DDI - Relatórios científicos e técnicos
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- Infeção por VIH em Portugal – 2025Publication . Direção-Geral da Saúde; Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo JorgeRelatório anual Infeção VIH em Portugal – 2025. Este relatório conjunto DGS/INSA apresenta os dados mais recentes da vigilância epidemiológica da infeção por VIH em Portugal, bem como resultantes de iniciativas de prevenção e rastreio desenvolvidas no âmbito do Programa Nacional para as Infeções Sexualmente Transmissíveis e Infeção pelo VIH (PNISTVIH). Dos resultados e conclusões apresentados no documento, destaca-se o seguinte: (1) Vigilância epidemiológica: - Em Portugal, segundo os dados recolhidos a 30 de junho de 2025, foram notificados 997 casos de infeção por VIH com diagnóstico em 2024, dos quais 951 com diagnóstico em Portugal; - Registou-se uma redução de 35% no número de novos casos de infeção por VIH e de 43% em novos casos de SIDA entre 2015 e 2024; - A maioria (72,3%) dos novos casos de infeção VIH em adolescentes e adultos (≥ 15 anos) registou-se em homens. A taxa de novos diagnósticos mais elevada registou-se no grupo etário dos 25-29 anos (28,5 casos/105 habitantes) e em 25,2% dos novos casos a idade ao diagnóstico foi igual ou superior a 50 anos. Foram notificados 3 casos de infeção VIH em crianças com idade <15 anos; - A transmissão heterossexual mantém-se como a mais frequente (52,5%), mas os casos em homens que têm sexo com homens (HSH) corresponderam à maioria dos novos diagnósticos em homens (60,6%); - Apresentaram-se tardiamente aos cuidados de saúde 53,9% das pessoas com novo diagnóstico de VIH e 65,4% das pessoas com 50 ou mais anos; - Foram comunicados 194 casos de SIDA com diagnóstico do estádio em 2024 e 108 óbitos em pessoas que viviam com VIH. Em 46,3% dos óbitos o diagnóstico VIH tinha ocorrido há mais de 20 anos; - Em Portugal, ao longo das quatro décadas da epidemia VIH, foram diagnosticados 66 421 casos de infeção por VIH, 23 946 atingiram o estádio de SIDA e foram notificados 16 080 óbitos. Estima-se que viviam em Portugal, em 2023, 49 699 pessoas com infeção por VIH (PVVIH), 94,2% destas já diagnosticadas; - Foi possível obter dados completos do "continuum of care" de 26 hospitais nacionais, relativos a 36 184 PVVIH, constatando-se que 97,8% estavam em tratamento e, destas, 95,9% atingiram a supressão virológica; - O relatório apresenta ainda uma análise das causas de morte reportadas nos certificados dos óbitos de pessoas que viviam com VIH, constatando-se que desde 2021 predominam as causas de morte não associadas à infeção por VIH; - São também apresentadas as características dos casos com diagnóstico entre 2014 e 2023 e residência nas 12 cidades portuguesas que aderiram à iniciativa Fast-track cities. As estimativas realizadas revelaram que em cinco destas cidades mais de 95% das PVVIH que conheciam a sua infeção. (2) Prevenção, rastreio e estigma: - O PNISTVIH prosseguiu e/ou monitorizou as atividades referentes à prevenção da infeção por VIH efetuadas em 2024, com destaque para a distribuição de materiais preventivos, o Programa de Troca de Seringas, a profilaxia pré-exposição ao VIH (PrEP) e a profilaxia pós-exposição (PPE). É apresentado um balanço positivo, tendo aumentado significativamente o número de pessoas que tiveram acesso à PrEP, incluindo fora do contexto hospitalar. O número de testes de rastreio e diagnóstico para VIH realizados no país, em diferentes contextos, mostrou um ligeiro decréscimo face aos anos precedentes.
