Caracterização da exposição ao tabaco durante a gravidez e da sua influência em indicadores de saúde neonatal: projeto NeoGene

Madureira, Joana; Silva, Ana Inês; Camelo, Alexandra; Reis, Ana Teresa; Machado, Ana Paula; Ribeiro, Ana Isabel; Teixeira, João Paulo; Costa, Carla

http://hdl.handle.net/10400.18/8035

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Boletim_Epidemiologico_Observacoes_N31_2022_artigo2.pdf		785.93 KB	Adobe PDF	Download

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O tabagismo e a exposição ao fumo ambiental do tabaco (ou exposição passiva) estão associados a vários efeitos adversos na saúde, particularmente em períodos de maior suscetibilidade como o período pré-natal. Como condição essencial para o delineamento de estratégias mais adequadas e efetivas de promoção de saúde e prevenção de doença associadas, torna-se essencial caracterizar detalhadamente a exposição ao tabaco no início da vida e conhecer a sua influência em diferentes indicadores de saúde neonatal. Para tal, foi analisada informação individual e clínica de 595 grávidas com mais de 36 semanas de gestação, em consulta no Serviço de Obstetrícia e Ginecologia do Centro Hospitalar de S. João, entre abril de 2017 e julho de 2018. Foram também analisados indicadores de saúde neonatais dos respetivos recém-nascidos por consulta dos seus processos clínicos. Os resultados deste estudo mostram uma prevalência do consumo do tabaco de 27,9% antes da gravidez, valor que diminui para 12,9% ao nascimento, como resultado de uma cessação tabágica de 46,4% durante a gestação. Em termos de exposição passiva ao fumo do tabaco, verificou-se que 31,7% das participantes não fumadoras estavam diariamente expostas, durante mais de uma hora, antes da gravidez, e que houve uma diminuição da exposição ao longo da gravidez (26,3% no terceiro trimestre). A análise da associação entre os indicadores de saúde neonatal e os comportamentos tabágicos apontam para uma diminuição do peso, tamanho e perímetro cefálico ao nascimento entre os recém-nascidos das participantes fumadoras, valores que aumentam nos casos em que há cessação tabágica durante a gravidez

Tobacco exposure (use and passive exposure) can adversely impact human health, particularly in specific windows of susceptibility, such as the in utero period. As an essential condition for the design of adequate and effective strategies for health promotion and disease prevention, it is crucial to characterize the exposure to tobacco smoke in early life, and to investigate its influence on different perinatal outcomes. For that purpose, individual and clinical data from 595 pregnant women who sought prenatal care at Centro Hospitalar de S. João, between April 2017 and July 2018, were analysed. In addition, information on perinatal indicators were obtained using birth medical records. The smoking prevalence before pregnancy was 27.9% and reduced to 12.9% at birth; 46.4% of the participants reported to have stopped smoking during pregnancy. Concurrently, the prevalence of passive tobacco exposure among non-smoking pregnant women decrease throughout the pregnancy from 31.7% that reported daily exposure for at least one hour prior to pregnancy, to 26.3% in the third trimester. Maternal active smoking in the third trimester of pregnancy was associated with a decrease in birth weight, length and head circumference; the indicators were found to increase in cases where smoking cessation occurred during pregnancy.