Browsing by Author "Denise, Costa"
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- Embalagens activas com propriedades antioxidantes: desenvolvimento de um método analítico e avaliação da segurança alimentarPublication . Denise, Costa; Dias, Deodália; Silva, Ana Teresa Sanches[PT] Durante o armazenamento e o transporte, os alimentos são expostos a uma diversidade de factores que podem modificar as suas propriedades. A embalagem apresenta um papel determinante, pois insere-se na interface alimento/ambiente, protegendo o alimento da sua deterioração físico-química, preservando a sua textura, cor, sabor, regulando o conteúdo de água e humidade. Portanto, tem a capacidade de prolongar o prazo de validade dos alimentos que contém. Nos últimos anos, as exigências dos consumidores e da indústria têm vindo a alterar-se e as embalagens tradicionais, caracterizadas por não interagirem com o seu conteúdo, não permitiram acompanhar as necessidades do mercado. No entanto, surgiram as embalagens activas e inteligentes, que interagem deliberadamente com o seu conteúdo e estão legisladas pela União Europeia (Regulamento (CE) n. 1935/2004 e Regulamento (CE) n. 450/2009). As substâncias responsáveis pela função activa podem ser directamente incorporadas no material de embalagem. Uma das reacções mais relevantes, relacionadas com a degradação dos alimentos, é a oxidação lipídica, que leva a uma alteração nutritiva e sensorial e diminui o prazo de validade dos produtos embalados. Assim, a indústria alimentar tem um grande interesse na prevenção de fenómenos de oxidação e esta é minimizada através da adição de antioxidantes sintéticos ou naturais ao alimento. Os antioxidantes naturais são uma alternativa segura aos antioxidantes sintéticos, pelo que o seu uso tem aumentado na conservação de alimentos. No presente trabalho, o extracto de alecrim (Rosmarinus officinalis L.) foi escolhido para ser incorporado em embalagens uma vez que a sua eficácia como antioxidante é largamente reconhecida na literatura e por ter sido recentemente autorizado como aditivo alimentar (Directivas 2010/67/UE e 2010/69/UE). Neste estudo a actividade antioxidante de extractos de alecrim preparados em metanol, etanol, hexano/etanol, e acetona, foi testada através do ensaio do DPPH●, da determinação dos compostos fenólicos totais e da determinação dos flavonóides totais. No primeiro ensaio, para os extractos em metanol, etanol, hexano/etanol e acetona, os valores de EC50 obtidos foram 1,66 ± 0,041; 2,90 ± 0,051; 2,97 ± 0,026; e 3,04 ± 0,023 mg/mL, respectivamente. No segundo ensaio, os resultados obtidos, em mg GAE/g de extracto, foram 82,43 ± 2,43; 24,67 ± 0,74; 26,36 ± 1,46; e 24,84 ± 1,58, respectivamente. Relativamente ao terceiro ensaio, os resultados obtidos, em mg ECE/g de extracto, foram 74,46 ± 5,24; 18,72 ± 1,40; 36,55 ± 17,71; e 13,92 ± 5,55, respectivamente. Verificou-se que os melhores resultados são obtidos através da extracção em metanol. Foi desenvolvido e validado um método que utiliza uma técnica inovadora - Cromatografia Líquida de Ultra Eficiência (UHPLC), com Detector de Díodos (DAD), que permite determinar os principais compostos fenólicos do extracto de alecrim: o carnosol, o ácido carnósico e o ácido rosmarínico. A pré-coluna utilizada foi uma UPLC® BEH (2,1 x 5 mm, 1,7 μm de tamanho de partícula) e a coluna foi ACQUITY UPLC® BEH Shield RP18 (2,1 x 100 mm, 1,7 μm de tamanho de partícula). As condições optimizadas do método envolvem as fases móveis A – água e 0,1% de ácido acético e B – ACN e 0,1% de ácido acético, com eluição em gradiente. Os limites de detecção determinados para os três compostos são 0,20 μg/mL para o RA, 0,52 μg/mL para o C-ol e 0,78 μg/mL para o CA. Os limites de quantificação para os três compostos são 0,82 μg/mL para o RA, 2,1 μg/mL para o C-ol e 3,1 μg/mL para o CA. O método foi validado ainda em termos de precisão (precisão intermédia e repetibilidade) e exactidão, com RSD (%) inferiores a 5%. Utilizando o método desenvolvido, comparou-se a concentração dos compostos em extractos obtidos com diferentes solventes – metanol, etanol, hexano/etanol, acetona e água. Os melhores resultados foram obtidos com o metanol. Verificou-se uma correlação significativa entre o conteúdo em carnosol, ácido carnósico e ácido rosmarínico, e a actividade antioxidante dos extractos em diferentes solventes. Dois extractos comerciais de alecrim foram incorporados em dois materiais de embalagem, o LDPE e o PLA, obtendo-se quatro plásticos: LDPE/OSR, LDPE/WSR, PLA/OSR e PLA/WSR. O primeiro é um polímero vastamente usado a nível mundial, e o segundo é um polímero biodegradável. Foram realizados ensaios de migração global para os quatro plásticos em diversos simuladores descritos na Directiva n.º 82/711 da Comissão e no Regulamento (CE) n.º 10/2011 da Comissão. O limite estabelecido de 10 mg/dm2 não foi ultrapassado (Regulamento (CE) n. 10/2011 da Comissão), excepto para o plástico LDPE/OSR no simulador mais lipofílico. Realizaram-se também ensaios de migração específica para os plásticos em simuladores descritos na legislação. O método em UHPLC-DAD permitiu detectar e quantificar o CA e o C-ol nos ensaios com o LDPE/OSR nos simuladores mais lipofílicos, e detectar CA nos ensaios com PLA/OSR nos mesmos simuladores. Não foi possível detectar o RA, apesar do método apresentar um LOD muito baixo para este composto. Verificou-se que não foram ultrapassados os limites de migração estabelecidos. O método cromatográfico permite averiguar a segurança de embalagens activas com extracto de alecrim e poderá contribuir para o controlo da eficácia das embalagens activas elaboradas com este extracto. Foram também quantificados carotenóides e vitaminas no alecrim, uma vez que estes compostos bioactivos apresentam actividade antioxidante e são de grande relevância para a saúde humana. Para o efeito, utilizou-se um método de UHPLC-DAD que permite determinar simultaneamente retinol, α-tocoferol, luteína, zeaxantina, licopeno, β-criptoxantina, α-caroteno e β-caroteno. De acordo com os resultados, em μg/100 g de extracto, o α-tocoferol apresentou concentrações elevadas (7176,10 ± 1084,97), seguindo-se a luteína (4334,95 ± 134,10), o β-caroteno (619,62 ± 48,11) e a zeaxantina (577,84 ± 51,09).
