Browsing by Author "Delaunay, Charlotte Laniece"
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- Testes rápidos de antigénio e efetividade da vacina contra a COVID-19 nos cuidados de saúde primários, em Portugal: explorando o potencial de viésPublication . Gómez, Verónica; Delaunay, Charlotte Laniece; Kissling, Esther; Verdasca, Nuno; Gomes, Licínia; Guiomar, Raquel; Machado, Ausenda; Rodrigues, Ana PaulaA disponibilização dos testes rápidos de antigénio (TRAg) permitiu que o diagnóstico de infeção por SARS-CoV-2 possa ser feito antes ou durante uma consulta médica. Este conhecimento pode condicionar a procura de cuidados e por outro lado, o Médico de Família (MF) pode ter informação sobre o estado de infeção antes do recrutamento do doente para os estudos de efetividade vacinal. Estudos com desenho de caso-controlo teste-negativo (TND), tradicionalmente usados para estimar a efetividade da vacina contra a COVID-19, podem assim incorrer em viés se a realização dos TRAg e a consulta com o MGF variarem consoante o estado vacinal e o resultado do autoteste. Este estudo descreve os padrões de autoteste em cuidados de saúde primários e as diferenças entre indivíduos que realizaram autoteste e não, nos cuidados de saúde primários em Portugal, avaliando o potencial de viés nos estudos de efetividade vacinal contra a COVID-19. Foram incluídos indivíduos com 60 ou mais anos com Infeção Respiratória Aguda (IRA) que consultaram um MGF entre setembro de 2022 e maio de 2023. Foram recolhidos dados demográficos, de vacinação, testagem, sinais e sintomas e comorbilidades. Dos 166 indivíduos incluídos (21 casos, 145 controlos), 67 (40%) realizaram TRAg. Estes foram mais frequentemente mulheres (72% vs. 67%) e mais jovens (94% entre 60-79 anos vs. 87%). Os indivíduos que realizaram autotestes tiveram uma taxa de positividade para SARS-CoV-2 de apenas 10%, comparado com 14% entre aqueles que não realizaram autoteste. Além disso, apresentavam menor prevalência de doenças crónicas (64% vs. 79%) e foram menos vacinados na campanha vacinal sazonal (39% vs. 53%). Os resultados sugerem uma possível associação negativa entre vacinação e TRAg. A elevada proporção de indivíduos que realizaram TRAg (40%) pode gerar viés no estudo de EV, reforçando a necessidade de estudos com maior dimensão e estimativas de efetividade vacinal estratificadas de acordo com esta variável.