- Programa Nacional de Vigilância da Gripe e Outros Vírus Respiratórios: relatório da época 2024/2025Publication . Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge; Direção-Geral da Saúde (colaboração); Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe e Outros Vírus Respiratórios (colaboração)Relatório anual do Programa Nacional de Vigilância da Gripe e Outros Vírus Respiratórios relativo à época 2024/2025. A presente publicação descreve a caraterização clínica e laboratorial da atividade gripal e de vírus respiratórios detetados nesta época. O Programa Nacional de Vigilância da Gripe e Outros Vírus Respiratórios (PNVGVR) assegura a vigilância epidemiológica em Portugal, integrando as componentes de vigilância clínica e laboratorial. Nas últimas épocas, foi reforçada a vigilância dos vírus respiratórios e a caraterização genética, não apenas do vírus da gripe e do SARS-CoV-2, mas também do vírus sincicial respiratório (RSV), dos coronavírus, rinovírus e enterovírus. As atividades do PNVGVR são desenvolvidas pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge através do Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios do Departamento de Doenças Infeciosas e do Departamento de Epidemiologia, em colaboração com a Direção-Geral da Saúde. Colaboram no PNVGVR a Rede Médicos-Sentinela, a Rede de Unidades de Saúde Sentinela e a Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe e Outros Vírus Respiratórios.
- Relatório REVIVE 2024 - Culicídeos, Ixodídeos e Flebótomos: Rede de Vigilância de VetoresPublication . Centro de Estudos de Vetores e Doenças Infeciosas Doutor Francisco CambournacRelatório REVIVE - Rede de Vigilância de Vetores relativo às atividades desenvolvidas em 2024, que apresenta os resultados da vigilância de culicídeos, ixodídeos e flebótomos. O programa REVIVE visa monitorizar a atividade de artrópodes hematófagos, caracterizar as espécies e sua ocorrência sazonal, e identificar agentes patogénicos importantes em saúde pública. Das atividades apresentadas no presente relatório, destaca-se o seguinte: REVIVE – Culicídeos: - Participaram as cinco Regiões de Saúde e a Direção Regional de Saúde da Madeira, entidades que realizaram colheitas de mosquitos em 241 concelhos de Portugal; - No total foram identificados 38522 mosquitos de 18 espécies, assim como 65802 ovos de espécies invasoras. Nas amostras em que foi pesquisada a presença de flavivírus e alfavírus patogénicos para o Homem, os resultados foram negativos; - O mosquito invasor Aedes aegypti está presente na Região Autónoma da Madeira desde 2005. Outra espécie de mosquitos invasor, Aedes albopictus, foi identificado, pela primeira vez, na região Norte de Portugal em 2017, no Algarve em 2018, no Alentejo em 2022, na região de Lisboa em 2023 e na região Centro em 2024. Estas espécies são vetoras de vírus como dengue, Zika e chikungunya, e têm vindo a aumentar a sua distribuição geográfica nestas regiões. Aedes albopictus foi identificado em 20 concelhos do país em 2024; - No âmbito do REVIVE – Culicídeos foi feita a vigilância em cinco aeroportos internacionais, dois aeródromos, catorze portos e dez outros pontos de entrada de acordo com o Regulamento Sanitário Internacional. REVIVE – Ixodídeos - Participaram as cinco Regiões de Saúde e a Direção Regional de Saúde da Madeira, entidades que realizaram colheitas de carraças em 218 concelhos; - No total foram identificadas 4797 carraças. Para além de 12 espécies de Ixodidae já anteriormente identificadas em Portugal, foram identificados exemplares exóticos de Argasidae que foram classificados como Argas e Ornithodoros spp.; - Nas 1378 carraças utilizadas na pesquisa de Borreliae Rickettsia, em 6,7% e 22,7% respetivamente, foi detetado DNA destes agentes. Nem todas as espécies detetadas são patogénicas para o Homem. - Em 2024 destaca-se assim a deteção de quatro espécies de Borreliae quatro espécies de Rickettsia, já associadas a casos de doença no Homem em Portugal: afzelii, B. garinii, B. lusitaniae e B. valaisiana, agentes etiológicos da borreliose de Lyme; R. conorii agente da febre escaro-nodular; R. monacensis e R. raoultii sem denominação da doença e R. slovaca, agente responsável de TIBOLA. A pesquisa do vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo (CCHFV) foi realizada em 124 exemplares de carraças do género Hyalomma com resultados negativos. REVIVE – Flebótomos - Participaram as cinco Regiões de Saúde, com colheitas realizadas em 50 concelhos; - No total foram colhidos 1046 flebótomos, tendo sido identificados exemplares pertencentes às espécies Phlebotomus ariasi, Ph. perniciosus, Ph. Sergente e Sergentomyia minuta; - Nos 616 flebótomos pesquisados para a presença de flebovírus e de Leismania spp. foi detetada a presença de Leishmania infantum num pool.
