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- Salmonella enterica: serotipos e resistência aos antimicrobianos de isolados clínicos entre 2014 e 2017Publication . Silveira, Leonor; Pista, Ângela; Machado, JorgeAs infeções por Salmonella enterica são uma das causas mais frequentes de gastroenterite aguda em todo o mundo. A transmissão ocorre principalmente através da ingestão de água ou alimentos contaminados, mas também pode ocorrer por contacto direto com animais. Os sintomas são na maioria dos casos ligeiros, embora algumas formas invasivas de salmonelose possam conduzir a situações clínicas graves. Com este estudo pretendeu-se descrever os serotipos de S. enterica que foram identificados no Laboratório Nacional de Referência de Infeções Gastrintestinais do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) entre 2014 e novembro de 2017. Foram analisadas 1082 estirpes clínicas, isoladas a nível nacional e enviadas ao INSA para serotipagem, de acordo com o esquema de classificação Kauffmann-White-de Minor. A suscetibilidade aos antimicrobianos foi realizada segundo as recomendações da EUCAST. Sempre que necessário, nomeadamente para identificação de surtos, foram utilizadas metodologias de MLVA e NGS. Das estirpes recebidas, 83,0% foram isoladas a partir de fezes, 10,8% de sangue, 2,1% de fezes e sangue e 4,1% de outros produtos biológicos. Foram identificados 55 serotipos. Os cinco mais frequentes foram S.4,5:i:- (33,6%), S.Enteritidis (29,3%), S.Typhimurium (18,4%), S.Rissen (2,3%), e S.Typhi (2,3%), representando 85,9% dos isolados estudados. Todos os casos de S.Typhi foram adquiridos em zonas endémicas. A resistência a antimicrobianos foi observada tanto nos serótipos mais frequentes (S.4,5:i:-, S.Typhimurium) como nos serótipos raros (S.Brandenburg, S.Infantis). A resistência a pelo menos um antibiótico foi observada em 56,7% estirpes e a quatro ou mais antibióticos em 1,7%. A utilização de MLVA e NGS permitiu a identificação de surtos de S.Enteritidis. Globalmente, os serotipos identificados mantiveram o perfil anteriormente observado e acompanham a tendência mundial. No entanto, houve um aumento significativo do número de casos de infeção por S.Enteritidis durante este período (2014-15,9%; 2015-25,0%; 201-31,6%; 2017-37,1%). A serotipagem e a utilização mais alargada das metodologias moleculares já disponíveis são fundamentais para a monitorização das salmoneloses humanas, nomeadamente na identificação de serotipos raros ou nunca detetados, de estirpes resistentes e de surtos. Neste contexto, é fundamental manter e promover a colaboração entre os diversos Serviços de Saúde nacionais.
- Caracterização fenotípica de isolados de Shigella spp. entre 2015 e 2017Publication . Silveira, Leonor; Pista, Ângela; Machado, JorgeShigella spp. é uma enterobactéria altamente infeciosa e transmitida de pessoa-a-pessoa. As infeções por Shigella são um importante problema de Saúde Pública, em particular nos países em desenvolvimento. Em Portugal, a shigelose é uma causa rara de gastroenterite. A Sh.sonnei é mais frequente na Europa e EUA e a espécie flexneri na Ásia e África. O aparecimento de espécies multirresistentes tem sido referido mundialmente, com destaque para a resistência às fluoroquinolonas e cefalosporinas. Com este estudo pretendeu-se descrever os serotipos de Shigella identificados no Laboratório Nacional de Referência de Infeções Gastrintestinais do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) entre 2015 e novembro de 2017. Foram analisadas 53 estirpes clínicas, isoladas a nível nacional e enviadas ao INSA para serotipagem. A suscetibilidade aos antimicrobianos foi realizada segundo as recomendações da EUCAST. Os serotipos mais frequentes foram Sh. sonnei (69,8%), Sh. flexneri 2 (13,2%), Sh. flexneri 3 (5,6%), Sh. flexneri 1 (3,8%), Sh. boydii 5 (3,8%), Sh. boydii 2 (1,9%) e Sh.dysenteriae 3 (1,9%). A idade dos pacientes variou entre os 1 e os 66 anos. Todas as estirpes foram resistentes a pelo menos um antibiótico. Foi observada uma elevada percentagem de resistência à tetraciclina (88,7%). O perfil de resistência mais frequente (77,4%) foi tetraciclina – trimetoprim - sulfametoxazole. A resistência às fluoroquinolonas e às cefalosporinas de 3ª e 4ª geração foi observada em, respetivamente, 22,6% e 1,9% das estirpes. Foi detetado um caso de Sh. sonnei multirresistente à ampicilina – tetraciclina – cefotaxime – ceftriaxone - ciprofloxacina - ácido nalidixico - trimetoprim-sulfametoxazole, num homem que faz sexo com homens (HSH). O serotipo mais frequente no período entre 2015 e novembro de 2017 foi Sh.sonnei, o que está de acordo com a tendência europeia. Apesar de não terem sido detetados muitos casos de resistência às fluoroquinolonas e cefalosporinas, estas não devem ser descuradas, uma vez que a sua emergência é evidente, em particular no caso dos HSH. Neste contexto, é fundamental manter e promover a colaboração entre os diversos Serviços de Saúde nacionais.
