Browsing by Author "Heliodoro, Catarina Isabel Moreira"
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- Infeção invasiva por Haemophilus influenzae: caracterização fenotípica e molecular e estudo da virulência de estirpes isoladas em PortugalPublication . Heliodoro, Catarina Isabel Moreira; Lavado, Maria Paula Bajanca; Dias, DeodáliaHaemophilus influenzae é um microrganismo responsável por infeções invasivas graves no Homem, apesar de ser frequentemente encontrado como colonizador do trato respiratório. Este agente patogénico é dinâmico e a sua epidemiologia tem vindo a mudar desde a introdução da vacina nos anos 90. Até à data, foram identificados 6 tipos capsulares (a-f), apesar de a maioria das estirpes caracterizadas atualmente serem não capsuladas (HiNC). Estudos anteriores caracterizaram a doença invasiva em Portugal, entre 1989-2001 e entre 2002-2010. O objetivo do presente estudo foi caracterizar fenotípica e molecularmente os isolados clínicos de doença invasiva em Portugal, durante um período de 6 anos (2011-2016), e comparar os resultados obtidos com os de estudos realizados anteriormente, bem como identificar a presença/ausência de 6 dos fatores de virulência destas estirpes. Durante o período de estudo considerado foram analisadas 174 estirpes invasivas, provenientes de 32 hospitais. A cápsula e o serotipo capsular foram identificados e caracterizados através de amplificação por PCR. A produção de β-lactamase foi pesquisada com nitrocefin, e a suscetibilidade aos antibióticos foi determinada pelo método da microdiluição em placa, de acordo com as diretrizes do European Committee on Antimicrobial Susceptibility Testing (EUCAST). De modo a avaliar a relação genética entre os isolados, foi realizada a técnica de Multilocus Sequence Typing (MLST), para amplificar e sequenciar os fragmentos internos dos 7 genes ‘housekeeping’ – adk, atpG, frdB, fucK, mdh, pgi, e recA. O sequence type (ST) foi atribuído através da base de dados de MLST para H. influenzae (https://pubmlst.org/hinfluenzae/), e as distâncias alélicas entre os STs foram representadas através da análise do algoritmo goeBURST, na plataforma PHYLOViZ. A presença/ausência dos fatores de virulência pilA, ompP5, hmw1A/hmw2A, hifA, e hia foi determinada por amplificação por PCR. As estirpes HiNC foram as principais responsáveis por doença invasiva (143/174; 82%); no entanto, 31 estirpes (31/174; 17,8%) eram capsuladas e foram caracterizadas como: 4 do serotipo a (2,3%), 21 do serotipo b (12,1%), 2 do serotipo e (1,1%), e 4 do serotipo f (2,3%). A maior parte das estirpes eram suscetíveis aos antibióticos estudados, com 12% (21/174) de estirpes resistentes à ampicilina por produção de β-lactamase. O MLST foi realizado para 136 estirpes e revelou elevada variabilidade genética entre 106 HiNC, com 71 STs diferentes (71/106; 67%). Pelo contrário, as estirpes capsuladas eram clonais: Hib-ST6 e ST-190, Hia-ST23, Hie-ST18, e Hif-ST124. Em Portugal, as estirpes HiNC suscetíveis aos antibióticos e apresentando elevada diversidade genética são as principais responsáveis pela doença invasiva a H. influenzae, apesar de estirpes Hib ainda circularem numa percentagem considerável no nosso país. Estirpes do serotipo não-b têm vindo a emergir, após a introdução da vacina contra o Hib, nomeadamente os serotipos a e f. Os fatores de virulência estudados, essenciais na fase de adesão ao hospedeiro, não se encontram obrigatoriamente em todas as estirpes e a sua presença não está associada a uma maior gravidade da infeção. No entanto, eventos como recombinação genética, ou variação de fase, estão entre os fatores que mais contribuem para o fitness do microrganismo, aquando da colonização da nasofaringe, contribuindo para uma maior patogenicidade, principalmente das estirpes HiNC. Devido à sua dinâmica evolutiva, é necessária a continuação da vigilância da doença invasiva a H. influenzae em Portugal, para que se possam desenvolver estratégias de prevenção adequadas.
- Molecular epidemiology of invasive Haemophilus influenzae disease in Portugal: an update of the post-vaccine period, 2011-2018Publication . Heliodoro, Catarina Isabel Moreira; Bettencourt, Célia Rodrigues; Bajanca-Lavado, Maria Paula; Portuguese Group for the Study of Haemophilus influenzae invasive infectionHaemophilus influenzae reference laboratory from Portugal characterized the entire collection of 260 H. influenzae invasive isolates received between 2011 and 2018, with the purpose of updating the last published data (2002-2010). Capsular serotypes and antimicrobial susceptibility patterns were determined. The ftsI gene encoding the transpeptidase domain of PBP3 was sequenced for β-lactamase-negative ampicillin-resistant (BLNAR) isolates. Multilocus sequence typing (MLST) was performed to examine genetic relatedness among isolates. The majority of H. influenzae invasive isolates are nonencapsulated (NTHi-79.2%). Among encapsulated isolates (20.8%), the most characterized serotype was serotype b (13.5%), followed by serotype f (3.1%), serotype a (2.7%), and serotype e (1.5%). In contrast to NTHi that mainly affected the elderly (64.0%; ≥ 65 years old), most encapsulated isolates were characterized in preschool children (55.6%). Comparing the two periods, β-lactamase production increased from 10.4 to 13.5% (p = 0.032) and low-BLNAR (MIC ≥ 1 mg/L) isolates from 7.7 to 10.5% (p = 0.017). NTHi showed high genetic diversity (60.7%), in opposition to encapsulated isolates that were clonal within each serotype. Interestingly, ST103 and ST57 were the predominant STs among NTHi, with ST103 being associated with β-lactamase-producers and ST57 with non-β-lactamase-producers. In Portugal, susceptible and genetically diverse NTHi H. influenzae continues to be responsible for invasive disease, mainly in the elderly. Nevertheless, we are now concerned with Hib circulating in children we believe to have been vaccinated. Our data reiterates the need for continued surveillance, which will be useful in the development of public health prevention strategies.