- Vigilância Laboratorial da Tuberculose em Portugal: relatório 2024Publication . Laboratório Nacional de Referência de MicobactériasRelatório de Vigilância Laboratorial da Tuberculose em Portugal referente ao ano de 2024, elaborado pelo Laboratório Nacional de Referência de Micobactérias (LNR-TB) do Departamento de Doenças Infeciosas do INSA. O documento faz a análise de possíveis relações filogenéticas de todas as estirpes de MTC (complexo Mycobacterium tuberculosis) isoladas no INSA desde 2020. Em 2019, e com a disseminação dos métodos de sequenciação genómica de nova geração, o LNR-TB implementou metodologias baseadas em sequenciação do genoma total (WGS, whole genome sequencing) para efetuar, de forma sistemática e rotineira, a previsão de resistências e vigilância molecular dos casos de Tuberculose multirresistente (TB-RR/MR). Atualmente, tem capacidade instalada para efetuar esta análise genómica a todas as estirpes enviadas para diagnóstico, para informar, em tempo real, clínicos e Autoridades de Saúde do perfil completo de resistências aos antibacilares e relações filogenéticas associadas a eventuais cadeias de transmissão ativas. Para além disso, e dado que se tem assistido a um ressurgimento dos casos de lepra a nível mundial, em 2023, o LNR-TB implementou um método de diagnóstico molecular de Mycobacterium leprae, que possibilita a deteção precoce dos casos, essencial para o controlo da doença e para a melhoria da resposta terapêutica.
- Infeção por VIH em Portugal – 2024Publication . Direção-Geral da Saúde, Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo JorgeRelatório anual sobre a evolução da infeção VIH em Portugal – 2024. Este relatório conjunto DGS/ INSA apresenta os dados mais recentes da vigilância epidemiológica da infeção por VIH em Portugal, bem como resultantes de iniciativas de prevenção e rastreio desenvolvidas no âmbito do Programa Nacional para as Infeções Sexualmente Transmissíveis e Infeção pelo VIH (PNISTVIH). O relatório disponibiliza, pela primeira vez, dados sobre a Profilaxia Pós-Exposição ao VIH (PPE).
- Programa Nacional de Vigilância da Gripe: relatório da época 2023/2024Publication . Guiomar, Raquel; Verdasca, Nuno; Gomes, Licínia; Henriques, Camila; Dias, Daniela; Lança, Miguel; Rodrigues, Ana Paula; Silva, Susana Pereira da; Direcção-Geral da Saúde (colaboração); Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe e Outros Vírus Respiratórios (colaboração)Relatório anual do Programa Nacional de Vigilância da Gripe e de Outros Vírus Respiratórios (PNVG), que descreve a caraterização clínica e laboratorial da atividade gripal na época 2023/2024. O PNVG assegura a vigilância epidemiológica da gripe em Portugal, integrando as componentes de vigilância clínica e laboratorial. A componente clínica possibilita descrever a intensidade e evolução da epidemia no tempo. A componente virológica tem por base o diagnóstico laboratorial do vírus da gripe, SARS-CoV-2 e vírus sincicial respiratório (RSV) o que permite detetar e caraterizar os vírus respiratórios em circulação em cada inverno. As atividades do PNVG são desenvolvidas pelo Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios do Departamento de Doenças Infeciosas e pelo Departamento de Epidemiologia do INSA, em colaboração com a Direção-Geral da Saúde.
- Programa Nacional de Vigilância da Gripe: relatório da época 2019/2020Publication . Pechirra, Pedro; Cristóvão, Paula; Costa, Inês; Conde, Patrícia; Silva, Susana; Torres, Ana Rita; Machado, Ausenda; Rodrigues, Ana Paula; Guiomar, Raquel; Direcção-Geral da Saúde (colaboração); Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe e Outros Vírus Respiratórios (colaboração)Relatório anual do Programa Nacional de Vigilância da Gripe (PNVG). A presente publicação descreve a caraterização clínica e laboratorial da atividade gripal na época 2019/2020. O PNVG assegura a vigilância epidemiológica da gripe em Portugal, integrando as componentes de vigilância clínica e laboratorial. A componente clínica possibilita o cálculo de taxas de incidência permitindo descrever a intensidade e evolução da epidemia no tempo. A componente virológica tem por base o diagnóstico laboratorial do vírus da gripe, SARS-CoV-2 e vírus sincicial respiratório (RSV) o que permite detetar e caraterizar os vírus respiratórios em circulação em cada inverno. As atividades do PNVG são desenvolvidas pelo Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios do Departamento de Doenças Infeciosas e pelo Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, em colaboração com a Direção-Geral da Saúde.