- Infeção sanguinea associada a cateteres venosos centrais: um estudo observacional prospetivoPublication . Faria, Isabel; Pessanha, Maria Ana; Duarte, Aida; Martins, Filomena; Jordao, LuisaNos últimos anos, as infeções associadas aos cuidados de saúde (HAIs) têm sido referenciadas como um importante problema de saúde pública. A infeção sanguínea associada aos cateteres venosos centrais (CRBSI) é uma HAIs responsável por elevadas taxas de morbilidade e mortalidade em pacientes críticos; ou seja, pacientes internados em unidades de cuidados intensivos. Além do risco de vida para o paciente, estas infeções têm impacto económico contribuindo para aumentar os custos associados ao internamento. No último relatório divulgado pelo ECDC o Staphylococcus spp foi identificado como o principal agente etiológico de CRBSI, sendo os Staphylococcus coagulase negativo (como S. epidermidis) e S. aureus responsáveis por 25,3% e 12,1% dos casos, respetivamente. A formação de biofilmes nos cateteres venosos centrais (CVC) constitui um fator de risco adicional. Uma vez que as infeções associadas a biofilmes são mais resistentes ao tratamento com antibióticos, bem como à própria resposta imunitária do hospodeiro pode-se evoluir para uma condição crónica. O presente estudo tem como objetivos documentar a ocorrência de CRBSIs, determinar quais são os seus agentes etiológicos mais frequentes e o papel desempenhado pela formação de biofilmes nos CVCs no estabelecimento e progressão destas infeções. Para tal, foi desenhado um estudo observacional prospetivo que está a decorrer desde março de 2017 num centro hospitalar localizado em Lisboa, Portugal. Os resultados preliminares aqui apresentados são referentes às amostras colhidas entre março e novembro de 2017. Neste período foram recolhidos 41 CVCs com cultura positiva. Em 19 casos o mesmo microrganismo foi isolado simultaneamente do CVC e da hemocultura confirmando a existência de uma CRBSI. Os microrganismos isolados foram os seguintes: S. aureus (n=8), S. epidermidis (n=5), Enterobacter (n=2), K. pneumoniae (n=2), P. aeruginosa (n=1) e C. parapsilosis (n=1). Estes resultados estão de acordo com os publicados pelo ECDC que identificam o S. aureus e o S. epidermidis como principais agentes etiológicos. A média de idades dos casos de CRBSI é de 65 anos confirmando a maior propensão de indivíduos com o sistema imunitário diminuído para contraírem este tipo de infeção. Numa próxima fase iremos analisar, por microscopia eletrónica de varrimento os CVC, para determinar se existem biofilmes nos mesmos e averiguar a possibilidade de existir uma infeção associada aos biofilmes. Uma caracterização detalhada do microrganismo isolado do sangue e do CVC será também efetuada de forma a identificar eventuais fatores que predisponham para a ocorrência deste tipo de infeções.
- Assessing the Safety of Polymeric Nanoparticulated Systems developed for Drug Delivery with Human OsteoblastsPublication . Dias, Kamila; Louro, Henriqueta; Gonçalves, Lídia; Bettencourt, Ana; Silva, Maria JoãoThe development of novel nanocarriers has been recognized as a promising approach to improve drug release profiles within the target sites, being the assessment of their biocompatibility and safety a critical point of the process. For this purpose, Poly(methyl methacrylate) (PMMA) and PMMA-Eudragit RL 100 (PMMA-Eud, 50:50) nanoparticles (NPs) were recently produced to target bone infections following prosthetic surgeries and a first toxicity screening on fibroblats was conducted. The objective of the present work was to further characterize the cellular interactions and the potential toxicity of those polymeric NPs, using human osteoblasts. PMMA and PMMA-Eud (50:50) NPs were produced by single emulsion evaporation methodology and their physicochemical properties (size distribution, surface charge, morphology and aggregation/agglomeration states) were assessed. Their safety was evaluated both in normal and differentiated MG63 cells through studies of cell uptake, cyto- and genotoxicity using several endpoints: cell viability, oxidative stress production, DNA and chromosome damage. The successful cellular uptake of PMMA and PMMA-Eud by osteoblast was confirmed. None of the NPs was cytotoxic or induced oxidative stress in differentiated cells, although a moderated toxicity was detected in undifferentiated cells. As to the genotoxic potential, both NPs induced primary DNA damage detected by the comet assay, especially in short-term exposure. Noteworthy, none of the NPs caused chromosome breakage/loss using the micronucleus assay that is recommended by OECD/ICH testing guidelines for pharmaceuticals. Our findings suggest that, despite PMMA and PMMA-Eud are promising nanocarriers for drug delivery, the primary genotoxicity observed in osteoblasts needs to be further investigated. In addition, the fact that NPs affect differently normal and differentiated osteoblasts suggests the need of using more sophisticated in vitro cellular systems to better mimic the complexity of the target tissues and thus minimize the utilization of in vivo models.
