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- Ventilação, Qualidade do Ar e Saúde em creches e infantários - Resultados preliminares do projeto ENVIRHPublication . Viegas, João; Papoila, Ana Luísa; Martins, Pedro; Aelenei, Daniel; Cano, Manuela; Proença, Carmo; Teixeira, João Paulo; Nogueira, Susana; Mendes, Ana; Pinto, Armando; Paixão, Paulo; Pinto, Rosado; Neuparth, NunoÉ do conhecimento geral que a qualidade do ar interior influencia a qualidade de vida dos ocupantes dos edifícios e que pode ter implicações significativas no seu estado de saúde. As crianças constituem um grupo de risco que pode apresentar vulnerabilidades quando exposto a um ambiente interior de menor qualidade. Neste âmbito, correntemente constata-se que parece haver uma tendência para as crianças adoecerem com maior frequência quando iniciam a sua exposição ao ambiente de creches e infantários, ocorrendo em especial um aumento das doenças do foro respiratório. O projeto ENVIRH, reunindo uma equipa multidisciplinar, tem por objetivo principal estabelecer associações entre as condições de ventilação desses locais, a qualidade do ar interior (QAI) e a prevalência de doenças do foro respiratório. O projeto desenvolve-se essencialmente através de duas fases. De entre um total de 48 creches e infantários (Instituições Privadas de Solidariedade Social - IPSS) em Lisboa e 40 no Porto, foram selecionadas aleatoriamente 45 IPSS (sendo 25 em Lisboa e 20 no Porto), tendo sido analisadas na fase preliminar as suas condições construtivas, realizadas medições pontuais e instantâneas do teor de CO2 em salas de atividades, realizado um inquérito aos hábitos dos ocupantes relacionados com a ventilação e realizado um questionário médico para identificação de sibilância baseado no questionário ISAAC (International Study on Allergy and Asthma in Childhood). Com base na análise dos resultados preliminares, através do desenvolvimento de uma análise de “clusters”, foi selecionado um conjunto mais restrito de 20 IPSS, as quais integraram a segunda fase do estudo, onde foram realizadas medições das taxas de ventilação (método PFT), da QAI (CO2, CO, formaldeído, COVTs, PM10, bactérias, fungos e ácaros), do conforto térmico e feito um acompanhamento das condições de saúde das crianças (questionário médico, recolha de condensado brônquico do ar exalado,identificação de vírus respiratórios). A análise estatística dos resultados da primeira fase evidencia uma clara associação do incremento do teor de CO2 com as práticas de manter as janelas exteriores e as portas interiores fechadas (que reduzem as taxas de ventilação) e, por outro lado, uma associação do incremento do teor de CO2 com a sibilância (sintoma de doença respiratória). Esta comunicação detalha a metodologia seguida no estudo e apresenta os resultados da primeira fase.
- Genética molecular das Perturbações do Espectro do Autismo: Análise de variantes estruturaisPublication . Isabel Neto Coelho, Joana; Vicente, Astrid Moura; Dias, Deodália Maria AntunesAs Perturbações do Espectro do Autismo (PEA) são um grupo de doenças com uma forte etiologia genética que afectam o neurodesenvolvimento, caracterizando-se por dificuldades na interação social e comunicação e comportamentos repetitivos e estereotipados, sendo o seu diagnóstico baseado nos critérios presentes nos manuais de diagnóstico, como o DSM-V (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders). AS PEA tem uma elevada prevalência, o que torna importante o seu estudo genético, tendo já sido executados estudos em gémeos e famílias, análises citogenéticas, estudos de Linkage e de Associação, sequenciação de genes candidatos e do exoma e análise de variantes estruturais (Copy Number Variants, CNV). O principal objetivo deste trabalho foi a identificação de CNV patogénicos e loci de suscetibilidade para o autismo. Para isso, foram analisados os CNV identificados no rastreio genómico efetuado pelo Autism Genome Project (AGP), sendo realizada a validação de alguns dos CNV e identificados os seus pontos de quebra, sendo analisados os genes candidatos presentes e estabelecida uma relação entre o fenótipo clinico das crianças e os genes duplicados ou deletados. Nos CNV que se concluiu serem herdados foi, também, analisado o padrão de transmissão dos CNV herdados e feita uma correlação do seu conteúdo génico com traços autistas dos familiares. Foram ainda estudados os potenciais mecanismos que poderão estar na base do fenótipo de autismo. No decorrer do estudo, foram inicialmente escolhidos os CNV com base no seu tamanho e conteúdo génico, presentes nos cromossomas 3p22.1-22.2, 9q31.1, 11q14.3, 16p13.11-13.12 e 20p13. Para validar estes CNV, foi usada a técnica de PCR quantitativo em tempo real (Quantitative Real Time PCR, qPCR), sendo validadas duas duplicações, uma presente na zona 3p22.1-22.2, como sendo herdada do pai e outra na zona 20p13, que se verificou ser herdada da mãe. Foram ainda validadas as deleções existentes na banda 9q31.1, como sendo de novo e na banda 16p13.11-13.12, herdada numa das crianças e de novo noutra. A deleção na banda 11q14.3 revelou ser um falso positivo em dois indivíduos. Os pontos de quebra foram identificados nos CNV presentes nas regiões 9q31.1 e 20p13, com recurso a técnica de PCR de cadeia longa (Long Range PCR, LR-PCR). Alem disso, foi realizado um rastreio populacional da duplicação na região cromossómica 9q21.13, em 104 casos de autismo e 265 controlos e foi identificado um novo caso com esta duplicação, tendo sido sequenciados os seus pontos de quebra. Na análise do fenótipo clinico e da história familiar de cada criança com estes CNV, observou-se uma grande hetrogeneidade clinica das PEA, a nível da presença de deficiência mental e dos atrasos do desenvolvimento motor e da linguagem e, alguns deles, tinham uma história familiar de doenças psiquiátricas ou atrasos cognitivos. Depois da análise do padrão de transmissão dos CNV nas famílias em que este era herdado, pode-se concluir que ocorria uma co-segregação com traços autistas ou psicopatologias no individuo que transmite o CNV, em duas das famílias estudadas. Foi ainda realizada uma relação dos fenótipos das crianças com os genes afetados pelos CNV, concluindo-se que a maioria deles continha genes relacionados com o mecanismo de transmissão sináptica ou apresentavam funções importantes relacionadas com o desenvolvimento e plasticidade neuronais, como os genes ANXA1, SCN11A, MOBP, SLC44A1, GRIN3A, NDE1, NTNA1, PDYN, SIRPA. Futuramente e importante identificar um maior número de genes associados as PEA e os mecanismos moleculares envolvidos nesta patologia, o que será possível com o desenvolvimento das técnicas de sequenciação, que permitem identificar mutações genéticas significativas o autismo. Isto poderá permitir a descoberta de novos alvos terapêuticos, bem como o desenvolvimento de um teste genético para o diagnóstico molecular de autismo.