- Relatório REVIVE 2023 - Culicídeos, Ixodídeos e Flebótomos: Rede de Vigilância de VetoresPublication . Centro de Estudos de Vetores e Doenças Infeciosas Doutor Francisco CambournacRelatório REVIVE: Rede de Vigilância de Vetores (Culicídeos, Ixodídeos e Flebótomos) relativo às atividades desenvolvidas em 2023, incluindo este ano os resultados da vigilância de flebótomos. O programa REVIVE visa monitorizar a atividade de artrópodes hematófagos, caracterizar as espécies e sua ocorrência sazonal, e identificar agentes patogénicos importantes em saúde pública. Das atividades apresentadas no presente relatório, destaca-se o seguinte: REVIVE – Culicídeos: - Participaram as cinco Administrações Regionais de Saúde e a Direção Regional de Saúde da Madeira, entidades que realizaram colheitas de mosquitos em 231 concelhos de Portugal; - No total foram identificados 40 565 mosquitos. Nas amostras em que foi pesquisada a presença de flavivírus patogénicos para o Homem, os resultados foram negativos; - O mosquito invasor Aedes aegypti está presente na Região Autónoma da Madeira desde 2005. Outra espécie de mosquitos invasor, nomeadamente Aedes albopictus, foi identificado, pela primeira vez, na região Norte de Portugal em 2017, no Algarve em 2018, no Alentejo em 2022 e na região de Lisboa em 2023. Estas espécies são vetoras de vírus como dengue, zika e chikungunya, e têm vindo a aumentar a sua distribuição geográfica nestas regiões; - No âmbito do REVIVE – Culicídeos foi feita a vigilância em cinco aeroportos internacionais, dois aeródromos, catorze portos e dez outros pontos de entrada de acordo com o Regulamento Sanitário Internacional. REVIVE – Ixodídeos: - Participaram as cinco Administrações Regionais de Saúde e a Direção Regional de Saúde da Madeira, entidades que realizaram colheitas de carraças em 210 concelhos; - No total foram identificados 1810 ixodídeos. Foi identificada, de novo, uma espécie exótica – Argas spp. - Foi detetada a presença de três espécies de Borrelias e seis espécies de Rickettsias, tendo sido observada a prevalência média de 4,8% e 25,1%, respetivamente, sobretudo em carraças colhidas quando parasitavam seres humanos. A pesquisa do vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo (CCHFV) foi realizada em exemplares de carraças do género Hyalomma com resultados negativos. REVIVE – Flebótomos: - Participaram quatro Administrações Regionais de Saúde, nomeadamente, Algarve, Centro, Lisboa e Vale do Tejo e Norte, entidades que realizaram colheitas de flebótomos em 41 concelhos. Ocorreram ainda colheitas acidentais de flebótomos em 12 concelhos, incluindo na região do Alentejo; - No total foram colhidos 761 flebótomos, tendo sido identificados exemplares pertencentes às espécies Phlebotomus ariasi, Ph. perniciosus, Ph. sergenti e Sergentomyia minuta; - Nos 645 flebótomos pesquisados para a presença de flebovírus e de Leismania spp. foi detetada a presença de vírus Toscana e de Leishmania infantum, em dois pools diferentes de flebótomos fêmeas. Esta é a primeira deteção de vírus Toscana em flebótomos em Portugal. O programa REVIVE resulta da colaboração entre instituições do Ministério da Saúde (Direção-Geral da Saúde, Administrações Regionais de Saúde, Direções Regionais de Saúde e INSA), tendo como objetivos i) monitorizar a atividade de artrópodes hematófagos; ii) caracterizar as espécies e sua ocorrência sazonal; iii) identificar agentes patogénicos importantes em saúde pública, dependendo da densidade dos vetores, o nível de infeção ou a introdução de espécies exóticas para alertar para as medidas de controlo. O REVIVE contribui para um conhecimento sistemático da fauna de culicídeos, de ixodídeos e de flebótomos de Portugal, e do seu potencial papel de vetor, constituindo uma componente dos programas de vigilância epidemiológica indispensável à avaliação do risco de transmissão de doenças potencialmente graves.
