Browsing by Author "Oliveira, Marcia E."
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- Análise de proteínas musculares por Western blot em doentes com Distrofia Muscular das Cinturas tipo 2A (LGMD2A)Publication . Maia, Nuno; Vieira, Emília; Santos, Rosário; Oliveira, Marcia E.Introdução: As Distrofias Musculares são um grupo de doenças musculares hereditárias, genotipicamente e fenotipicamente heterogéneo, envolvendo normalmente o músculo esquelético (1). Actualmente, estão identificados 18 genes associados a um subgrupo específico denominado Distrofias Musculares das Cinturas (LGMDs, limb-girdle muscular dystrophies), caracterizadas por fraqueza inicial da musculatura pélvica e escapular (2). Alterações no gene CAPN3 são responsáveis pelo fenótipo LGMD tipo 2A (LGMD2A), de transmissão autossómica recessiva (3), sendo esta uma das formas mais comuns (4). Este gene codifica a enzima citosólica calpaína 3 (CAPN3), expressa predominantemente no músculo esquelético e que pertence a uma família de proteases de cisteína não lissossomais dependentes de cálcio (5). Vários estudos demonstraram que a capacidade autolítica da CAPN3 é essencial para a activação e regulação da sua actividade proteolítica (6). A análise das proteínas musculares da maioria dos doentes com LGMD2A revela uma diminuição da expressão da CAPN3 comparativamente a músculos controlo. No entanto, um pequeno grupo desses doentes apresenta expressão normal da enzima, mas função autolítica deficiente (7). Objectivo: Dado o largo espectro de mutações detectadas nos doentes com diagnóstico molecular de LGMD2A realizado na UMOP, este trabalho visa complementar o estudo molecular, através da análise por Western blot das proteínas musculares, e tentar estabelecer uma relação fenótipo/genótipo. Material e Métodos: Foram utilizadas biópsias musculares de 9 doentes LGMD2A diagnosticados molecularmente na UMOP em estudos de expressão/ funcionais da CAPN3 e de outras proteínas musculares, por Western blot e densitometria. Resultados e Discussão: Não foi detectada expressão da CAPN3 em 5 amostras analisadas, sugerindo alterações ao nível da tradução da proteína. Foi verificada perda da função autolítica da CAPN3 em 2 doentes com expressão muscular da proteína. Devido à degradação generalizada do conteúdo proteico muscular verificado em algumas das biópsias estudadas, como resultado do acondicionamento inapropriado, não foi possível avaliar quantitativamente a expressão da CAPN3 e de outras proteínas musculares em todas as amostras. Por este facto, vão ainda ser realizados estudos de expressão do gene CAPN3, por PCR de tempo real, na tentativa de correlacionar todas as alterações observadas ao nível de DNA, RNA e proteína nos doentes estudados. Referências bibliográficas 1. Gaina G, Manole E, Bordea C, Ionica E. Analysis of calpain-3 in LGMD2A. Seria Stiintele Vietii (Life Sciences Series) 2008, 18:181-186. 2. Zatz M, Paula F, Starling A. The 10 autosomal recessive limb-girdle muscular dystrophies. Neuromuscular Disord 2003, 13:532-544. 3. Richard I, Broux O, Allamand V, Fougerousse F, Chiannilkulchai N, Bourg N, Brenguier L, Devaud C, Pasturaud P, Roudaut C, Hillaire D, Passos-Bueno MR, Zatz M, Tischfield JA, Fardeau M, Jackson CE, Cohen D, Beckmann JS. Mutations in the proteolytic enzyme calpain 3 cause limb-girdle muscular dystrophy type 2A. Cell, 1995, 81:27-40. 4. Fanin M, Nascimbeni AC, Fulizio L, Angelini C. The frequency of limb girdle muscular dystrophy 2A in northeastern Italy. Neuromuscular Disord 2005, 15(3):218-224. 5. Kramerova I, Beckmann JS, Spencer MJ. Molecular and cellular basis of calpainopathy (limb girdle muscular dystrophy type 2A). Biochimica et Biophysica Acta 2007, 128-144. 6. Groen EJ, Charlton R, Barresi R, Anderson LV, Eagle M, Hudson J, Koref MS, Straub V, Bushby KMD. Analysis of the UK diagnostic strategy for limb girdle muscular dystrophy 2A. Brain 2007, 130:3237-3249. 7. Fanin M, Nascimbeni AC, Tasca E, Angelini C. How to tackle the diagnosis of limb-girdle muscular dystrophy 2A. Eur J Hum Genet 2009, 17(5):598-603.
- Atrofias Musculares Espinhais: do estudo genético ao registo de doentesPublication . Oliveira, Jorge; Rodrigues, Luisa; Maia, Nuno; Oliveira, Marcia E.; Santos, RosárioA Atrofia Muscular Espinhal (AME) caracteriza-se pela degeneração das células do corno anterior da medula espinhal, resultando em fraqueza e atrofia muscular progressiva. O espectro clínico da doença é variável, desde formas graves de inicio neonatal (tipo I/Werdnig-Hoffman, MIM#253400) a fenótipos mais ligeiros com apresentação na idade adulta (tipo IV, MIM#271150). Considerando a frequência de portadores de AME na nossa população (1/52)1, estima-se que a incidência da doença em Portugal seja ~1/10800. A AME resulta de mutações no gene SMN1, no entanto foram já descritos outros genes (nomeadamente IGHMBP2, ATP7A, GARS, TRPV4 e PLEKHG5) associados a atrofias musculares espinhais mais raras. Desde 1994 foram estudados, na unidade de Genética Molecular, 549 doentes com suspeita clínica de AME. Foi confirmado o envolvimento do gene SMN1 em 223 doentes (40,6%) pertencentes a 219 famílias. Nestes doentes, o defeito genético mais frequente consiste na delecção em homozigotia do gene SMN1 (91,9%). Em 18 doentes (8,1%) foram identificadas mutações pontuais: c.346A>T (n=1), c.524delC (n=1) c.734dupC (n=1) e c.770_780dup (n=15). De forma a possibilitar o acesso de destes doentes a futuros ensaios clínicos, encontra-se em implementação o registo nacional de doentes com AME como previamente acordado com a SPEDNM e a rede internacional TREAT-NMD. Considerando o número de doentes com suspeita de AME sem confirmação molecular e a possível sobreposição fenotípica com outras patologias (distrofias, CMT e ALS), torna-se pertinente a re-avaliação clínica destes doentes. Esta permitirá o alargamento do estudo molecular a outros genes candidatos e eventualmente a identificação de novas causas genéticas para a AME recorrendo à análise genómica em larga escala.
