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- Perfil de expressão de miRNAs e análise de CNVs em pacientes com Perturbação do Espetro do Autismo e outras patologias do neurodesenvolvimentoPublication . Matos Rodrigues, Ana Catarina; Vicente, Astrid[PT] A Perturbação do Espetro do Autismo (PEA) é uma condição caraterizada por deficiências na comunicação e na interação social, bem como a presença de comportamentos com padrões restritos, repetitivos e estereotipados. Esta patologia do desenvolvimento é altamente heterogénea e com etiologia pouco clara. A contribuição de fatores genéticos para a PEA é evidente, no entanto, os genes de risco ainda não foram identificados. Deste modo, outras alternativas deverão ser abordadas, nomeadamente a possibilidade de fatores epigenéticos estarem associados, tais como a metilação do DNA ou a expressão alterada de microRNAs (miRNAs). Os miRNAs são pequenas moléculas de RNA não codificante que desempenham um papel importante como reguladores da expressão génica através da degradação ou repressão da tradução de RNAs mensageiros (mRNAs) alvo. A identificação de miRNAs circulantes estáveis em fluidos corporais, tais como plasma e soro, têm sido sugeridos como possíveis biomarcadores para várias doenças, incluindo doenças do neurodesenvolvimento. Numa análise in silico de Copy Number Variants (CNVs) foi demonstrado que existe uma percentagem significativa de CNVs contendo genes que codificam miRNAs e que podem eventualmente condicionar a sua expressão e/ou função no autismo. Os CNVs são deleções ou duplicações de segmentos cromossomais que podem influenciar a expressão génica, variabilidade fenotípica e adaptação por disrupção dos genes e alteração da dosagem do gene. Este estudo teve como objetivo identificar alterações no padrão de expressão de miRNAs circulantes no plasma de 16 pacientes com PEA e 16 pacientes com outras patologias do neurodesenvolvimento (PND), de forma a identificar um biomarcador que permita distinguir estas patologias. Os miRNAs foram isolados do plasma dos pacientes e foram avaliados os seus níveis de expressão, utilizando a técnica de Polymerase Chain Reaction quantitativa (qPCR) e dois painéis com primers para 752 miRNAs humanos. Destes 752 miRNAs, 38 foram diferencialmente expressos entre pacientes com PEA e PND, tendo sido feita a predição dos seus genes-alvo e vias biológicas, dos quais se destacam o gene KMT2C, um gene candidato para o autismo, e a via de sinalização PI3K-Akt, a via de sinalização MAPK, a adesão focal e a via de sinalização Wnt têm sido apontadas como vias relevantes para esta patologia. Na análise das curvas caraterísticas de operação do recetor (ROC) foi possível estabelecer o hsa-miR-340-3p como um potencial candidato a biomarcador sanguíneo no diagnóstico da PEA comparativamente a pacientes com outras PND. Nos pacientes com PEA, foi feita ainda uma comparação entre os miRNAs diferencialmente expressos e análise de CNVs potencialmente patogénicos, com o intuito de identificar CNVs que pudessem explicar o fenótipo em 11 dos 16 pacientes com PEA. Em 8 pacientes foi possível observar efeitos duplos que poderão ser responsáveis pelo fenótipo do autismo. Neste estudo preliminar de perfis de expressão de miRNAs foram identificados miRNAs diferencialmente expressos entre o grupo de pacientes com PEA e o grupo de pacientes com outras PND e foi possível estabelecer alguns dos miRNAs do plasma como potenciais biomarcadores sanguíneos que permitem distinguir a PEA de outros problemas do neurodesenvolvimento.