- Vigilância Laboratorial da Tuberculose em Portugal: relatório 2023Publication . Laboratório Nacional de Referência de MicobactériasPor ocasião do Dia Mundial da Tuberculose que se celebra a 24 março, este ano dedicado ao tema "Sim! Nós podemos acabar com a TB!”, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) disponibiliza o relatório de Vigilância Laboratorial da Tuberculose em Portugal referente ao ano de 2023, elaborado pelo Laboratório Nacional de Referência de Micobactérias do seu Departamento de Doenças Infeciosas. Em 2019, e com a disseminação dos métodos de sequenciação genómica de nova geração, o Laboratório de Tuberculose e Micobactérias (atualmente, Laboratório Nacional de Referência de Micobactérias, LNR-TB), implementou metodologias baseadas em sequenciação do genoma total (WGS, whole genome sequencing) para efetuar, de forma sistemática e rotineira, a previsão de resistências e vigilância molecular dos casos de Tuberculose multirresistente (TB-RR/MR) em articulação com as Autoridades de Saúde. Em 2023, o LNR-TB publicou o seu primeiro relatório de vigilância molecular, que incluiu dados retrospetivos de 2020-2022, com informações genómicas das estirpes de MTC (complexo Mycobacterium tuberculosis) em circulação em Portugal, não só dos casos resistentes como também dos casos sensíveis. O presente relatório referente ao ano de 2023 pretende dar continuidade a este sistema de vigilância mais abrangente e robusto, fazendo a análise de possíveis relações filogenéticas de todas as estirpes de MTC isoladas no LNR-TB desde 2020, num contexto de confirmação diagnóstica inicial do caso de TB, enquadrando-as nas análises moleculares das estirpes que já se encontravam em vigilância desde 2013 (isto é, casos de TB- MR ou suspeitas de surtos). Do relatório apresentado, destacam-se os seguintes resultados: - A confirmação bacteriológica da TB é essencial para a monitorização da doença e para o conhecimento do perfil de suscetibilidade aos antimicrobianos, pelo que devem ser sempre solicitadas análises laboratoriais auxiliares ao diagnóstico. - Embora entre 2013 e 2022 se tenha assistido a uma tendência decrescente no número de casos de TB-RR/MR, com uma redução média de 2%/ano, em 2023 foram diagnosticados 20 novos casos de TB-RR/MR, correspondendo a um aumento de 50% relativamente a 2022. - No global, a maioria dos casos de TB-RR/MR continua a ocorrer na região de Lisboa e Vale do Tejo, seguido da região Norte, e com uma tendência crescente na região do Algarve que importa vigiar.
- Infeção VIH e SIDA em Portugal – 2023Publication . Direção-Geral da Saúde; Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo JorgeEste relatório conjunto da DGS e INSA apresenta os dados mais recentes da vigilância epidemiológica da infeção por VIH em Portugal, bem como os resultantes de iniciativas de prevenção, rastreio e no contexto do estigma e da discriminação desenvolvidas no âmbito do PNISTVIH. Em Portugal, segundo os dados recolhidos a 30 de junho de 2023, foram notificados 804 casos em que o diagnóstico de infeção por VIH ocorreu em 2022 (7,7 casos/105 habitantes), valor não ajustado para o atraso da notificação. A maioria dos casos ocorreu em homens (3,1 casos por cada caso em mulheres). A mediana das idades ao diagnóstico foi de 37,0 anos e 27,9% dos casos referiam idades inferiores a 30 anos, a maioria dos quais (71,6%) correspondentes a homens que têm sexo com homens (HSH). A taxa de diagnóstico mais elevada registou-se no grupo etário 25-29 anos, 21,7 casos/105 habitantes, em particular nos homens (35,6 casos/105 habitantes). A residência de 39,1% dos indivíduos situava-se na Área Metropolitana de Lisboa (10,8 casos/105 habitantes) e a região do Algarve apresentou a se gunda taxa mais elevada de diagnósticos (7,0 casos/105 habitantes). A maioria dos novos casos (51,7%) ocorreu em indivíduos naturais de Portugal, país que foi indicado como local de provável contágio em 73,6% dos casos com essa informação. A transmissão