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- Caracterização da infeção a Haemophilus influenzae em crianças após a introdução da vacina para o Haemophilus influenzae serótipo b no Programa Nacional de VacinaçãoPublication . Bajanca-Lavado, Maria Paula; Betencourt, Célia; Cristóvão, Paula; Portuguese Laboratory Network for the Surveillance of Haemophilus influenzae InfectionsIntrodução: O Haemophilus influenzae (Hi) é um microrganismo Gram negativo cujo nicho ecológico é o trato respiratório humano. É responsável por infeções respiratórias e infeções invasivas graves como a meningite e septicemia, principalmente nas crianças. O Hi apresenta seis serotipos capsulares distintos: a, b, c, d, e, f. Até ao início do seculo XXI o serótipo b (Hib) era responsável pela maior parte dos casos de infeção invasiva. Assim, no ano 2000, foi introduzida a vacina para o Hib no Programa Nacional de Vacinação, para crianças até aos 5 anos de idade. O objectivo deste estudo é caracterizar as estirpes de Hi isoladas entre 2001 e 2010, de crianças em idade pré-escolar (≤ 5 anos), dando destaque ao serotipo capsular e à resistência aos antibióticos. Material e Métodos: Caracterizaram-se 1550 estirpes de Hi isoladas no período pós vacinal, de 26 Laboratórios Hospitalares em Portugal. A produção de β-lactamase foi pesquisada com nitrocefin. A determinação da concentração inibitória mínima (CIM, mg/L) foi realizada pelo método de microdiluição em placa; os “breakpoints” utilizados foram os estabelecidos pelo CLSI. Foi efetuada a pesquisa de cápsula e caracterizado o serotipo capsular por “Polymerase Chain Reaction”. Resultados: As infeções mais comuns foram: infeção respiratória: 51%; conjuntivite: 29,9%; otite: 11,6% e infeção invasiva: 3,4%; A resistência à ampicilina por produção de beta-lactamase foi caracterizada em 12,6% da amostra. Entre as estirpes não produtoras de β-lactamase detetaram-se 2,9% com diminuição da susceptibilidade à ampicilina (CIM ≥2 mg/L). Estas estirpes designam-se por BLNAR (β-lactamase negativas e resistentes à ampicilina). Trimetoprim/Sulfametoxasol (SXT) foi o antibiótico que apresentou resistência (I+R) mais elevada, com 29% das estirpes. Em relação ao serotipo capsular, 98,5% das estirpes não apresentavam cápsula, sendo caracterizadas como não capsuladas (NC). Conclusão: Os nossos resultados revelam uma alteração na epidemiologia da infeção a Hi após a introdução da vacina, com um aumento de estirpes NC e a caracterização de outros serotipos, como a, d, e, f. Na resistência aos antibióticos há a salientar um aumento das estirpes BLNAR. Os resultados apresentados demonstram a importância de dar continuidade a esta monitorização através de mais e melhores estudos de vigilância.
- Regulation of gene expression of human hemojuvelin by two small open reading frames and its relevance in the iron homeostasisPublication . Onofre, Claudia; Romão, Luísa; Crespo, AnaIron is an essential element for many biological reactions carried out by living systems. A tight regulation of the systemic iron homeostasis is crucial to avoid pathological conditions of iron deficiency or overload. Juvenile hemochromatosis, is an early-onset inherited disorder associated to an iron overload caused by mutations on the hepcidin gene or in the gene encoding hemojuvelin (HJV). HJV is a glycosylphosphatidylinositol (GPI)-linked membrane protein shown to be a co-receptor for a class of ligands called bone morphogenetic proteins (BMPs), which trigger a response to the iron increase by activating the hepcidin transcription. Thus, HJV is involved on iron homeostasis through regulation of hepcidin transcription levels. A better knowledge of the mechanisms implicated in HJV gene expression is crucial to understand its role in the iron homeostasis. The 5’ leader sequence of the human HJV mRNA has two upstream AUGs (uAUGs) that share the same codon stop, forming two upstream open reading frames (uORFs) with 28 and 19 codons. To evaluate the effect of these uORFs in the translational regulation of HJV, reporter constructs containing several HJV 5’ leader sequences fused to the firefly Luciferase cistron, were tested in HeLa and HepG2 cells. Luciferase activity was measured by luminometry assays and normalized to the corresponding mRNA levels, quantified by real-time reverse transcription quantitative polymerase chain reaction (RT-PCR), to obtain translation efficiencies. The results revealed that the HJV uORFs decrease the translational efficiency of the main ORF in about 6-fold. Furthermore, we have observed that the HJV mRNA has a low leaky scanning ability that contributes to the translational repression of the main ORF. Thus, translation reinitiation is the main mechanism involved in the production of HJV protein. Aiming to further characterize the mechanism through which the HJV uORFs affect downstream translation, we have observed that the uORF2 encoded peptide seems to cause ribosomal stalling, which also prevents translation of the downstream main ORF. Together, these results produce a framework for understanding how human HJV gene expression is fine-tuned controlled during translation.
