diferentes setores industriais. Além disso, a aplicação de biomarcadores de efeito contribui para a identificação de ambientes de trabalho ou atividades de alto risco, possibilitando medidas de mitigação e gestão de risco.

Polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) are chemicals with impact on occupational health, therefore the assessment of human exposure using biomonitoring has increased in recent years. However, the data obtained are still insufficient to be useful to regulators and policy makers. This work, in the context of the Human Biomonitoring for Europe Initiative (HBM4EU), describes a review of the literature on occupational exposure to PAHs in Europe, between 2008 and 2022, with the aim of identifying the advantages and limitations of the various biomarkers of exposure and/or effect, as well as the missing knowledge to improve regulation in occupational settings. The results of the analysis of the 42 articles eligible for inclusion in this review demonstrate that the most used biomarker of exposure is urinary 1-hydroxypyrene, with the most common biomarkers of effect being the measurement of oxidative stress and genotoxicity. Overall, it was noted the need to develop new approaches to samples and data collection, as well as the appropriate selection of biomarkers in order to obtain reliable and comparable data in different industrial sectors. In addition, the application of effect biomarkers contributes to the identification of high-risk work environments or activities, enabling measures of risk mitigation and management.