por via sexual foi referida em 91,9% dos casos com diagnóstico em 2022, sendo a heterossexual a mais frequente (47,7%). Os casos em HSH constituíram 61,8% dos novos diagnósticos em homens. Na primeira avaliação clínica predominaram os casos assintomáticos, contudo, em 12,1% houve um diagnóstico concomitante de SIDA, 57,2% apre sentaram-se com contagens de TCD4+<350 células/mm3 proporção que se revela mais elevadas nos casos de homens que referiam transmissão heterossexual, 68,1%. Durante o ano 2022 foram também diagnosticados 138 novos casos de SIDA (1,3 casos/105 habitantes), sendo a pneumocistose a doença definidora de SIDA mais frequente, sendo referida em 26,8% dos casos. Foram ainda notificados 151 óbitos ocorridos em 2022, sendo que em 51,7% destes o diagnóstico da infeção por VIH tinha ocorrido há mais de 15 anos. Nas quatro décadas da epidemia VIH (1983-2022), foram notificados em Portugal 66 061 casos de infe ção, dos quais 23 637 atingiram estádio SIDA. Entre 2013 e 2022 observou-se uma redução de 56% no número de novos casos de infeção por VIH e de 74% em novos casos de SIDA. Uma vez que os totais relativos a 2022 não estão ajustados para o atraso na notificação, estes valores são provisórios. Não obstante a tendência decrescente sustentada, Portugal continua a apresentar taxas de novos casos de infeção por VIH e SIDA muito superiores aos valores médios registados no conjunto de países da União Europeia. As estimativas realizadas para o ano 2021 revelaram que, em Portugal, viviam 45 532 pessoas com infe ção por VIH, 94,4% das quais estavam diagnosticadas. A proporção de infeções não diagnosticadas era mais elevada para os casos em homens heterossexuais (8,7%) e mais baixa em utilizadores de drogas injetadas (UDI) (1,3%). Nesse ano, análise o tempo médio entre a infeção e o diagnóstico foi 3,7 anos. À semelhança do observado em anos anteriores, mantem-se uma elevada percentagem de diagnósti cos tardios, com particular expressão entre os homens heterossexuais e as pessoas com 50 ou mais anos, o que reforça a necessidade de incrementar o desenvolvimento de ações dirigidas à prevenção da transmissão e promoção do diagnóstico precoce dirigidas a essas populações específicas. Os HSH jovens e os migrantes de ambos os sexos devem também poder beneficiar de ações dirigidas, com especial foco na prevenção e no rastreio. Em 2022, foram distribuídos, através do PNISTVIH, cerca de cinco milhões de preservativos externos e internos e mais de um milhão e seiscentas mil embalagens de gel lubrificante. O Programa Troca de Seringas (PTS) que assinala este ano, 30 anos desde a sua implementação, permitiu a distribuição de mais de sessenta e quatro milhões de seringas entre a população UDI. No que diz respeito à Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) ao VIH, 2022 registou um aumento significativo no número de pessoas abran gidas por esta importante estratégia de prevenção, atingindo-se um total de cerca de quatro mil e quinhentas pessoas, maioritariamente homens e que referem práticas sexuais com outros homens. Foram realizados cerca de setenta mil testes rápidos para VIH em diversas estruturas de saúde e es truturas comunitárias, verificando-se um aumento significativo do número de testes rápidos realizados, em comparação com o ano de 2021. Adicionalmente, em 2022 foram prescritos mais de trezentos e setenta mil testes no âmbito dos cuidados de saúde primários e dispensadas mais de doze mil unida des de autoteste para VIH pelas farmácias comunitárias, entre outubro de 2019 e dezembro de 2022. Pese embora se tenham verificado melhorias nos últimos anos, o estigma e a discriminação experien ciados pelas PVVIH persistem em Portugal, com quatro em cada dez pessoas a referirem terem sido alvo de algum tipo de discriminação social e 15% já sofreram alguma situação de violação dos seus direitos, de acordo com dados recolhidos através do Índice do Estigma das Pessoas que Vivem com VIH (Stigma Index), em 2021 e 2022.