- Patulina: ocorrência em alimentos e potenciais efeitos inflamatóriosPublication . Santos, Tânia; Alvito, Paula; Crespo, AnaA patulina é uma micotoxina produzida por diversas espécies de fungos que contaminam alimentos, em especial, fruta provocando efeitos genotóxicos, mutagénicos, imunossupressores e neurotóxicos. A nível do sistema digestivo provoca alterações locais a nível da mucosa intestinal e sintomas como agitação, ulceração, vómitos e inflamação intestinal. Devido aos efeitos nefastos na saúde humana é necessário monitorizar esta micotoxina nos géneros alimentícios à base de fruta pelo que se realizou um trabalho multidisciplinar abordando duas áreas distintas: i) no âmbito da segurança alimentar foram estudados os efeitos do processamento industrial nos teores de patulina presentes em amostras de fruta usando a cromatografia líquida de alta eficiência com detetor de ultra-violetas (HPLC-UV) e a cromatografia líquida com deteção por espectrometria de massa “tandem” (LC-MS/MS) e ii) no domínio da toxicologia alimentar, foi avaliado o potencial efeito inflamatório da patulina em culturas celulares Caco-2 através da determinação do mediador de inflamação TNF-α nos meios intra e extracelulares. A pera e a maçã foram as matrizes que apresentaram os teores de patulina mais elevados por HPLC-UV, detetados nas fases de processamento da descarga da fruta (18 µg/kg) e enchimento (40 µg/kg), respetivamente. A técnica de LC-MS/MS, implementada pela primeira vez no DAN, INSA, confirmou a ocorrência de patulina na mesma amostra de maçã, no entanto, mais estudos deverão ser efetuados com vista à optimização e validação desta metodologia analítica. Relativamente ao estudos de toxicidade, não foi detetada a presença de TNF-α nas amostras estudadas, no entanto, face ao potente efeito inflamatório desta micotoxina e poucos estudos disponíveis na bibliografia sobre o mecanismo de inflamação desta micotoxina mais trabalhos deverão ser desenvolvidos com vista a contribuir para esclarecer o processo inflamatório provocado pela patulina a nível intestinal, preferencialmente com utilização de modelos animais e aplicando metodologias da área da genómica.
- Evolução de casos de transmissão VIH-1 da mãe ao filho em PortugalPublication . Pádua, Elizabeth; Almeida, Catarina; Água-Doce, Ivone; Cortes Martins, HelenaIntrodução: Um dos maiores sucessos no combate à infeção VIH/SIDA foi a redução das taxas de transmissão mãe-filho (TMF) em resultado da implementação de estratégias preventivas. Objetivo: Análise da evolução das taxas de TMF do VIH-1 entre 1999-2010 em crianças nascidas de mães infetadas seguidas através de um protocolo laboratorial para diagnóstico precoce da TMF implementado pelo Laboratório Nacional de Referência do VIH. Materiais e Métodos: Amostras de 2418 crianças em risco de infeção VIH-1 provenientes de 38 maternidades e hospitais do continente e ilhas foram processadas para pesquisa de DNA VIH-1. Foi também analisada informação disponível relacionada com o cumprimento (sim ou não) das medidas de prevenção da TMF preconizadas para a grávida e recém-nascido. Resultados: Entre 1999 a 2010, foram diagnosticados 69 casos de TMF do VIH-1. A taxa anual de transmissão mais elevada obtida foi de 7% em 1999 e a mais baixa de 0,5% em 2005. Foram obtidas taxas de transmissão de 2% em 2006, 1,9% em 2007, 2,2% em 2008 e em 2009, e 1,7% em 2010. Observou-se que em 87% (n=60) das crianças com diagnóstico de infeção, não foram seguidas as medidas de prevenção tendo sido encontrada uma associação estatisticamente significativa entre transmissão VIH-1 e ausência de prevenção (p <0,000001). Apesar dos benefícios comprovados da terapia anti retrovírica (TAR) na prevenção da TMF foi observado nos últimos 3 anos e numa proporção variando entre 18,1% e 14,6% dos casos, a ausência de cumprimento de TAR de prevenção. Neste grupo estão incluídos casos de gestação mal vigiada e de seroconversões VIH-1 na grávida. Conclusão: Observou-se uma evolução positiva na redução das taxas de transmissão de 1999 até 2005. Nos últimos 5 anos, as taxas de TMF do VIH-1 foram mantidas próximo dos 2%. Embora se continue a diagnosticar casos de TMF no país, existem objetivos estratégicos na saúde para eliminação desta via de transmissão. Neste contexto, seria importante implementar uma ação concertada para reduzir o número de gravidezes não vigiadas e promover nos parceiros das grávidas a realização de rastreio de anticorpos VIH no sentido de poder prevenir as seroconversões durante a gestação.
