Browsing by Author "Raposo, Sara Isabel Gomes"
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- Avaliação da introdução da vacina contra a tosse convulsa durante a gravidez e dos factores de risco para a doença na ARS Lisboa e Vale do Tejo: dois estudos de caso-controlo e um estudo ecológicoPublication . Raposo, Sara Isabel Gomes; Nunes, BaltazarIntrodução: Desde 2000 registou-se um aumento significativo de notificações por tosse convulsa em Portugal, motivo pelo qual a OMS considerou existir um padrão de reemergência da doença no país. A maioria dos casos corresponderam a crianças com menos de 6 meses, pelo que em 1 de Janeiro de 2017 a vacina materna foi introduzida no PNV como medida preventiva deste problema de saúde pública. Objectivos: Estudar os potenciais factores de risco para a doença em 2016, estimar a efectividade da vacina materna contra a tosse convulsa e avaliar o impacto desta medida na incidência de casos de tosse convulsa antes (2016) e após (2017) a sua introdução no PNV. Métodos: Delinearam-se de três estudos observacionais: dois casos-controlos e um ecológico. No estudo de caso-controlo para investigação dos factores de risco para a tosse convulsa incluíram-se casos de crianças com menos de 2 meses de idade, notificados entre 15.07.2016 e 31.12.2016. Para cada caso seleccionaram-se 2 controlos sem diagnóstico de desta doença, da mesma faixa etária e utentes no mesmo centro de saúde dos casos. Foi realizada a análise através do cálculo de Odds Ratio brutos e ajustados. No estudo de caso-controlo para estimar a efectividade vacinal incluíram-se notificações de casos de crianças com menos de 6 meses, utentes do SNS na ARSLVT, sem primovacinação completa, entre 01.01.2017 e 31.12.2017. Aplicou-se a metodologia supracita para a selecção de controlos. Através de uma regressão logística múltipla condicional calculou-se o Odds Ratio da vacina materna bruto e ajustado. A efectividade vacinal foi calculada pela fórmula: 1 – Odds Ratio da vacinação materna. O estudo ecológico analisou as faixas etárias dos 0-2 meses e dos 2-6 meses, entre 01.01.2016 e 31.12.2017, através do cálculo das taxas de incidência da doença e determinou a Razão da Taxa de Incidência entre o período pós e pré a introdução da vacina no PNV (2016 e 2017). Resultados: No 1º estudo utilizou-se uma amostra com 66 crianças (22 casos e 44 controlos) e verificou-se que a existência de mais crianças no agregado familiar aumenta o risco de doença. No 2º estudo de caso-controlo foram incluídas um total de 96 crianças (32 casos e 64 controlos). Estimou-se uma efectividade vacinal bruta de 79% (IC 95%, 35-93%) e ajustada de 95% (IC95%, 65-99%). No estudo ecológico, observou-se uma redução de 82% na incidência de tosse convulsa no grupo dos 0 aos 2 meses de idade e uma redução de, aproximadamente, 40% na faixa dos 2 aos 6 meses no ano seguinte à introdução da vacinação materna. Discussão: Os resultados apontam para uma efectividade vacinal elevada e um claro impacto da vacinação materna durante a gravidez na incidência da doença. Antes da introdução desta medida, o número de crianças conviventes destaca se como factor de risco para a doença.
